De temperamento facilmente irritável, capaz do melhor e do pior, rival eterna de Bettie Davis, a carreira de Joan Crawford teve tanto de polémica como de cinema. Acusada de ir para os castings com os produtores e realizadores vestida com um casaco e nada mais por baixo, de ter tido uma rápida mas fulgurante carreira na indústria porno underground, Joan Crawford está longe de ser uma estrela consensual. Mas é uma actriz de altissimo nivel.
Começou a sua carreira na época do mudo e foi das poucas actrizes que conseguiu sobreviver ao dificil teste do "sonoro".
Em Grand Hotel faz parte de um elenco de estrelas, mas uma guerra com a vedeta Garbo quase faz com que seja substituida. Como vingança, toca bem alto os discos de Dietrich no seu camarim para Garbo ouvir. Passa os anos 30 em pequenos papeis e tenta ser - como toda a gente - Scarlett O´Hara, mas sem sucesso. Em 1945 arranca uma performance explosiva em Mildried Pierce e vence o óscar. Nessa altura já existia uma rivalidade quase mortal com Bettie Davis.
Em 1950, quando Davis estava nomeada pelo seu papel em All About Eve, era a Joan Crawford que cabia receber a estatueta por qualquer uma das quatro outras nomeadas ausentes, se Davis não ganhasse. Foi o que aconteceu e em palco o sorriso de Crawford era triunfal. Antes disso já tinha falhado o segundo óscar em 1947 pelo seu papel em Possessed. Sudden Fear é a sua terceira nomeação mas é como Vienna no inesquecivel Johnny Guittar que o seu nome ganha contornos de verdadeira estrela.
Em 1962 as duas eternas rivais, Davis e Crawford, dividem o ecrãn no inesquecivel Whatever Happened to Babby Jane. Com ambas as actrizes a tentarem constantemente superar-se, o filme é um marco histórico e uma verdadeira reliquia. Será também o último grande papel de Crawford que passa o resto da sua carreira despercebida, antes de falecer em 1977, vitima de cancro.
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