É sempre dificil escolher a ordem entre três dos mais proeminenes actores de sempre que são, ao mesmo tempo, da mesma geração. E como quanto mais depressa caminhamos para o fim, menos a ordem faz sentido, calhou a fava a Dustin Hoffman ficar em 10º lugar. Mas para chegar a este lugar fica desde logo a prova de que Hoffman é um actor e pêras.
Nascido em 1937, teve uns pequenos papeis antes de surgir pela primeira vez em estilo no filme The Graduate. Ao lado de Anne Bancroft criou uma quimica intensa e ao terceiro filme era já um dos mais fortes candidatos a vencer o óscar. Assumindo-se como o actor do momento, em 1969 vive um chulo tuberculoso em Midnight Cowboy. O filme é o primeiro a ter classificação restrita a vencer óscares, mas a sua segunda nomeação resultou como a primeira. Hoffman começa então a criticiar a Academia por colocar actor contra actores. Não aparece nas cerimónias seguintes, apesar de continuar em forma em filmes como Little Big Man, Straw Dogs ou Papillon. Em 1974 é de novo nomeado pela sua encarnação fabulosa de Lenny Bruce no biopic Lenny. Estavamos no ano da afirmação da geração dos movie-brats e isso também se via no irromper de grandes actores. Nos nomeados desse ano estavam também Pacino e Nicholson, e de Niro iria vencer o óscar de secundário. Um ano que serviria de base para o que se seguiria.
Em 1976 tem dois brilhantes desempenhos, em The Marathon Man e All the President´s Men, mas é 1979 o ano da sua consagração. No filme Kramer vs Kramer vive um pai angustiado pela possivel perda da custódia do filho. Um papel cheio de energia e sensibilidade que lhe valeram o óscar, doze anos depois da primeira nomeação. Já oficialmente consagrado, Hoffman faz em 1982 um dos mais espantosos papeis de sempre, desdobrando-se entre Dorothy Michael e Michael Dorsey no inesquecivel Tootsie. A derrota na cerimónia soube-lhe mal e durante uns anos afastou-se de Hollywood. Em 1987 está no gigantesco falhanço que foi Ishtar, mas regressa com o seu maior papel de sempre em 1988 no filme Rain Man. É a altura do segundo óscar e da sua confirmação com actor sem igual. Não abrandando o ritmo entra em Family Business, Dick Tracy, Billy Bathgate e Hero. Para trás tinha ficado o flop Hook que o levará a aceitar um papel doze anos depois em Finding Neverland, como maneira de se redimir perante o criador de Peter Pan. Em 1997 consegue mais um papel assombroso em Wag the Dog que lhe vale a sua sétima, e última, nomeação aos óscares, num filme onde partilha o ecrán com De Niro. A partir daí passa a ter pequenos papeis em diversos filmes, de Jean D´Arc a I Heart Huckbees, passando por Finding Neverland e Meet the Fockers. A sua carreira tem abrandado significativamente mas está longe de ter terminado. E Hoffman poderá assim tornar ainda mais dourada a sua brilhante vida como estrela de cinema.
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