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quarta-feira, 7 de abril de 2021

Carlos Paião vai ter estátua em sua homenagem

O cantor e compositor Carlos Paião vai passar a ter uma estátua no centro da cidade de Ílhavo, por decisão da Câmara Municipal, que desafiou o artista plástico Albano Martins para a esculpir, revelou hoje a autarquia.

A estátua de homenagem a Carlos Paião será colocada na Calçada do Jardim Henriqueta Maia que tem o seu nome, no âmbito da requalificação em curso do Centro Urbano de Ílhavo, no distrito de Aveiro.

Compositor, interprete e instrumentista, Carlos Paião viveu grande parte da sua vida em Ílhavo, terra natural dos seus pais, e foi num festival da canção de Ílhavo que começou a ser notado e publicamente reconhecido.

“A escultura, com a inscrição ‘#emplayback’, será feita em bronze, com 1,80 metros de altura e ficará colocada ao nível do solo. Este contexto permitirá um enquadramento de Carlos Paião com o espaço requalificado, integrando-o nas vivências culturais que ali forem desenvolvidas e promovidas no futuro, bem como uma interação e uma proximidade muito direta com as pessoas que usufruem daquela zona, valorizando e simbolizando a relação de intimidade que o artista sempre procurou manter com o seu público e fãs”, revela uma nota municipal.

A iniciativa, que conta com a curadoria de Nuno Sacramento, “espelha o reconhecimento público da Câmara Municipal de Ílhavo do papel cultural e do peso musical de Carlos Paião, enquadrado no esforço conjunto, desenvolvido em 2020, pela autarquia e pelo biógrafo Nuno Gonçalo da Paula (autor da biografia de Carlos Paião), com o propósito de assinalar os 40 anos do lançamento do primeiro disco e da profissionalização da sua intensa carreira, tragicamente interrompida ao fim de uma década”.

Com a nova estátua a erigir no centro da cidade, a Câmara “procura, mais uma vez, manter viva na memória coletiva as tradições, a cultura e as pessoas que notabilizaram e levaram mais longe o nome de Ílhavo e das suas gentes, para além de prestar o seu reconhecimento público deste notável autor e artista português, acarinhado por quem o consagrou e imortalizou”.

O escultor incumbido de criar a estátua, Albano Martins, nasceu no Porto, em 1971, é licenciado em Artes Plásticas – Escultura, pela Faculdade de Belas Artes do Porto e mestre em Design, Materiais e Gestão do Produto, pela Universidade de Aveiro.

Paralelamente à sua atividade artística, foi Professor de Escultura e Desenho no Ensino Superior Artístico e em vários Cursos Profissionais de Arte e Design.

Carlos Paião nasceu a 01 de novembro de 1957, em Coimbra, e morreu a 26 de agosto de 1988, num acidente de viação.

Entre as músicas que escreveu e cantou estão, entre outras, “Cinderela”, “Pó de Arroz” e “Versos de Amor”.

https://www.msn.com/pt-pt/entretenimento/musica/carlos-pai%c3%a3o-vai-ter-est%c3%a1tua-em-sua-homenagem/ar-BB1eBBcX

sábado, 27 de fevereiro de 2021

After Dark

1994 Set. Entre Londres e Lisboa, o produtor Jonathan Milier (Repórter Estrábico, Delfins, Ravel, Resistência, Madredeus) idealiza um projecto na área do acid jazz que junte as duas capitais num só disco, num encontro entre a cena jazz dance inglesa e a house portuguesa. 

1995 Um acordo discográfico é assinado com a BMG. O lançamento do disco chega a ser anunciado para o Verão, mas acaba por ser adiado. 

1996 

Fev.  Chega às rádios o CD single promocional com a canção «Leva-me», cantada por Marité (ex-Ravel). 

Mar. Na BMG, é editado After Dark, o álbum de estreia do projecto de Jonathan Milier. As canções apresentam vocalistas ingleses e portugueses: Kevin Saunders (Marden Hill), Michael Macdermott (Workshy), Marité (ex-Ravel) e Dora (Delfins). Pedro Ayres Magalhães (Madredeus) compõe e toca guitarra em "Lisbon Sunset". Fernando Cunha (Delfins) toca guitarra em «Leva-me». Outros músicos convidados são Mário Delgado (Resistência) mas guitarras, Neil Yates (Brand New Heavies) no trompete e Chris Bemand (Marden Hill) nas teclas.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Adelaide Ferreira


Depois de uma primeira etapa em palcos de teatro e na música ligeira, muda de imagem e investe numa atitude diferente. 

1980 — Participa no filme e na banda sonora de Kilas, o Mau da Fita, cuja música é editada em álbum no selo Philips. 

1981 — Com o single «Baby Suicida», editado pela Vadeca, entra como nome de peso na nova geração de nomes do chamado rock português. Na mesma linha edita, pouco tempo depois, o single, «Bichos/Trânsito», este último já a contar com a participação do marido, Luís Fernando.  

1982 — Transfere-se para a Vimúsica, etiqueta independente, formada por Ilidio Viana, dissidente da Vadeca. Grava um álbum que não chega a ser editado. 

1984 — Inesperadamente classifica-se em segundo lugar no festival da OTI. 

1985 — Com a canção «Penso em Ti (Eu Sei)» representa Portugal no Festival da Canção. O single com a canção é editado pela PolyGram. 

1986 — Depois de sete singles editados, estreia-se nos álbuns com "Entre Um Coco e Um Adeus", na PolyGram, antecedido pelo single «Coqueirando», que obtém assinalável sucesso nas rádios (mas pouco impacte comercial). 

1987 — Após o divórcio com a PolyGram surge associada á MBP, uma independente, comandada por Marcelino de Brito. Grava um álbum, que será pouco divulgado. 

1995 — Remetida ao silêncio, desde a alvorada da década, volta a ser falada embora ofuscada, pela presença da irmã Mila Ferreira (que na Ovação edita "Milagre Num Só Céu"). 

1996 -- Regressa aos discos com "O Realizador Deve Estar Louco", lançado pela Vidisco. No dia 8 de Junho, canta para os soldados portugueses na Bósnia, ao lado de Luís Represas, Lena d'Água e Despe & Siga. Em Outubro participa no CD Racismo Não, editado pela AMI (Associação Médica Internacional). 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Adriano Correia de Oliveira

1942 — Nasce a 9 de Abril no Porto, com o nome completo de Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira, no seio de uma família tradicionalista e católica. Faz a instrução primária em Avintes e o curso do liceu no Porto, primeiro no Colégio Almeida Garrett e depois no Liceu Alexandre Herculano. Em Avintes, inicia--se no teatro amador e é co-fundador da União Académica de Avintes. 

1959 — Com 17 anos, ruma a Coimbra, onde estuda Direito, curso que deixa preso por uma cadeira. Na cidade universitária desenvolve grande actividade nas organizações estudantis, nomeadamente no Orfeão Académico, onde é solista, no Grupo Universitário de Danças Regionais e no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC). Toca guitarra eléctrica no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica, do qual fazem parte José Niza, Daniel Proença de Carvalho e Rui Ressurreição. Os contactos com os músicos ligados ao fado de Coimbra estabelece-se de imediato. Adriano conhece o núcleo de artistas que vai transformar a tradição do fado coimbrão, naquele que é o primeiro passo para ir além da tradição, que caracterizará toda a revolução musical introduzida nos anos seguintes pelos impropriamente designados «baladeiros». António Portugal, Rui Pato, José Niza, António Bernardino são os nomes mais importantes do núcleo original, além de, obvia e naturalmente, José Afonso, a primeira grande influência do cantor e compositor. Canções de Zeca Afonso como «Menino do Bairro Negro» ou «Os Vampiros» mostram aos novos músicos uma outra realidade, além da reflectida pelo fado tradicional.

1960 — Adriano edita o primeiro EP "Noite de Coimbra", que integra as canções «Fado da Mentira», «Balada dos Sinos», «Canta Coração», e «Chula». António Portugal e Rui Pato acompanham os primeiros passos do novel compositor que, desde muito cedo, toma consciência das suas limitações ao nível da escrita poética, e opta por dedicar-se apenas à composição e ao canto. 

1963 — O primeiro LP de Adriano é Fados de Coimbra e reúne temas editados desde 1960 em três EP. Um disco onde se encontra a primeira versão da «Trova do Vento Que Passa», sobre um poema de Manuel Alegre, outra peça central do movimento cultural coimbrão e da contestação estudantil à ditadura. Posteriormente grava o segundo LP, Adriano Correia de Oliveira. «Menina dos Olhos Tristes», «Trova do Amor Lusíada», «Pedro Soldado», «Exílio», «Rosa de Sangue» e «Canção com Lágrimas» são temas do disco. António Cabral, António Ferreira Guedes, Luís Andrade e Urbano Tavares Rodrigues são outros poetas que Adriano canta, além de Alegre. 1964 Viaja até Paris onde conhece Luís Cilia, que permanecerá outra das suas grandes referências. Sempre activo na vida académica, não tardará em trocar o desporto — sagrou-se campeão nacional de voleibol pela Briosa — pelo crescente envolvimento na luta política. A crise de 69, porém, já não o encontrará na cidade do Mondego. 

1968 — Quando lhe falta apenas uma cadeira para terminar o curso de Direito, Adriano Correia de Oliveira troca Coimbra por Lisboa. Trabalha no gabinete de imprensa da FIL (Feira Internacional de Lisboa) e é produtor na editora onde sempre gravou. Entre este ano e 1971 grava a trilogia formada pelos álbuns "O Canto e as Armas", inteiramente dedicado à poesia de Manuel Alegre, "Cantaremos" e "Gente d'Aqui e de Agora". Destes três discos sairão muitos dos temas fundamentais de Adriano, que rapidamente são transformados em hinos da resistência ao Estado Novo. «Raiz», «E a Carne se Fez Verbo», «Peregrinação» e a segunda versão da «Trova» surgem em O Canto e as Armas. 

1969 — Ganha o Prémio Pozal Domingues. 

1971 — Ano da edição de Gente d'Aqui e de Agora, disco onde se inclui um poema de Assis Pacheco na contracapa e 11 canções, como «O Senhor Morgado», «História do Quadrilheiro Manuel Domingos Louzeiro», «Cantar de Emigração» e «Como Hei-de Amar Serenamente». José Niza é o principal colaborador de Adriano neste disco, que precede um silêncio voluntário de quatro anos, uma vez que o cantor recusa enviar os seus textos à Comissão de Censura. Neste álbum, José Calvário, com 20 anos, faz o seu primeiro arranjo como maestro na canção «E Alegre se Fez Triste». 

1975 — Em pleno ano quente da Revolução, Adriano edita o disco "Que Nunca Mais", com direcção musical de Fausto, e colaboração de Carlos Paredes, reunindo material sobre textos do escritor Manuel da Fonseca, que trabalhara ao longo dos últimos anos da ditadura. O disco estava pronto a ser publicado antes do 25 de Abril e o cantor disposto a assumir todos os riscos por essa atitude. "Que Nunca Mais" leva a revista britânica Music Week a eleger o cantor de Avintes como artista do ano. Até à sua morte editará ainda um sétimo álbum. 

1979 — Fiel ao espírito de grupo que sempre o animara, Adriano Correia de Oliveira é um dos fundadores da Cantarabril, cooperativa de músicos ligada ao Partido Comunista Português, com a qual entrará em ruptura dois anos depois, num processo pouco digno. 

1981 — E a hora da ruptura com alguns dos companheiros de luta, mas não com os mais importantes. Cilia, Fausto ou Zeca Afonso permanecerão ao lado de Adriano quando a direcção da Cantarabril decide expulsá-lo. Motivo: uma dívida de 40 contos e a «inadaptação de Adriano à perspectiva mercantilista de mercado». A saúde do cantor já está então consideravelmente degradada devido ao consumo imoderado de álcool. As suas actuações no último ano de vida, nomeadamente num concerto de apoio aos jornalistas da ANOP, ameaçados de desemprego, são fortemente afectadas por esse problema. A cooperativa ia endossando os convites dirigidos a Adriano para outros cantores da casa. Na hora má, Adriano Correia de Oliveira não contou com o apoio dos artistas do partido a quem dedicara a sua vida, cujo único acto de solidariedade foi a expulsão cantor. Luís Cilia deixou a Cantarabril devido a caso. Adriana foi recebido na cooperativa Era Nova, ligada a cantores mais próximos da extrema-esquerda, como Fausto e José Mário Branco. Dois anos mais tarde, numa sessão assinalando o primeiro aniversário da morte do cantor, na presença de vários membros da Cantarabril, o jornalista Júlio Pinto, também ex-militante do PCP, acusaria de «assassinos» os que o expulsaram da cooperativa. 

1982 — Aos 40 anos, num sábado, dia 16 de Outubro, Adriano Correia de Oliveira morre na terra natal, nos braços da mãe, vitimado por uma hemorragia no esófago. Deixou projectos inacabados, nomeadamente uma regravação dos seus temas mais antigos. 

1994 — Doze anos após a morte de Adriano Correia de Oliveira, a Movieplay reedita o seu material, numa caixa incluindo os sete álbuns e quatro EP que gravou. 

DISCOGRAFIA: 

1960 - Noite de Coimbra EP, (Orfeu). 

1961 - Balada do Estudante (EP, Orfeu); Fados de Coimbra (EP, Orfeu). 

1962 - Fados de Coimbra 2 (EP, Orfeu). 

1963 - Trova do Vento Que Passa (EP, Orfeu); Fados de Coimbra (LP, Orfeu). 

1964 - Lira (EP, Orfeu); Menina dos Olhos Tristes (EP, Orfeu). 

1967 - Elegia (EP, Orfeu); Adriano Correia de Oliveira (LP, Orfeu). 

1968 - Adriano Correia de Oliveira (EP, Orfeu); Rosa de Sangue (EP, Orfeu). 

1969 - O Canto e as Armas (LP, Orfeu). 

1970 - Cansaremos (LP, Orfeu). 

1971 - Trova do Vento Que Passa 2 (EP, Orfeu); Cantar de Emigração (EP, Orfeu); Gente d'Aqui e de Agora (LP, Orfeu). 

1972 - Batalha de Alcácer-Quibir Orfeu); Lágrima de Preta (EP, Orfeu). 

1973 - O Senhor Morgado (EP, Orfeu); Fados de Coimbra (LP, Orfeu). 

1974 - A Vila de Alvito (EP, Orfeu). 

1975 - Que Nunca Mais (LP, Orfeu). 

1976 - Para Rosalia (EP, Orfeu). 

1978 - «Noticias d'Abril» (single, Orfeu). 

1980 - Cantigas Portuguesas (LP, Orfeu). 

1983 - Memória de Adriano (duplo LP, Orfeu). 


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Afonsinhos do Condado

1984 — Nuno Faria, economista na Petrogal (baixo), Gimba, de seu nome real Eugénio Lopes (guitarra) e Jorge Galvão, publicitário (guitarra) formam os Tiroliro Vladimir Mohadir e Tá No Ir. Respectivamente adoptam os nomes de combate, Dr. Faria, Sr. Lopes e Mr. Galvão. Apresentam-se com regularidade no B'Arte, no Bairro Alto e no Café Creme. Participam nas «Quatro Tardes para Um Rio» no Café Concerto do Bairro Alto. 

1985 Maio — Com um nome muito comprido, resolvem procurar nova designação. Pensam primeiro em Tantan, mas acabam por optar por "Os Afonsinhos do Condado". Actuam nas Noites Longas, onde participam também os Sétima Legião. Ai conhecem Ricardo Camacho, que sugere a gravação de uma demo para eventual contrato com a EMI/VC. A maqueta é então gravada no Café Creme, por Manuel Paulo. Estreiam as «Noites Frescas» do Rock Rendez--Vous. 

1986 Jun. — Após um telefonema de Tozé Brito, e a conselho de Ricardo Camacho, acabam por assinar contrato com a PolyGram. 

1987 Mar. — Editam, em single e maxi-single (com três temas), A Salsa das Amoreiras, com produção de Ramón Galarza. No disco participam também Mário Laginha, Rui Veloso, Zé Nabo, o próprio Ramón Galarza e o Grupo de Sopros Lisbonenses, constituído por Tomás Pimentel, Carlos Martins e Tozé Oliveira. Uma equipa de luxo! A Salsa das Amoreiras torna-se rapidamente num enorme êxito, sendo inclusivamente alvo de uma imitação de Fernando Pereira e utilizado por Florbela Queirós que, numa peça no Teatro Variedades, entra em palco a cantar a canção. Nas rádios invade simultaneamente o FM e a onda média. Dão 32 concertos pelo pais. Participam no espectáculo «Vamos Cantar o Zeca», na Aula Magna, onde interpretam uma versão salsera de «O Que Faz Falta». 

1988 Abr. — Sai o segundo disco, LP Açúcar, com nove faixas produzidas por Ramón Galarza. As rádios não concentram o airplay numa mesma canção, e assim nascem vários êxitos: «Rolar no Chão», «Sambinha para Gorbachev», «Ska da Ilha» e «Noites Quentes». «Rolar no Chão» é, inclusivamente, remisturado pela Rádio Cidade, que chega a enviar cópias da remix para rádios no Brasil. Set. — Editam o single «Ska da Ilha» que apresenta uma remistura deste tema, por José Carrapa, e uma regravação de «É Hoje o Dia». Ao longo do ano são presença assídua na televisão e nas rádios. Durante o Verão dão espectáculos de estrada e participam nalguns concertos no Casarão das Palmeiras, a sede do PSR, onde chega a haver problemas com skinheads. A solo, Jorge Galvão compõe um tema para o disco A Festa do Circo, um projecto do Chapitô. 

1989 Maio — Lançam o mini-LP No Parque Mayer com produção de Ramón Galarza e dos próprios Afonsinhos do Condado. No disco encontram-se canções como o «Rap do B.A.», o primeiro tema de rap gravado em Portugal, «Primavera»,, «Rapariguinha Você E Uma Loucura», com Kalu (dos Xutos & Pontapés) na bateria, ou «A Menina Sensação». É o princípio do declínio do grupo que, tendo fugido ao característico som tropical, para explorar diversas formas, causou uma reacção negativa junto ao público. O disco é estreado na RFM (e simultaneamente na estação espanhola Cadena Ser) num concerto transmitido em directo do Loucuras. Um mês depois, ao verificar algumas brejeirices nas letras, a Rádio Renascença proíbe a passagem do disco. Uma entrevista no Sete, por Cristina Arvelos, recebia o título «Temos Pilinha, mas somos diferentes». A imagem do grupo entretanto mudara. 

1990 Mar. — Simultaneamente, são colocados no mercado o CD compilação Afonsinhos do Condado e um mini-LP com o mesmo título. No CD são incluídos, além dos greatest hits, os inéditos «Música do Sul» e «Querida Guida», este último o derradeiro êxito radiofónico do grupo. O mini-LP acrescentava, aos dois inéditos, remisturas (da autoria do grupo e de Zé Vasco) de quatro temas do álbum Açúcar_ Participam no Festival RTP da Canção com «Juju e a Sua Banda» que alcança o 9.° lugar (em 10 concorrentes). Maio — Em Aveiro, no recinto da Feira das Indústrias, o grupo dá o último concerto com Gimba, que abandona Os Afonsinhos do Condado para, pouco depois, apresentar (durante algum tempo) o programa «Pop-Off» na RTP2. Entre entrevistas e loucuras cria, para o «Pop--Off», As Aventuras de Cazé, um breve seriado humorístico. Jun. — Naná Sousa Dias assume a direcção artística do grupo e escolhe os músicos que acompanham Os Afonsinhos do Condado, agora reduzidos a Nuno Faria (voz) e Jorge Gaivão (guitarra). São convocados Zé Nabo (baixo), Roberto Soares (bateria), João Ferreira (percussões) e, nos sopros, Claus Nymark, Naná Sousa Dias e Eduardo Santos. Tocam em França, no Festival Internacional de Nimes, num cardápio que apresentava nomes como os de Jorge Ben, Ray Barreto e os Les Negresses Vertes. Jul. — Actuam em Toronto (Canadá) a convite da Chin Internacional Radio, no Dia das Comunidades. De regresso a Portugal, correm o país onde participam em diversos espectáculos. 

1991 Set. — Novo Verão de concertos. Dia 28, na discoteca Hipotenusa, no Porto, dão o último concerto. Como esse era o dia de aniversário de Gimba, convidam-no para acompanhar o grupo. Ao vivo, chega a cantar o «Rap do B.A», ao que se seguiu um «Parabéns a Você». Depois do concerto, entre copos, no Swing, Nuno Faria e Jorge Gaivão decidem suspender a actividade do grupo. 

1992 — Nuno Faria é o responsável pela direcção artística do grupo Lindu Mona e os Bangalas do Kassange, um projecto de música angolana com músicos de Angola, Cabo Verde e Portugal. Actuam diversas vezes no Café Concerto da Comuna. 

1993 Jul. — Lindu Mona e os Bangalas do Kassange deslocam-se a Itália para uma digressão. Mesmo sem disco, nem perspectivas de gravação próxima, o projecto mantém-se activo com uma agenda regular de concertos até ao presente. Jorge Gaivão faz a cenografia para Quiosque do grupo de teatro Persona. 

1994 Abr. — Nuno Faria participa numa performance de homenagem a John Cage na Rua Augusta, organizada por José Oliveira. Dentro de um círculo de arame farpado e no topo de um monte de palha onde num pano se lia «Os ARTISTAS São a Classe Ruminante», lá estavam os músicos. Jorge Gaivão faz a cenografia para O Estranho Caso da Tia do Melro, de Fernando Gomes, apresentado na Comuna. 

1995 Jan. — Nuno Faria assume o lugar de A&R nacional da PolyGram, deixado vago, alguns meses antes, quando Carlos Maria Trindade se juntou aos Madredeus. É o responsável pela chegada ao catálogo de nomes como os Pop dell'Arte ou Blackout. 

1996 Maio — A PolyGram anuncia a edição de um disco a solo de Gimba, «Funky, Punky, Trunky». 

DISCOGRAFIA: 

1987 — «Os Afonsinhos do Condado» (single, Polydor). 

1988 — Açúcar (LP, Polydor); «Ska da Ilha» (re-misturado) (single, Polydor). 

1989 — No Parque Mayer (mi-ni-LP, Polydor). 

1990 — Os Afonsinhos do Condado (mini--LP, Polydor); Os Afonsinhos do Condado (CD com 16 canções, Polydor). 


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Alice Amaro

Alice Amaro, cujo nome completo é Alice de Moura Amaro, é alfacinha de gema. Nasceu no típico Bairro de Alfama, a 12 de Setembro de 1936. Cantava desde miúda, onde e quando lhe apetecia, ou lhe pediam, e essa natural vocação levou-a ao Centro de Preparação de Artistas de Rádio, sob a direção do Prof. Motta Pereira. 

Aí conseguiu obter, com facilidade, dadas as suas naturais aptidões, as bases e os conhecimentos que lhe permitiram abraçar, sem hesitações, a profissão que desde sempre a apaixonara. 

Deste modo, ao cabo de um ano de regulares atuações aos microfones daquela que foi a única escola de artistas de rádio em Portugal, Alice Amaro decidiu enveredar pela. carreira profissional. A sua estreia aconteceu, com grande êxito, a 28 de Junho de 1958, num Serão para Trabalhadores na Emissora Nacional. 

DISCOGRAFIA: 

1959 Triste Sina (EP, Alvorada). 

1960 Olhos Azuis (EP, Alvorada). 

1961 Bom Dia Lisboa (EP, Alvorada). 

1962 Simpatia (EP, Alvorada). 

1963 Vaidosa (EP, Alvorada). 

1964 Ser Moderno (EP, Alvorada). 

1967 Sou Quem Sou (EP, Alvorada); Alfacinha de Gema (EP, Alvorada). 

1968 Lisboa dos Milagres (EP, Alvorada); Tic-Tac do Amor (EP, Alvorada). 

1971 A Rua do Zé Ninguém (EP, Alvorada). 


quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A Fúria do Açucar

1991 — João Melo, Renato Solnado e João Didelet formam um grupo para espectáculos de Café Concerto, que permanece activo por dois anos. 

1994 — João Melo decide criar um outro projecto, com base musical, para o qual entram os músicos Ruca Rebordão, Filipe Larsen, Múcio Sá, Sónia Fonseca e Ellyza Miranda. 

1995 — Assinam com a PolyGram, entusiasmada com as características humorísticas do grupo, então  já designado como A Fúria do Açúcar. 

1996 — A PolyGram edita A Fúria do Açúcar, álbum de estreia que apresenta a advertência, "Este é um disco de pura palhaçada. Qualquer semelhança com a seriedade será mera coincidência." O disco inclui os extras «Track», «Bonus Track» e «Master Track», todos eles com sons de «traques»... O single promocional  "Batman (É Ele)" roda com insistência na rádio. O vídeo, uma paródia à Igreja Universal do Reino de Deus, é pouco passado na TV. O disco não resulta no mercado. Apenas com fins promocionais, a PolyGram lança um CD single com uma remistura de «Buraca» — a «Burakinha Mix» — da responsabilidade do DJ, Nuno Miguel. 

1997 Jan. — Editam o segundo álbum de originais O Maravilhoso Mundo do Acrílico que inclui uma canção «Long Dick Man», meio cantada em russo. 


Afterdeath

Surgidos em Lisboa em 1990 os Afterdeath são liderados por Sérgio Paulo, vocalista e único elemento original, também responsável pela editora e antiga fanzine Guardians Of Metal. O Grupo fez a sua estreia ao vivo em Março de 1991 e desde então realizou algumas digressões nacionais. 

Em 1992 surge a primeira maqueta intitulada «Behind Life» de onde é retirado o tema «Digital Horizons» incluído na colectânea «The Birth of a Tragedy» da MTM. 

Em 1993 os Afterdeath participam com "Dark Atmosphere" na compilação «Sometimes Death Is Better» da Shiver Records, uma editora belga. «Unreal Sight» é a segunda maqueta publicada em 1994 com uma nova formação. Após várias reviravoltas, o guitarrista original Nuno Maciel regressa aos Afterdeath, adicionando-se Mário Rui na bateria e José Ramos no baixo. Foi esta formação que gravou no Verão de 1995 o álbum de estreia Back Words onde misturam várias vertentes do metal com especial ênfase no death metal. Desde então, os Afterdeath já sofreram mais algumas mudanças de line-up e aguarda-se um segundo trabalho de originais. 

Ada de Castro

Ada de Castro Pereira nasceu a 13 de Agosto de 1937 na freguesia do Castelo, em Lisboa. Quando iniciou as lides fadistas, optou pelo nome mais curto e fácil de Ada de Castro. 

A sua carreira, após a estreia no restaurante típico Faia, fê-la peregrinar pelas mais importantes casas de fado e casinos do continente e da Madeira. Quando chegou a vez do teatro, Ada de Castro estreou-se na revista "Tudo à Mostra", no Teatro Maria Vitória, a 15 de Abril de 1966, cantando "Na Hora da Despedida", tendo sido um êxito para a jovem fadista. Ao longo da sua carreira, Ada de Castro gravou também marchas populares, nomeadamente aquelas de que tem sido madrinha.