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quarta-feira, 31 de julho de 2013

António Emiliano

António Henrique de Albuquerque Emiliano nasceu, no dia 25 de Janeiro de 1959, em Lisboa.

Desde cedo dedicou-se aos estudos musicais tendo mesmo frequentado o Conservatório Nacional de Lisboa. Aos 17 anos abandonou esses estudos optando por uma prática musical mais criativa tendo chegado a fazer parte de uma das formações do conhecido grupo Beatnicks.

Nos anos de 1977 e 1978 frequentou o 1º ano da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior Técnico, da qual desistiu inscrevendo-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1982 licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Ingleses).

Foi um dos músicos participantes no disco "Sonho Azul" de Né Ladeiras. Em 1983 e 1984 colaborou em vários espectáculos realizados no Frágil por Anamar e Luís Madureira.

Em 1985 produziu o disco "Em Pessoa" de José Campos e Sousa, com textos de Fernando Pessoa. Foi nesse ano que iniciou publicamente a sua actividade de criação musical fazendo a banda sonora da peça "Teatro de Enormidades Apenas Críveis à Luz Eléctrica", espectáculo baseado em textos de Aquilino Ribeiro, concebido por Ricardo Pais, Olga Roriz, Luís Madureira e António Emiliano, com cenografia e figurinos de António Lagarto, pelo qual recebeu o Prémio da Crítica para Melhor Música de Teatro.

Em 1986 foi o autor da música do bailado "Espaço Vazio" (com coreografia de Olga Roriz), das bandas sonoras dos filmes "Repórter X" de José Nascimento (onde também entra como actor) e "Duma Vez Por Todas" de Joaquim Leitão (pelas quais recebeu mais tarde o Prémio de Música do Instituto Português de Cinema) e ainda da peça "Anatol" com encenação de Ricardo Pais. Com Nuno Rebelo e Emanuel Ramalho formou os Vors Trans Vekta que duraram pouco tempo. Assinou ainda a produção e arranjos do disco "Na Vida Real" de Sérgio Godinho que viria a vencer o Se7e de Ouro 86 para Disco de Música Popular.

A edição da banda sonora do filme "Repórter X" de José Nascimento com música de António Emiliano e participação de Anamar, Sérgio Godinho e Rui Reininho esteve prevista para ser editada pela Ama Romanta.

Recebeu o Prémio da Crítica para Melhor Música de Teatro, pelo espectáculo "Anatol".

Em 1987 compôe a música do bailado "Treze Gestos de Um Corpo" de Olga Roriz. Produziu ainda os discos "Aguaceiro" de Lena d'Água e "Negro Fado" de Vitorino. Volta a colaborar com Luís Madureira.

Em 1988 fez a banda sonora do filme "A Mulher do Próximo" de José Fonseca e Costa e de "Voltar" de Joaquim Leitão.

"Gahvoreh", a primeira obra de Gagik Ismailian para o Ballet Gulbenkian, sobre uma música original de António Emiliano, foi estreada em Julho de 1988.

Foi também o autor da banda sonora da peça de teatro "FAUSTO. FERNANDO. FRAGMENTOS", uma encenação de Ricardo Pais para o Teatro Nacional D. Maria II. Recebe o Prémio Garrett especial de música.

Os discos "Fausto Fernando Fragmentos" e "Gahvoreh" foram editados em 1989 pela Transmédia. No entanto a editora foi à falência pouco tempo depois.

Assina a música de "Ad Vitam", com coreografia de Paulo Ribeiro, e de "Estranhezas", com coreografia de Paula Massano.

Recebe o Prémio Garrett 1989 Especial de Música (da Secretaria de Estado da Cultura) para o espectáculo "Fausto. Fernando . Fragmentos" e o Se7e de Ouro 89 para Disco de Música Instrumental Contemporânea para os discos "Gahvoreh" e "Fausto. Fernando . Fragmentos".

Em 1990 volta a colaborar com Joaquim Leitão, em dois filmes da série "Love At First Sight", e com José Fonseca e Costa no filme "Os Cornos de Cronos".

Faz a banda sonora do filme "Ao Fim da Noite" (1991) de Joaquim Leitão.

É o autor da semi-ópera "Amor de Perdição", com encenação de Ricardo Pais e coreografia de Olga Roriz, estreada em Novembro de 1991 no Teatro Nacional de São Carlos. A obra foi apresentada no Théâtre Royal de La Monnaie, em Bruxelas, por ocasião da Europália '91.

Em 1993 produziu a faixa "Matar Saudades" incluída na reedição do disco "Banda do Casaco Com Ti Chitas". Colabora na coreografia "The Seven Silences of Salome", estreada em Londres por ocasião da reabertura do Savoy Theatre de Londres. O espectáculo recebeu o Time Out Award para melhor bailado do ano.

Em 1994 assina a banda sonora do filme "Uma Vida Normal", novamente de Joaquim Leitão.

Por ocasião das comemorações do centenário do Infante D. Henrique colabora na "Miscelânea de Garcia de Resende", com encenação e dramaturgia de Rogério de Carvalho, que foi apresentada na Culturgest.

Assinou a banda sonora da "Tragicomédia de D. Duardos", de Gil Vicente, com encenação de Ricardo Pais, apresentada em 1996 no Teatro Nacional S. João.

Suspendeu a actividade artística em 1996 para se dedicar exclusivamente à docência e à investigação em Linguística.

Retomou a actividade artística em 2005. Em 2006 assinou a banda sonora do filme "20,13" de Joaquim Leitão.

DISCOGRAFIA
Fausto Fernando Fragmentos (CD, Transmédia, 1989)
Gahvoreh (CD, Transmédia, 1989)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cantoras dos Anos 80 - Belinda Carlisle

NOME: Belinda Joe Carlisle
DATA DE NASCIMENTO: 17-08-1958
ORIGEM: EUA - Hollywood
ÊXITOS: 'Mad about you' (1986); 'Heaven is a place on earth' (1987); 'I Get Weak' (1988); 'Circle in the sand' (1988); 'La Luna' (1989); 'We want the same thing' (1990); 'Live your life be free' (1991)


Fundadora da banda feminina de new wave 'The Go-Go's', uma das bandas mais bem sucedidas dos Estados Unidos no início dos anos 80. Já nasceu no sítio certo para ser uma estrela ­Hollywood. É a primeira filha de uma família de 7 irmãos, já na Escola liderava a claque de cheerleaders e, apenas com 19 anos, saiu de casa convicta de que a música era o seu futuro. 

Teve a sua primeira aventura como baterista de uma banda punk e, de seguida, formou as Go Go's. Entre 1981 e 1984 gravaram três discos, mas o primeiro foi o que conseguiu um êxito maior, muito por culpa das músicas Beauty and the Beat e We Got the Beat. 
Foi em 84 que Belinda fez uma incursão no cinema como atriz no filme 'Swing Shift' e, pouco depois, participou na banda sonora do filme 'Vision Quest'. As Go-Go's separaram-se em 1985 e Carlisle avançou numa carreira a solo. Depois de cinco anos de 'excessos' com as Go Go's, Carlisle passou por um período de recuperação física e reapareceu mais feminina, mais moderna, e até mais jovem. Começou por chamar a atenção com a música Mad about you e, em 87, Heaven is a place on earth conquistou o 1º lugar nos Top's dos Estados Unidos, Reino Unido e muitos outros países, incluindo Portugal. Do mesmo álbum, o 2º single, I Get Weak também subiu às primeiras posições das tabelas mundiais. Já no terceiro disco, Circle in the sand foi a música que teve maior destaque. 

A esta altura, a sua popularidade já era de tal maneira que encheu o Estádio do Wembley, em Londres, para um concerto em 1988. Imparável, no ano seguinte, mais dois grandes êxitos: La Luna e (We Want) the same thing. Já no início dos anos 90, a música Live Your Life Be Free, do seu quarto álbum, foi um grande sucesso na Europa. 
Belinda Carlisle é casada, tem um filho e quando tinha 42 anos provou o quanto continua em forma ao aparecer na revista Playboy. Em 2010, lançou uma auto-biografia.

domingo, 21 de julho de 2013

Ana Paula Reis

Ana Paula Reis é filha da cantora Teresinha Reis e de Zuzarte Reis (o responsável pela rubrica "Repórter da História" da Rádio Renascença).

Durante vários anos foi locutora da RTP. 

Em 1984 gravou o Máxi-single "Utopia". O disco, em vínilo branco, incluía duas versões - a versão pequena e a versão grande - do tema "Utopia". O tema tinha letra de Ana Paula Reis que também produziu o disco em conjunto com Paulo Neves. A base instrumental foi gravada na Holanda e a música é da autoria de A. Larson e F. Martens.

Em 1985 foi editado o álbum "De Mim Para Ti" com produção de Zé da Ponte e Guilherme Inês. O disco incluía os temas "Espelho Meu", "Os Pontos Nos Is", "Amolador", "De Mim" e "Atina". 

Foi lançado um Máxi-single com os temas "Espelho Meu" e "De Mim...".

Em 2006 foi convidada no programa "Canta Por Mim" da TVI onde foi um dos nomes que chegou à final.

DISCOGRAFIA
Utopia (Máxi, Rádio Triunfo, 1984)
De Mim Para Ti (LP, Rádio Triunfo, 1985)

NO RASTO DE...
Ana Paula Reis casou-se com Domingos Piedade e foi viver para a Alemanha. Neste momento regressou a Portugal onde exerce psicologia.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

ABC


NOME: ABC
DATA DE FORMAÇÃO: 1980
ORIGEM: Inglaterra - Sheffield
ÊXITOS: 'Poison Arrow'; 'The Look of love'; 'All of my heart'; 'The night you murdered love'; 'King without crown a crown'



Apareceram mesmo no início dos anos 80. Na época do New Wave. 

Martyn Fry era jornalista na área da música até ao dia em que entrevistou a banda Vice Versa, e, conversa puxa conversa, juntou-se a eles como vocalista do grupo. Estavam formados os ABC. 

Lançaram o primeiro álbum em 1982, 'The Lexicon of Love', e conquistaram quase de imediato o 1º lugar de vendas. Ainda hoje, é referido pela crítica musical como um dos 100 melhores discos britânicos de todos os tempos. São deste álbum as músicas 'Poison Arrow'; 'The Look of love' e 'All of my heart'. 

Nos dois anos seguintes, a saída de dois dos elementos trouxe alguma instabilidade ao grupo, mas, em 1985, acabam por surgir com um registo diferente e com novo disco, 'How to be a Zillionaire'. Pela primeira vez, com a música 'Be near me', atravessaram o Atlântico e conquistaram lugar entre as dez mais do Top americano. 

Entretanto, Martin Fry ficou seriamente doente o que obrigou o grupo a parar por uns tempos. Quando regressaram, fizeram-no em grande: um disco com mais três grandes êxitos... 'When Smokey Things', 'The Night you Murdered Love' e 'King without a Crown'. O disco seguinte, em 1989, passou bem mais despercebido que os anteriores e, em 1990, editaram um 'Greatest Hits'. 

Depois de uma mudança de editora, lançaram novo disco em 1991, outro oito anos mais tarde, com a gravação de um espetáculo ao vivo e, em 2001, nova colectânea. 
Os ABC estão de regresso. Ao fim de tantos anos, editaram um novo álbum de originais, 'Traffic' e, vinte e sete anos depois, gravaram aquele que foi o primeiro disco da banda, ao vivo no Royal Albert Hall.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Grupos Musicais Portugueses - Banda Tribo

A Banda Tribo era formada por Fernando Amaral Gomes, João Paulo de Oliveira, José Ferreira de Oliveira,Mário Jorge Silva e José Gonçalo Amaral Gomes.

Em 1984 concorrem ao Festival RTP da Canção com "A Padeirinha de Aljubarrota" que fica em 3º lugar. O tema contou com a participação especial de Ana Sofia Cid.

Os arranjos e direcção musical do primeiro disco eram de José Cid.

Em Julho de 1985 lançam um novo single com os temas "Boneca" e "Andas Louquinha Por Mim".

No ano seguinte são a banda suporte do álbum "Xi-Coração" de José Cid.

DISCOGRAFIA
A Padeirinha de Aljubarrota/Devagar, Discretamente (Single, Orfeu, 1984)
Boneca/Andas Louquinha Por Mim (Single, Orfeu, 1985)

NO RASTO DE ...
João Paulo é teclista da banda de José Cid. Participou no Festival RTP da Canção de 1990 com "A Ilha do Tesouro".

Mário Jorge fez parte dos grupos Karamuru e Sextante. Em 2007 editou o disco "Retratos", a sua estreia a solo.

A filha de José Cid participou em alguns temas do pai.

José Gonçalo faz parte da Banda Tempo. Em 1988 ficou em segundo lugar no Festival RTP da Canção com "Cai Neve Em Nova Iorque".

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Anamar

Ana Maria Alfacinha de Brito Monteiro nasceu na cidade de Lisboa. Estreou-se nos palcos aos 17 anos. Frequentava a Escola de Teatro do Conservatório Nacional quando decidiu partir com um amigo para Paris com destino a Londres. Acaba por ir parar à Suécia onde fica durante 9 meses. Em Gotemburgo forma uma banda punk, os Odd Combo, que cantavam em inglês. É aí que passa a ser conhecida por Anamar.

Vai finalmente para Londres. Logo depois regressa à Avenida de Roma e ao Conservatório. Entretanto foi Anotadora da RTP e abriu uma loja. Em 1982 começou como porteira do Frágil (1) onde esteve até 1985.

No ano de 1983 grava, para a editora Fundação Atlântica, o álbum "Cartas de Portugal", com a direcção musical de Pedro Ayres Magalhães e com letras de autoria de nomes como Miguel Esteves Cardoso e Paulo Bidarra.  O disco não chega a ser publicado sendo editado apenas um single com os temas "Baile Final" e "Lágrimas". 

Com Luís Madureira, seu professor de voz na altura, grava o tema "O Teu Amor Sou Eu", versão de um tema de Irving Berlin com letra em português de Miguel Esteves Cardoso.

Em 1984 colabora com António Emiliano no espectáculo "Alana" realizado no Frágil. Ainda nesse espaço participa no espectáculo "Coproduction" com produção de Manuel Reis e música de António Emiliano.

Participa na peça "O Parque", de Botto Strauss, levada a cena pelo Teatro da Cornucópia, onde contracenou com Eunice Muñoz. Com esse papel ganha o Prémio de Actriz Revelação de 1985.

Em 1986 é um dos nomes que aparecem na compilação "Divergências" da Ama Romanta que lança também, em Março de 1987, o máxi-single "Amar por Amar".

No filme "Repórter X", de José Nascimento, aparece como actriz e interpreta o tema "Dor d’Alma" da autoria de Sérgio Godinho. Outros filmes em que entra, neste período, são "Crónica dos Bons Malandros" e "Um Adeus Português".

Em 1987 é lançado o álbum "Almanave", uma edição da Polygram,  onde aparece uma nova versão de "Canção do Mar". Para promover o álbum, que chegou a disco de prata, foi agendado um concerto a solo no Coliseu de Lisboa: "A noite de 13 de Novembro foi de consagração para uns, mas para muitos outros de descalabro."

Colabora com António Emiliano na banda sonora do bailado "13 Gestos para um Corpo" de Olga Roriz na Gulbenkian.

Em 1989 regressa aos discos com o álbum "Feia Bonita" que contou com a direcção musical de José Peixoto e participações de Nuno Rebelo e do guitarrista Mário Delgado. O disco inclui temas como "Feia Bonita", "Ilha" e "Afinal".

Anamar foi mãe, e a sua carreira artística passou para segundo plano. A partir daí as suas aparições públicas tornaram-se raras, surgindo apenas no filme "Vida Normal" (1994) de Joaquim Leitão e na peça "O Ensaio".

Em 1997 é editado pela BMG o álbum "M" com produção de André Louro de Almeida (ex-Croix Sainte). (2) Este projecto é apresentado num concerto que decorreu na Estufa Fria, em Lisboa. 

É aliciada por Tiago Torres da Silva a gravar um novo disco, dito de voz, onde estava prevista a recuperação de temas gravados para a editora Ama Romanta e inéditos de Torres da Silva, de Pilar e da brasileira Tete Espíndola.

No final de 2000, a convite de Torres da Silva, realizaram-se dois concertos "SMS8" em colaboração com Pilar e Né Ladeiras. Os concertos são um enorme sucesso mas não se voltariam a repetir apesar da promessa que ficou na altura.

O disco "Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar" é editado em 2002 pela Zona Música.

Em 2003 participa no espectáculo-concerto "Wild Cabaret", que ocupou o Teatro São Luiz, onde faz o papel de Rita Hayworth.

A Universal (ex-Polygram) lança em Maio de 2003 o disco "Afinal", uma antologia com 17 temas da sua carreira discográfica.

O disco "Transfado" foi editado pela CNM em Outubro de 2004. O disco subintitulado "Fado Tango e Alma Lusa" conta com Daniel Schvetz no piano, Luís Petisca na guitarra portuguesa e Ricardo Cruz no contrabaixo e percussão.

(1) A irreverente e muito british cantora, esteve à porta do Frágil entre 1982 e 1985 e lá voltou mais três vezes, duas ainda na década de 80 e a última em 1993. A sua passagem coincidiu com o aparecimento dos grupos líderes das noites, o que em parte lhe facilitou a tarefa, já que todos se conheciam. Mesmo assim, teve de recusar muitas entradas a quem não fazia parte dos "clientes habituais". (DN)

(2) "Assumimos as dívidas porque licenciámos o disco, mas a contrapaga era um contrato para a gravação de mais dois CD. A atitude da editora na promoção do M não funcionou. (...) Talvez fosse um disco fora de tempo, embora tivesse sido reconhecido na crítica. Mas a verdade é que não aconteceu. A/DN

DISCOGRAFIA
Baile Final/Lágrimas (Single, Fundação Atlântica,1983)
Amar por Amar (Máxi, Ama Romanta, 1987) (com os temas Roda e Ana no lado B)
Almanave (LP, Polygram, 1987)
Feiabonita (LP, Polygram, 1989)
M (CD, BMG, 1997)
Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar (CD, Zona Música, 2002)
Afinal (Compilação, Universal, 2003)
Transfado (CD, CNM, 2004)

Colectâneas
Divergências (1986) - Roda
 
ANAMAR POR ANAMAR
Radiografia dos discos que Anamar deixou gravados ao longo de 20 anos, agora compilados em «Afinal», feita pela própria em discurso directo.

«o primeiro disco que gravei não existe, foi um single gravado numas máquinas nos Estados Unidos da América. Eram duas canções do folclore português, uma do Alentejo e outra da Beira. Provavelmente foi o meu primeiro "frisson" musical...».

«o segundo disco também não consta. Foi um dueto com o Luís Madureira, meu professor de voz na altura, num exercício pimba de apropriação de uma música do Irving Berlin com letra em português do Miguel Esteves Cardoso. Resumível na expressão "olha para nós cultos e modernos a brincar ao kitsch do musical americano passadista". Tem um registo de voz bastante irónico, muito agudo, muito menina, é o oposto do que eu sou».

«Cartas de Portugal» (LP Fundação Atlântica, 1983). Produzido por Pedro Ayres Magalhães, o álbum nunca saiu e apenas o single «Baile Final» foi editado.

«É um bocadinho uma erupção do vulcão, que tem em si todo o potencial destrutivo que uma erupção tem mas que resulta, no caso, num fertilizar dos campos que permitiram ter o estofo e a ousadia e a capacidade criativa para avançar na música. Nunca gravei nenhum disco em condições tão fantásticas: três meses no grande estúdio da Valentim de Carvalho, com músicos óptimos, fantásticos... E saiu uma merda (risos). O disco nunca saiu, e o "Baile Fina!" sobrevive por várias razões, para mim porque é o tema desse disco no qual consegui cantar como eu era na altura».

«Amar por Amar» (máxi Ama Romanta, 1986)

«É claramente o início da aventura. É o disco mais marcante para mim, porque foi feito com muito poucos meios, muito depressa, com gente muito talentosa, numa mistura que na altura era bastante imprevisível».

«Almanave» (LP Polydor, 1987)

«O momento do "boom", ligado às multinacionais, aos patrocínios. Se bem me lembro, só o Rui Veloso e eu tínhamos patrocínios, e fomos apelidados de vendidos. Enquanto grande produção diz claramente que quero estar no centro das coisas e não num percurso à margem. E foi a experiência de fazer um disco normal, coisa que não tinha acontecido para trás. Foi também o início da relação com o Tozé Brito. Embora musicalmente não tenhamos nada a ver um com o outro, a nível de cumplicidade musical e na generosidade que ele tem de dar espaço ao que é novo, é uma pessoa fundamental».

«Feiabonita» (LP Polydor, 1989)

«É um disco em que tive ainda mais meios, o privilégio de trabalhar com o José Peixoto e começar a minha relação com o José Fortes. É eventualmente o disco com melhor som da minha carreira e foi gravado debaixo de uma tempestade pessoal: separei-me, tinha dois bebés, estava a gravar o disco, mãe sol- teira... O disco saiu e não teve continuidade ao vivo como teria que ter tido. A nível pessoal caiu o Carmo e a Trindade, e com dois gémeos à mistura tratava-se de criar condições para que os gémeos existissem. "Feiabonita" morreu na praia. E a seguir vem um período de silêncio muito grande, que se justifica por essa vida pessoal que  tinha de ser reconstruída.»

«M» (CD RCA, 1997)

«Nasce na pior altura a nível de circunstâncias externas, mas numa altura !m que sinto absoluta necessidade de pôr cá para fora algo que correspondesse a uma dimensão espiritual da música, que não havia nos discos anteriores. Se o mercado fosse outro que não o português, que é estreito, poria este disco num circuito como o da Enya... Acontece que saiu numa BMG que passado muito pouco tempo se desintegrou. E esse desintegrar fez com que as coisas caíssem por terra».

«Ao Vivo» com Né Ladeiras e Pilar (CD Zona Música, 2002). Registo do concerto ao vivo «SM 58», realizado no final de 2000.

«Uma experiência ao vivo magnífica, às portas do céu... É a boa surpresa que vem de fora e que me desencaminha. O convite do Tiago Torres da Silva para fazer esse espectáculo ocorreu numa fase da minha vida em que eu estava quase a achar que se calhar vivia bem sem o palco, sem a música. Tudo se conjugou para que fosse um processo fácil e lúdico, de puro prazer, e portanto deixou um testemunho que não posso ignorar. Depois a ausência de promoção do disco - que não é inteiramente da responsabilidade da editora e teve a ver com uma incapacidade de nós as três estarmos disponíveis ao mesmo tempo para fazer o que era preciso ser feito - é uma pena. Para mim é uma edição que cai num vazio pelo facto de ser quase inexistente para o público».

«Afinal» (CD Universal, 2003)

«É a chave da ignição».  

ARTIGO DE JORGE MOURINHA / BLITZ, 09/06/2003
[Em relação a Espectáculos, Anamar não esquece o “Coproduction” no bar Frágil, as jam sessions no bar Bain Douches em Paris, a estreia do canto em português no bar Anikibóbó no Porto, os loucos concertos no Rock Rendez Vous, e, concerteza, o polémico espectáculo de lançamento do disco “Almanave” no Coliseu dos Recreios de Lisboa.]

«Quando fiz os primeiros discos, era identificada pelo estereótipo da puta. Quando fiz o "M", poderia ser identificada com o estereótipo da santa. Acontece que nunca fui puta nem santa...» Anamar, Diário de Notícias, 2000

«Na primeira fase da minha carreira desiludi-me com o exterior. Na segunda desiludi-me com o interior» Anamar, Público, 2000

«"Só Ana", baseado no Fado Estoril e com uma letra autobiográfica: "É desconstrutora da Anamar distante, é só Ana. Fui completamente impotente para mudar as imagens que as pessoas criam: a Anamar fatal, mulher da noite, dama dos limiares, etc, era imutável. Neste disco mostro que, atrás dessa, está a 'só Ana', que brinca.» Anamar, Público, 2004

Filha de um pediatra, a cantora contou que, quando era pequena, o seu pai lhe dizia algo que a moldou para a vida. "Quando eu fazia algum disparate, a minha mãe tendia a ter uma atitude muito protectora, e eu perguntava-lhe por que razão é que os pais têm de mandar nos filhos, porque é que eu não podia mandar em mim. Ao que o meu pai respondia: ‘Podes mandar em ti se souberes cuidar de ti própria. Se tu decidires bem, eu não vou, de maneira nenhuma, contrariar-te.’ Essa foi uma lição de liberdade responsável que nunca mais esqueci", adiantou. Da mãe, por seu turno, Anamar aprendeu algo muito "bonito": "Ela dizia-me que tudo o que existia vivia. As mesas, os copos, tudo tinha vida própria. Estimulou-me muito a nível criativo e artístico, e eu tento fazer o mesmo com os meus filhos." (C/2001)

Anamar acredita que através da arte, da música e do espectáculo se pode intervir na realidade, que cada pessoa pode ser criativa, verdadeira, responsável e fiel a si própria. (Press-release 2004)

NO RASTO DE...
Mas, mesmo que a música continue ou não, avancei por uma outra área profissional: a da produção de conteúdos de audiovisual e Internet, onde encontro alguma auto-realização. Mas é verdade que o bicho de palco que sou continuava a sentir que haveria algo para cumprir. (DN/2000)

É empresária de conteúdos e autora de guiões para cinema, televisão e publicidade. (C/2001)Actualmente integra o projecto BloomArt como artística plástica.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Cantores dos Anos 80 - Rick Astley

NOME: Richard Paul 'Rick' Astley

DATA DE NASCIMENTO: 06-02-1966 
ORIGEM: Inglaterra - Lancashire
ÊXITOS: 'Never gonna give you up'; 'Whenever you need somebody'; 'Together forever'; 'Cry for help'



Quem na década de 80 era adolescente, sabe muito de quem se fala. O menino bonito com soul na voz que, todas as semanas, aparecia na revista 'Bravo' e que dançava o tempo todo nos videoclips que a MTV transmitia a toda a hora.

Foi descoberto pelo produtor Pete Waterman em 1985, quando tocava bateria numa banda e, dois anos depois, já estava no 1º lugar do Top britânico, durante cinco semanas consecutivas
, com a música 'Never Gonna Give You Up'- o single mais vendido em Inglaterra nesse ano. Ainda do mesmo álbum, mais uma a chegar ao topo da tabela, 'Whenever you need somebody' e, quando julgava ter tempo para respirar fundo e gozar destes dois grandes sucessos... em março de 1988, o single 'Together Forever' conseguia a mesma proeza, o 1º lugar do Top. Chegou a ser nomeado pelos prémios Grammy como Melhor Artista do Ano, mas perdeu-o para Tracy Chapman.

O disco seguinte teve algum êxito em Inglaterra, mas menos no resto do Mundo mas, em 1991, voltou a dar nas vistas com a balada 'Cry for Help'. Dois anos mais tarde, ainda lançou mais um álbum, mas passou quase despercebido. 

Decidiu afastar-se e, só ao fim de 10 anos, é que regressou ao Mundo da música. Entre 2001 e 2005, gravou dois discos, um deles com interpretações de grandes clássicos dos anos 60 e 70. 

Recentemente, surpreendeu os fans com uma tournée que passou pelas principais cidades inglesas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Alexandre José de Medeiros Pereira Soares



Alexandre José de Medeiros Pereira Soares nasceu no Porto, em 15 de Junho de 1958. Na adolescência começa a tocar guitarra clássica. Aos 18 anos inicia-se na guitarra eléctrica. 

Durante algum tempo chega a tocar com os Pesquisa que vieram mais tarde a tornar-se nos Taxi.

Em 1980 estava a tocar sozinho em casa e à procura de elementos para formar uma banda. Encontra Vítor Rua e Toli César Machado com quem forma os GNR. Alexandre Soares  assumiu as vocalizações nos dois primeiros singles ("Portugal na CEE" e" Sê Um GNR"). 

Em 1981 toca com Vítor Rua e Rodrigo Freitas nos Pastorinhos de Fátima. 

Nos GNR lança ainda o máxi-single "Twistarte" e os LPs "Independança", "Defeitos Especiais", "Os Homens Não Se Querem Bonitos" e "Psicopátria".

Em 1986 foi co-autor, em conjunto com o seu irmão João Pedro Soares, da música para o bailado "Barcos Negros" que conquistou o primeiro prémio do Concurso Internacional de Bailado de Lisboa. 

No ano seguinte sai dos GNR devido a insatisfação com o trabalho no grupo.

Lançou o seu primeiro disco a solo em 1988. O álbum "Um Projecto Global", maioritariamente instrumental, incluía o tema "Luzes de Hotel" com letra de Pedro Ayres Magalhães.

Em 1990 compôs a música da peça "Coração na Boca", da autoria de Sam Shepard, com letras de Rui Reininho. Na peça participavam Xana, Ricardo Carmo e os actores Natália Luísa e Virgílio Castelo.

Nesse ano sofre um acidente de viação que o impede de tocar durante dois anos. Durante algum tempo dedica-se a fazer o som ao vivo dos Ban. Em 1992 entra para o projecto Song Experience que depois muda de nome para Zero. É com esta nova designação que é lançado o único álbum do grupo.

Ainda em 1992 é convidado a participar no álbum "Partes Sensíveis" dos Três Tristes Tigres. A primeira colaboração de corpo inteiro no projecto deu-se com a versão de "Anjinho da Guarda", incluída no disco de homenagem a António Variações, com arranjos e produção de Alexandre Soares.

Produziu uma intervenção sonora na instalação "Señor Estupor", de Javier Dias, para a exposição "La Imagen Frágil" da Fundación La Caixa (Barcelona).

Compôs também a música para o filme "Sapatos Pretos", de João Canijo e para uma curta metragem de Rui Simões.

Em 1998 foi considerado o compositor português do ano, pelo jornal Público, devido ao álbum "Guia Espiritual" dos Três Tristes Tigres. 

Em 1998, o seu projecto "Flight 2000" teve um tema num máxi da Kami' Khazz. O outro tema desse disco era dos Mute Life Dpt. 

Faz também a música original de "Buenas Noches, Mi Amor", com textos de Al Berto lidos por João Reis no Teatro Nacional S. João (1999).

Com "Vooum" iniciou a sua colaboração com a coreógrafa Né Barros e o Balleteatro. A Audeo lançou em 2000 o disco com a banda sonora de "Vooum".

A colaboração com Né Barros teve seguimento com "No Fly Zone" (estreado a 19 de Outubro de 2000) e "Exo" (2001).

Compôe a música para o filme "Ganhar a Vida", de João Canijo. Faz também a banda sonora do telefilme "Rádio Relâmpago" de José Nascimento.

Em 2003 assina a co-produção do disco de estreia dos Mesa. No Teatro Carlos Alberto (TeCa) é apresentado o espectáculo "Rua!" com música de Vítor Rua e que teve a participação de Alexandre Soares e Nuno Rebelo.

Assina a banda sonora da coreografia "Vaga" de Né Barros, em 2004.

A Audeo lança em 2005, no formato DVD, os espectáculos "No Fly Zone" e "Vaga", de Né Barros (direcção e coreografia), Alexandre Soares (música original) e Filipe Martins (DVD e montagem).

Começa um trabalho de colaboração com o músico Jorge Coelho.

DISCOGRAFIA
Um Projecto Global (LP, Polygram, 1986)
Vooum (EP, Audeo, 2000)
Cães aos Círculos (Ep, Borland, 2006) (com Jorge Coelho)

Colectâneas
República das Bananas (1996) - Fire Man (com Rui Fernandes/Hélder Gonçalves/Pedro Martins/António Cunha/Regina Guimarães)
Uma Outra História (2005) - Call Up (com Zé Pedro/Gui/Pedro Gonçalves/Jorge Coelho/Fred)
Borland (2005) -

COMENTÁRIOS
Eu não sou muito rápido a trabalhar. Há coisas que andam muito depressa mas, depois, existem pequenos pormenores que até podem não se notar em que ando meses à volta. Como gravo em casa, tenho de fazer tudo: ligar os cabos, sou técnico, electricista... Mas agrada-me mais assim. Tenho muito medo de ter de refazer tudo, dentro de um estúdio, em três semanas, com muito boas condições técnicas, mas com o contacto emocional todo trocado. A grande questão, quando estou a fazer música, é estar emocionalmente ligado aos temas que estou a trabalhar. A própria edição em «sampler» tem de ter um conteúdo emocional. Eu trabalho as máquinas como quem está a tocar guitarra. AS/1998

NO RASTO DE...
Alexandre Soares faz parte dos Três Tristes Tigres. O último disco editado foi a compilação "Visita de Estudo". 

Entrevista a Ágata