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domingo, 25 de dezembro de 2022

Peter O'Toole


No meio do inesquecivel deserto da Arábia, os seus olhos azuis eram um irradiar de energia como há muito o cinema não vi. Tomara a todos os actores poderem dizer que se estrearam como Peter O´Toole, que consegue o seu melhor papel de sempre naquele que foi também o seu primeiro filme.
Irlandes de temperamento agitado, tinha tido umas breves participações em três filmes na altura em que foi escolhido para ser T.E. Lawrence. Não era nem a primeira, nem a segunda escolha, mas a sua presença fizeram de Lawrence of Arabia um dos maiores filmes da história. Apesar de todos os prémios que o filme ganhou, O´Toole falhou em conquistar o óscar, uma maldição que o iria perseguir para a vida em sete diferentes tentativas.
Depois de três anos a viver á sombra do sucesso, mas um assombroso desempenho em Becket, onde contracena com Richard Burton, o seu maior rival, vivendo o rei Henrique II de Inglaterra. Será novamente como Henrique II, mas numa versão mais rude e brutal que O´Toole volta a alcançar a perfeição com que iniciara a carreira, em The Lion in Winter. Pelo meio tinham ficado Lord Jim, esse estrondoso e brilhante falhanço, What´s New Pussycat? e o inesquecivel anjo Gabriel de The Bible. Em 1969 consegue a sua quarta nomeação na mesma década ao protagonizar Goodbye Mister Chips!, filme que até já tinha dado um óscar a Robert Donat trinta anos antes.
The Ruling Class em 1972 é a sua quinta nomeação e o seu mais fascinante trabalho da década de 70. Seguem-se The Man From La Mancha, onde é um improvável Don Quixote, Caligula e The Stunt Man, penultima nomeação e um dos seus mais interessantes trabalhos. Em 1982 última nomeação, desta feita por My Favourite Year, mais um trabalho notável, e em 1987 encontramo-lo no multi-premiado The Last Emperor. No final dos anos 80 O´Toole desaparece. É recuperado por Wolfgan Peterson em Troy, no ano passado, e desde aí parece ter retomado a actividade regular de actor. O óscar honorário de 2002 serviu para fazer as pazes com a Academia, mas tal como o seu rival e amigo Burton, ele é um dos grandes injustiçados da história do cinema.

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