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sábado, 5 de novembro de 2022

Sean Connery

É um mito e ninguém o pode negar. É um grande actor mas já passou para a posteridade como um dos homens mais sexy e charmosos de todos os tempos. Consegue com o seu carisma iluminar uma caverna tenebrosa. Faz o mesmo com os filmes em que entra. Deus pode não ter criado todos os homens à sua imagem e semelhança. Mas se há alguém assim, ele é sem dúvida nenhuma, Sir Sean Connery.


O seu sotaque não engana ninguém. Hoje ele é o maior mito da Escócia. Um embaixador do Império Britânico. Um exemplo a seguir por todos. Celebrizou-se como James Bond mas há muito que conseguiu criar uma identidade afastada da mitica personagem que encarnou pela primeia vez em 1962. Hoje ele é um dos maiores nomes da industria cinematográfica. E um dos actores com mais adeptos em todo o mundo. Incluindo aqui.

Nascido a 25 de Agosto de 1930 em Edinburgh, ele personifica o verdadeiro operário de classe média baixa que encontra sucesso no cinema. A sua infância foi passada entre as ruas da capital escocesa e alguns trabalhos casuais. Depois de ter perdido a virgindade com 11 anos para uma prostituta - um mito que se tornaria cada vez maior com o passar dos anos - aos 16 foi para a Marinha britânica. Quando saiu aceitou posar nu para estudantes de arte para ganhar a vida, e aos 18 anos começou a preparar o fisico para atacar o titulo de Mister Universo. Conseguiu-o em 1950. Depois passou para o cinema de forma gradual. A estreia chegaria apenas em 1954 no filme Lilac on the Spring. Durante os oito anos seguintes faria 20 filmes, dos quais MacBeth, Tarzan e Another Time, Another Place são os mais marcantes. Mas foi ao vê-lo em Darby O´Geel and the Litlee People que o produtor Joseph Brocolli se convenceu que ele era o homem certo para viver Bond, James Bond no seu primeiro filme. Ian Fleming, que tinha escrito o papel a pensar em Cary Grant, queria David Niven. Connery ficou com o papel e Dr. No foi um exito retumbante dando inicio a uma serie que já vai em 21 filmes, dos quais ele protagonizou seis dos mais emblemáticos episódios.
Em 1963 voltou a ser Bond em From Russia With Love e no ano seguinte trabalhou ao lado de Sir Alfred Hitchcock em Marnie. Voltaria nesse mesmo ano a viver 007 no seu mais emblemático filme Goldfinger. Em 1965 faria o seu 4º Bond, Thunderball. Em 1967 faria You Only Live Once, outro filme do agente secreto. Mas por essa altura, ele que estava associado eternamente à personagem, decidiu abandonar o projecto. Foi preciso uma fortuna, e o fracasso que foi o filme com George Lazenby, para o persuadir a voltar em 1971 ao papel. Com 41 anos viveu Bond oficialmente pela última vez em Diamonds Are Forever.


Entretanto Connery procurava criar uma carreira afastada da personagem que o celebrizava. Depois de Marnie fez A Fine Madness, Shalako, Zardoz, Murder on the Orient Express e The Man Who Would be King, mas os filmes não tinham exito a qualquer nivel. Surpreendentemente voltou a viver Bond, de forma não oficial, em Never Say Never Again. Estavamos em 1983 e Connery tinha já 53 anos. Mas convenceu e deixou saudades. A década de 80 viria a revelar-se o oposto dos anos 70. Já maduro e experimentado, conheceu os seus maiores sucessos nos anos seguintes. The Name of the Rose valeu-lhe a primeira nomeação ao óscar, num desempenho marcante, um dos melhores de toda a década. Óscar que chegaria no ano seguinte, mas de secundário, pelo seu retrato de policia honesto em The Untouchables. A consagração de um actor que já então era acarinhado por tudo e todos. Higlhander, Family Business, The Hunting of the Red October, The Russia House e o terceiro episódio de Indiana Jones confirmaram-se como um dos nomes mais celebres do mundo do cinema. A sua imagem de marca era uma longa barba branca e uma careca sedutora - Connery perdera todo o cabelo aos 21 e tivera de usar peruca ao viver Bond - acompanhadas de uma das vozes mais emblemáticas da história do cinema.


Começou a trocar os papeis de protagonista por papeis secundários de grande interesse, desde A Good Man in Africa a First Knight, passando por Robin Hood: Prince of Thieves, The Rock e The Avengers. Deu a voz a um dragão em Dragonheart e ensinou Catherina Zeta-Jones a roubar com classe em Entrapment. Foi ainda o professor de Rob Wallace em Finding Forrester e no ano passado entrou no falhado projecto The League of the Extraordinary Gentleman.
Recusou o papel de Gandalf na trilogia de Lord of the Rings or não querer filmar 18 meses na Nova Zelandia e doou muitos dos seus salários a instituições de caridade. É o maior patrono da Escócia apesar de em 1999 ter sido armado cavaleiro do Império. E acima de tudo é um dos maiores mitos vivos do cinema. Um daqueles mitos que ninguém conseguirá apagar.



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