Ser filho de um dos actores mais carismáticos do periodo dourado de Hollywood não é fácil para qualquer um. Muitos foram aqueles que não conseguiram honrar o nome do pai. Talvez por isso mesmo se perceba que a escolha de uma carreira em moldes diferentes tenha ajudado a consolidar a sua imagem junto de um grande público.
Nascido e criado no mundo do cinema, era pouco provável que figusse dele. Filho do lendário - e felizmente ainda vivo - Kirk Douglas , nasceu a 25 de Setembro de 1944 em New Jersey, na costa leste dos Estados Unidos.
Na verdade Michael cresceu longe do pai. Aos seis anos a separção dos pais fez com que só visse Kirk nas férias, altura em que ele o levava para Hollywood. Apesar desde esses dias ter dito que queria seguir uma carreira de actor, encontrou a oposição do pai que via na indústria cinematográfico algo de prejudicial para o desenvolvimento pessoal de um individuo tal as suas caracteristicas. Mas Michael não lhe deu ouvidos. E depois de algum treino, em 1969 viria a sua estreia profissional em Hail, Hero!. Michael tinha 25 anos. Desde logo catalogado como o "novo Kirk Douglas", preferiu apostar num estilo diferente de interpretação e de papeis. Depois de alguns pequenos papeis no cinema, destacou-se ao lado de Karl Malden na popular serie televisiva The Streets of San Francisco. O sucesso da serie grangeou-lhe vários admiradores. No entanto a sua primeira consagração viria não como actor, mas sim como produtor. One Flew Over the Cuckoos Nest foi o Melhor Filme de 1975, e como produtor do filme, Michael levou para a familia Douglas o primeiro óscar. Com 31 anos tinha ganho o que o pai nunca tivera em trinta anos de carreira.
Depois do sucesso da sua primeira produção, Douglas voltou ao cinema em The China Sindrome, filme que também produziu. Um acidente de viação em 1980 afastou-o durante algum tempo do grande ecrãn e foi na comédia que Michael Douglas se encontraria finalmente. Em três filmes ao lado de Kathleen Turner, Romancing the Stone, The Jewel of the Nile e The War of the Roses, conseguiu os seus primeiros sucessos de bilheteira. Em 1987, no seu primeiro papel sério - depois de ter igualmente estrelado Fatal Atraction - venceu o óscar de melhor actor pelo seu desempenho em Wall Street. Uma vitória contestável mas que acabou por confirmar a sua tendencia ganhadora. Tornou-se o segundo homem, a seguir a Lawrence Olivier, a vencer um óscar por Melhor Filme e por Melhor Actor. Algo que mais ninguém até hoje conseguiu.
Depois de uns anos parado, Michael voltou em grande estilo em 1992 no filme Basic Instinct. Ao lado de Sharon Stone, ajudou a popularizar este trhiller erótico e voltou a conseguir um exito de bilheteira. Seguir-se-iam filmes mais leves como The American President, The Ghost and the Darkness e o notável The Game. A sua carreira tinha agora estabilizado em pequenas produções de sucesso como A Perfect Murder ou Wonderboys, os seus trabalhos de maior destaque no final dos anos 90. O sucesso de Traffic em 2000 podia ter ajudado a revitalizar a sua carreira mas isso não acabou por acontecer. Douglas continua a cultivar a sua faceta de produtor (já produziu filmes como Starman e Face Off) e agora é mais celebre pelo seu milionário casamento com a actriz galesa Catherina Zeta-Jones do que pelo que faz no cinema. Mas a verdade é que é um nome marcante da história do cinema dos últimos vinte e cinco anos e merece todo o mérito por isso.
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