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sábado, 25 de junho de 2022

George Clooney


É um dos actores mais charmosos da sua geração. Entre os sucessos na televisão e no cinema conseguiu construir uma carreira sólida. Já apostou na realização com frutos e hoje é um dos nomes mais multi-facetados de Hollywood. E faz isso sempre com um sorriso espelhado na cara...

Filho do sul dos EUA, onde fez campanha pelo pai para este ser eleito senador, é um homem do mundo do espectáculo. Cresceu a ver o pai na televisão e foi aí que encontrou a fama, mais propriamente na secção do serviço de urgências. Daí a consolidar a sua carreira no cinema foi um passo, e agora será curioso ver os próximos desenvolvimentos da vida de uma estrela chamada George Clooney.

Nasceu George Timothy Clooney a 6 de Maio de 1961 em Lexington, cidade do estado do Kentucky no sul dos Estados Unidos da América. O pai, Nick Clooney, era um reputado reporter televisivo foi o primeiro a tentar trazer o seu filho para o mundo do espectáculo. Aos cinco anos começou-o a levá-lo para a regie do programa que apresentava e convenceu o filho a procurar uma carreira no jornalismo. No final, temendo uma futura concorrência com o próprio pai, o pequeno George partiu do meio jornalistico para ingressar na vida desportiva onde tentou por várias vezes a sua sorte como profissional de Baseball. Depois de ter sido rejeitado pelos Cincinatti Reds decidiu apostar numa vida ligada à representação. Por essa altura já tinha completado o liceu e tinha sido aceite na Northern Kentucky University, onde não acabou o curso que tinha começado. Estavamos em 1982 e a vida de Clooney a representar tinha começado. Iria honrar o nome do tio, José Ferrer, vencedor de um óscar de melhor actor em 1950, e acompanharia o primo, Miguel Ferrer, numa carreira de sucesso em Hollywood.


Depois de ter-se estreado no cinema num pequeno papel arranjado pelo primo, decidiu partir para Los Angeles onde durante um ano procurou, sem suceso, trabalho como actor. Sem dinheiro, vivia no armário de um amigo. Finalmente conseguiu estrear-se em Hollywood, em 1983, ao lado de Charlie Sheen mas o filme nunca saiu da prateleira para desespero de Clooney. Mas os estudios gostaram do que viram do jovem actor.
O seu primeiro papel de destaque viria curiosamente numa serie televisiva chamada E/R, em que o actor partilhava o elenco com Elliot Gould e Jason Alexander. E só em 1987 é que Clooney daria oficialmente os primeiros passos no cinema. Foi no filme Return to Horror High, horror-movie que antecedeu outros titulos menores como Grizlly2 : The Predator e The Attack of the Roaring Tomatoes e que seriam os únicos filmes que faria em toda a década. Eternamente divido entre a televisão, onde participou em diversas series, e os primeiros e timidos passos no mundo do cinema, George Clooney parecia passar completamente despercebido na Meca de Hollywood.


O inicio dos anos 90 pautou-se com diversas novas series de sucesso como Baby Talk ou Bodies of Evidence e com pequenos papeis no cinema em Unbecoming Age e The Harvest.
O grande "boom" na carreira de Clooney chegaria apenas em 1994 na serie ER - Serviços de Urgência. A serie foi um sucesso imenso e a sua personagem era o principal catalizador de emoções. De repente Clooney passava a ser uma das maiores estrelas do panorama televisivo norte-americano. E não demorou muito até a sua carreira em Hollywood começar a progredir. Primeiro foi no sucesso da critica From Dust Till Dawn, filme de Robert Rodriguez com argumento de Quentin Tarantino, e depois seria a sua passagem pela serie Batman, onde viveria em 1997 o Homem-Morcego, sucedendo a Val Kilmer. Ainda nesse ano foi, ao lado de Nicole Kidman, a estrela de The Peacemaker, outro sucesso junto do público que ajudou a consolidar a sua imagem de actor de sucesso. O ano acabaria em grande com a eleição para Homem mais Sexy do ano.


O ano seguinte começaria a consolidar a imagem do "bom ladrão" que George Clooney iria desenvolver nos anos seguinte. Primeiro ao lado de Jennifer Lopez em Out of Sight e em 1999 no notável sucesso de David O. Russell, The Three Kings. Nesse filmes Clooney chegou mesmo a defrontar-se com Russell a propósito de divergências na forma como Russell o filmava, tendo sido na altura apoiado pelo amigo Mark Whalberg, com quem partilhava o protagonismo do filme. No ano anterior Clooney tinha sido um dos muitos actores no sucesso The Thin Red Line.
A entrada no novo século chegava com o enorme sucesso dos irmãos Coen, O Brother Where Art Thou?, em que Clooney tinha a possibilidade de voltar ao seu estado natal. O filme mostrou um Clooney com um sorriso "pepsodent", imagem de marca do actor para os anos seguintes. Depois de trabalhar com os Coen, chegaria a vez de fazer, lado a lado com o amigo Whablerg, The Perfect Storm, filme de Wolfgan Peterson. O ano corria bem e depois de uma passagem pelo filme Spy Kids, chegava a altura de Clooney se juntar à troupe de Steven Soderbergh.


Em Ocean´s Elevan, George Clooney leva ao extremo a figura do bom ladrão, extremamente "cool". No seu primeiro filme com o seu grupo de amigos, que inclui Brad Pitt, Julia Roberts e o realizador Soderbergh, a sua interpretação foi o ponto alto do remake do maior sucesso do rat-pack de Sinatra, Martin e Sammy Davies Jnr. Papel que repetirá este ano no esperado Ocean´s Twelve.
2002 seria um ano de emoções mistas. A aposta no remake do sucesso de Andrei Tarkovski, Solaris, falhou em toda a linha, mas a sua estreia como realizador conheceu alguns aplausos interessantes. Confessions of a Dangerous Mind anunciava, acima de tudo, um Clooney fresco a dirigir a camara e pronto a ceder o protagonismo a outros actores em prole do resultado final. Para o elenco do filme voltou a juntar o grupo de amigos, dando o destaque a Sam Rockwell que conseguiu dessa forma uma das melhores performances do ano. E se em 2003 Clooney voltou a Spy Kids e ao amigo Rodriguez, também houve a oportunidade de o ver de novo na mão dos Coen no interessantissimo Intolerable Cruelty.


George Clooney é hoje, sem margem para dúvidas, um dos actores mais populares de Hollywood. Apesar da sua carreira não ter sido pontuada por magistrosas interpretações e sucessos retumbantes, o seu caracter e a forma de estar diante da camara granjearam-lhe imensos admiradores por esse mundo fora. Resta saber se será o Clooney cool que iremos ver nos próximos anos, ou o homem sóbrio que mostrou que dirigir é algo que também sabe fazer extremamente bem.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Shirley MacLaine

Ao longo da sua carreira trabalhou com alguns dos maiores realizadores de Hollywood. Foi essencialmente nas mãos de Billy Wilder que Shirley MacLaine provou porque é uma das melhores actrizes da história. A sua beleza não seguia os padrões dos sex-symbols da era, a sua frontalidade valeu-lhe muitos inimigos na indústria, mas ainda hoje, cinquenta anos depois de ter começado, Shirley MacLaine ainda dá provas do seu gigantesco talento.
A estreia não podia ter sido mais auspiciosa. Foi em 1955 no divertido Troubles With Harry de Alfred Hitchcock. O realizador reparou nela, lançou-a para a ribalta, e assim nasceu uma estrela. Em 1958 faz uma performance inesquecivel - uma das melhores de sempre certamente - em Some Came Running de Vincent Minelli. Um desempenho poderosissimo que lhe vale uma primeia nomeação ao óscar. Algo que repetirá dois anos depois pelo seu assombroso desempenho em The Apartment de Billy Wilder. O filme marcará a primeira colaboração entre ambos que conhecerá novo capitulo de sucesso em 1963 com Irma la Douce. Nova nomeação e nova derrota para McLaine que começa a mostrar o seu descontentamento com Hollywood. Os anos 60 e 70 passam a correr até que chega em 1975 o seu premiado documentário, The Other Half of the Sky, um trabalho sobre a China. Dois anos depois a quarta nomeação ao óscar pelo seu papel em Turning Point. O resultado final foi o mesmo. Foi preciso esperar até 1984 para que a já veterano actriz levasse de vencida as rivais e subisse ao palco para reclamar o óscar. Num dos mais espantosos discursos de sempre, MacLaine abre dizendo "I deserve this...i really deserve this!". Estava feita justiça. A carreira da meia-irmã de Warren Beatty continua calmamente, com alguns pontos altos como Stealing Magnolias ou Guarding Tess. O último ano foi bastante activo para MacLaine que regressa em estilo, primeiro em In Her Shoes, já por cá estreado, e também com Rumor Has It. A sua carreira mostra sinais de que não vai parar tão cedo. O mundo agradece!

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Salma Hayek

Produto das novelas mexicanas a verdade é que o seu talento tem vindo a despontar à medida que os anos passam. Sem receio de encarnar as mais diversas personagens, a sua carreira mostra-se extremamente promissora.

Conta-se que Salma Hayek, quando soube da exposição e da natureza das suas cenas de sexo com Antonio Banderas em Desperado, chorou, tremeu e pensou em desistir de ser actriz. Mas algo dentro dela convenceu-a a continuar em frente. E foi aí que se percebeu que havia algo nela que a destinava a grandes feitos.
Tudo começara anos antes, a 2 de Setembro de 1966 em Vera Cruz no México. Salma Hayek nascia numa época de expansão do México. A sua mãe era cantora de ópera. O pai era um empresário libanes de sucesso. A sua vida correu bem desde os primeiros minutos e foi ao ver cinema que descobriu que queria fazer cinema. Por isso trabalhou desde cedo para alcançar o seu sonho. Em 1989 a sua estreia na televisão mexicana marcaria o primeiro passo da carreira de uma das mais bem sucedidas actrizes mexicanas de sempre.
O seu primeiro filme chegaria em 1992, quando já era vista como uma estrela nacional no México. Mas Hollywood era outra conversa e durante bastante foi dificil arranjar trabalho. Os seus primeiros filmes não passaram á história e foi preciso um americano de origem mexicana, o realizador Robert Rodriguez, para a aproveitar em toda a plenitude. Desperado marcou o inicio da sua carreira, não só como actriz, mas também como sex-bomb latina da década de 90.


Seguiu-se então um final de anos 90 extremamente positivos para a sua carreira. Voltou a trabalhar com Rodriguez em From Dust Till Dawn e começou a ganhar destaque no mercado norte-americano com papeis em filmes como Fools Rush In, 54, Breaking Up e Dogma. Em 1999 aparecia ao lado de Will Smith e Kevin Kline no filme Wild Wild West e confirmava-se como a actriz latina de eleição em Hollywood. Mesmo a sua recem criada produtora tinha sucesso, produzindo o candidato mexicano ao óscar de filme estrangeiro em 1999, filme que estaria igualmente em Cannes e outros festivais de cinema.
Em 2002 o destaque chegaria com Frida. Interpretar uma heroina mexicana era um desejo antigo da jovem actriz que se transformou por completo na pintora conseguindo um desempenho verdadeiramente arrebatador, o que lhe acabou por valer a nomeação ao óscar de melhor actriz, uma área normalmente vedada a hispanicos.


Aproveitando a máre, Hayek estreou-se no ano seguinte como realizadora do filme The Maldonado Miracle que fez furor em Sundance. No final desse ano a actriz voltaria a viver a mesma personagem que a tinha lançado para a fama na continuação de Desperado, o filme Once Upon a Time In Mexico. Já este ano a actriz assinou participações em After the Sunset e Ask the Dust, estando preparada para entrar no primeiro filme furor latino, um filme que junta as duas sex-symbols da comunidade latina em Hollywood, Salma Hayek e Penelope Cruz.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Anthony Hopkins



O titulo de Sir assenta-lhe que nem uma luva. Depois de anos em que esteve afastado das telas, os últimos quinze anos mostraram nele um dos maiores actores de todos os tempos, e, provavelmente, uma das maiores lendas vivas da representação. Apesar de ter conquistado a fama graças a um mitico papel, na verdade, é toda uma carreira que está, e ficará para sempre, na memória da história do cinema...


Um dos mais icónicos actores britânicos da actualidade, Sir Anthony Hopkins é a prova de que velhos são os trapos. Apesar de ter entrado tarde para a ribalta, ninguém duvida que Hopkins é dos actores mais completos a surgirem nos últimos 15 anos da história do cinema.

Nascido Philip Anthony Hopkins a 31 de Dezembro de 1937 no Pais de Gales, a vida de Anthony Hopkins dividiu-se entre os palcos e os estudios de cinema mas a verdade é que a representação sempre foi tão importante para ele como o ar que respira.
Apesar de ter tido uma infancia dura e de detestar ir à escola, especialmente nos dificeis invernos galeses, foi no teatro que encontrou a sua verdadeira inspiração. Protegido do mitico Laurence Olivier deu os primeiros passos como actor profissional na década de 60 nos palcos londrinos. Em 1967 experimentava o cinema no filme The Wihte Bus, depois de ter também aparecido numa serie de televisão. No ano seguinte mostrou pela primeira vez ao mundo todas as suas potencialidades como actor ao encarnar Ricardo Coração de Leão no já mitico filme Lion in Winter. Ao lado de outros actores que dividiram a carreira entre os palcos e o cinema como eram Peter O´Toole, Khaterine Hepburn e Timothy Dalton, o jovem Hopkins soube encarnar o principe Ricardo com grande entusiasmo o que lhe valeu eventualmente o aplauso da critica. O primeiro!


No entanto, apesar de todos esperarem que ele se confirmasse como uma das grandes esperanças do cinema britânica, Hopkins preferiu dividir-se nos vinte anos seguintes pelos palcos e pelas series de televisão. Entre 1968 e 1988 fez apenas 11 filmes, mas em troca brilhou nos palcos londrinos e ainda conseguiu vencer dois Emmys, pelos seus desempenhos em The Bunker, onde encarnou Adolf Hitler, e The Linderberg Kidnapping Case.
Entre a pouca mais que uma dezena de filmes em que entrou destacam-se Juggenaut, filme de 1974, Magic, de 1978, e ainda The Elephant Man, estreia de David Lynch na realização, filme hoje já de culto especialmente pelo desempenho notável de John Hurt. Por essa altura superou a sua dependência do alcool, salvando-se assim de encontrar o mesmo destino que o seu amigo e compatriota Richard Burton, com o qual era várias vezes comparado.


No final dos anos 80, e depois de se ter consagrado como um dos maiores actores de teatro de sempre em Inglaterra, Anthony Hopkins decidiu finalmente dar o salto para o cinema de Hollywood. Era uma medida algo arriscada e por isso Hopkins tentou escolher os papeis certos. E assim acabou por acontecer.
A Chorus of Disaproval foi uma aposta ganha para um come-back tal como Desperate Hours, outro filme em que o seu desempenhou surge imaculado. Mas foi em 1991 ao encarnar aquele que acabou por ser eleito como o maior vilão da história do cinema, Hannibal Lecter, que Hopkins finalmente encontrou o seu espaço na constelação de estrelas de Hollywood.
A sua performance de assassino sem piedade em The Silence of the Lambs foi esmagadora. Roubou todas as cenas do filme, mesmo as que partilhava com Jodie Foster, e criou um estilo muito próprio. Algumas das sequências do filme passaram mesmo para a história. Apesar de aclamado, poucos pensavam que poderia vencer o óscar da Academia. Mas tal como o realizador do filme, Jonathan Demme, e também Jodie Foster, também coube a Hopkins triunfar na categoria de melhor actor. Um ano dourado para Hopkins que (re)começava assim em grande a sua carreira cinematográfica.


Imediatamente após o sucesso de The Silence of the Lambs, Hopkins decidiu apostar na personagem mais oposta possivel de Hannibal Lecter. E isso levou-o a encarnar Van Helsing, o caçador de vampiros no filme The Bram Stoker´s Dracula de Francis Ford Copolla. No mesmo ano daria outra interpretação imaculada no drama de época Howard´s End, ao lado de Emma Thompson que acabaria por vencer o óscar. Para finalizar 1992 Hopkins teria ainda uma participação em Chaplin, filme sobre o notável actor e homem que foi Charles Chaplin. 
Com a carreira em grande forma, o ano de 1993 provou continuar esta tendência. Shadowlands e The Remains of the Day mostraram um Hopkins austero, grave mas extremamente cativante. Muitos já pediam mesmo novo óscar para a estrela britânica que recebeu a sua segunda nomeação por Remains of the Day. Por essa altura em Londres era agraciado com o titulo de Sir.
E depois de um ano de 1994 mais calmo, Hopkins volta aos seus papeis explosivos em Nixon onde dá a vida ao polémico presidente norte-americano. Um Nixon nunca visto diriam muitos e mais uma nomeação para o óscar de melhor actor, nomeação que acabou por não ser bem sucedida. Mesmo assim já todos tinham percebido. Anthony Hopkins era dos melhores actores do momento.


Por esta altura Hopkins concentrou-se em papeis históricos. Depois de viver Nixon foi a vez do actor dar corpo a Pablo Picasso no notável Surving Picasso onde volta a mostrar traços de génio. Estavamos em 1996. E no ano seguinte nova nomeação ao óscar, desta feita por melhor actor secundário em Amsitad. Ao interpretar corajosamente o antigo presidente dos EUA, John Quincy Adams neste esquecido épico de Steven Spielberg, o já veterano actor britânico (fazia 60 anos)instalava-se definitvamente no Olimpo dos grandes actores. Seria um ano chave na sua carreira. A partir daí muitos clamam que Hopkins progressivamente se afastou do cinema. E de facto nem os filmes são muitos nem as criticas bénovolas. Mas mesmo assim Hopkins provaria que estava bem vivo.


Meet Joe Black e The Mask of Zorro mostraram bem toda a sua versatilidade. Se ao lado de Brad Pitt soube recuperar a imagem de homem austero mas de principios de uma forma surpreendente, já no filme de aventuras inspirado no legendário heroi mexicano, Hopkins deu uma imagem de um Zorro nunca visto, por contraposto com o destemido António Banderas. Um papel de verdadeira classe mas que, por ser num filme demasiado comercial, foi obviamente desvalorizado.
Depois de recusar voltar a encarnar a personagem que o tornou celebre nos Estados Unidos, por não querer ficar marcado apenas por um papel, Hopkins reconsiderou e voltou a viver o "seu vilão" em Hannibal. Talvez os dois sucessivos fracassos que foram Titus e Instinct tivessem despertado nele uma nostalgia compreensivel. Só que Hannibal esteve muito longe de Silence of the Lambs (Foster recusou voltar) mas Hopkins não aprendeu a liçao voltando em Red Dragon, o terceiro filme à volta da personagem maquiavélica de Lecter. E tal como o anterior, também este filme se pautou por um considerável fracasso.


Só que já no ano passado, ao lado de Nicole Kidman no sucesso de Philiph Roth, The Human Stain, o veterano Hopkins provou que estava vivo e bem vivo. E para os próximos anos esperam-se mais filmes do actor. Em Alexander, Hopkins será Ptolomeu, e há quem coloque a hipótese de uma segunda nomeação como secundário. No próximo ano contracenará ao lado de Gwyneth Paltrow em Proof, um filme cuja estreia acabou adiada já que era apontado como um dos bons filmes a ver este ano. 


Anthony Hopkins pode não ter construido uma longa carreira no cinema, mas a sua versatilidade entre teatro, televisão e a sétima arte deram-lhe uma garra que poucos actores se podem vangloriar em ter. É sem duvida hoje, ao lado de Peter O´Toole, o maior actor ingles em actividade e isso já diz muito do que mostrou nos últimos quinze anos em que se dedicou a valer ao cinema. Desde Hannibal Lecter, a personagem à qual ficará ligado para sempre, passando por Richard Nixon ou Ricardo Coração de Leão, a nobreza das suas personagens é sempre igual à qualidade e fé que deposita nelas. E é isso que o torna tão grande!

domingo, 5 de junho de 2022

Pierce Brosnan

Se fizermos uma pequena sinopse da carreira deste interessante actor irlandes, vemos imediatamente um nome que nos salta à vista. De facto foi a mitica personagem James Bond que deu um outro destaque a Brosnan. Com o seu charme e distinção soube ressuscitar um mito, tornando-se ele mesmo numa figura incontornável do cinema de hoje.

Nascido a 16 de Maio de 1953 em Drogheda na Irlanda, Pierce Brosnan tornou-se num dos maiores simbolos irlandeses de hoje. E isso graças à sua notável performance como o mitico 007 numa serie de quatro filmes.
Ainda jovem mudou-se da Irlanda para Inglaterra, sem o pai que tinha abandonado a familia. Foi um padrasto que o criou e o levou a ver o seu primeiro filme quando tinha 11 anos. O filme era, curiosamente, Goldfinger. E foi aí que Brosnan se apaixonou pela representação, tendo anos mais tarde começado a estudar dramaturgia. Em 1979 teria o seu primeiro papel no filme Resting Rought. E seria em pequenos papeis que Pierce Brosnan se formaria como actor. O grande salto para a fama chegaria anos mais tarde. Em 1982, com 29 anos, estreou-se como protagonista em Remington Steele. A serie viria a tornar-se uma das mais populares da década no Reino Unido, e granjeria muitos apoios a Brosnan. De tal forma que em 1986 ele foi o nome escolhido para suceder a Roger Moore como James Bond. Mas o contracto que o ligava à serie impediu-o de ser Bond. Mais tarde o destino cumprir-se-ia, ainda por mais porque Timothy Dalton nunca soube convencer os fãs de 007.


Com o final de Remington Steele, no fim da decada de 80, Brosnan começou a trabalhar em filmes que se revelaram verdadeiros fracassos. Pior aconteceria em 1990 quando a sua primeira mulher, Cassandra Harris, morria nas suas mãos, depois de completaram dez anos de casados. Deixou Brosnan como um viuvo inconsolável e tres filhos nos braços. Durante muitos anos a morte da mulher afectou Brosnan que continuava a não ver a sua carreira descolar. Depois de alguns trabalhos para a televisão, eis que a carreira de Brosnan dá uma volta de 180º graus. Dalton falhara em convencer e fizera apenas dois filmes como 007. Os produtores da serie queriam de novo Brosnan e desta vez o actor irlandes não se fez rogado. Em 1995 estreou-se em Goldeneye e pela primeira vez em quinze anos, o filme foi um sucesso estrondoso. Brosnan tinha feito o que poucos conseguiriam: recuperar um icone da cultura contemporânea e levá-lo a bom porto neste novo mundo impiedoso para personagens como Bond.
Depois do sucesso do filme, começaram a chegar convites para outros projectos de sucesso como Dante´s Peak, Robinson Crusoe e Mars Attack. Em 1997 chegava um novo Bond, Tomorrow Never Dies, e mais um considerável sucesso.


Desde aí a sua carreia consolidou-se. Em The Thomas Crown Affair, mostrou que o seu charme não é exclusividade dos filmes de 007. Em The Nephew estreou a sua recém-fundada produtora. E um segundo casamento com Kaily Shie-Smith, que resultou em mais dois filhos, tornou-o um homem feliz. The Tailor of Panama e The World is Not Enough mantiveram-no em alta. Só que a situação viria a mudar subtilmente em 2002. No final de Die Another Day, Brosnan mostrou-se cansado de Bond. A personagem tinha estagnado e os filmes começavam a vulgarizar-se. Brosnan queria mudar o estilo da personagem. Um dia chegou mesmo a dizer que queria "matar Bond." O estúdio não gostou e afastou-o do próximo projecto. O seu sucessor ainda não foi escolhido mas terá uma dificil tarefa em mãos. Já o futuro de Brosnan parece interessante. Este ano estreou After the Sunset, o que se pensava ser a sequela de The Thomas Crown Affair, mas em 2005 apresentará a verdadeira sequela do seu maior sucesso fora do universo Bond em The Topkapi Affair.
Pierce Brosnan é um verdadeiro embaixador do charme, e um actor que prova que o talento e a subtileza de uma interpretação de tons sedutores pode ser mais uma arma do que um contra-tempo. Resta saber se o futuro mostrará Brosnan algo mais que a sombra de um agente secreto conhecido de todos.



quarta-feira, 1 de junho de 2022

Sharon Stone

Não queria que a cena fizesse parte do filme. Mas foi aquele descruzar de pernas que a tornou num autêntico mito. Felizmente a sua carreira é mais do que isso, mas Stone entrou na história do cinema graças apenas a uma cena...

É conhecida a história. Sharon Stone sabia que Paul Verhoven, o seu realizador em Basic Instint, iria querer uma pose extremamente erótica do seu descruzar de pernas. Mas nunca imaginou que o que o realizador quisesse foi o que acabou por encontrar na sala de montagem. Uma imagem com total exposição do seu sexo. Foi então que armou uma enorme confusão na sala de montagem, exigindo ao editor e ao realizador que aquilo não estava no argumento e que não permitiria ser exposta assim. Verhoven tentou acalma-la dizendo-lhe apenas que aquela cena a tornaria um mito. E tornou. Stone não queria a cena porque achava que isso lhe custaria o óscar, como veio a acontecer. Mas as previsões do seu realizador tornaram-se verdade e ela passou imediatamente a ser um verdadeiro mito de sensualidade e erotismo.


A história de Sharon Stone começa bem antes de 1992.
Nascida a 10 de Março de 1958 em Meadvilla no estado norte-americano da Pensylvania, Stone sempre deixou crescer uma veia artistica ao longo da sua infância e adolescência. Mas foi a sua beleza que lhe deu o passaporte para seguir uma carreira no cinema, resultado de ter vencido, com apenas 17 anos, o concurso de Miss Pensylvania. A partir daí seria presença regular em anuncios televisivos. A estreia do cinema viria a acontecer em 1980 num filme do conceituado Woody Allen, mas sem direito a qualquer fala. A decada de 80 passaria a fazer filmes de serie B e thrillers eróticos como Bolero, filme onde se despia de preconceitos. Em 1990 teve o seu primeiro papel de destaque ao lado de Arnold Schwarzenegger em Total Recall. Depois viria a posar nua para Playboy, algo pouco comum numa actriz de 32 que procurava afirmar-se no meio pelo seu talento. A edição foi um sucesso e acabou por valer-lhe o papel da sua vida, o de Catherine Tremmell no filme Basic Instint de Paul Verhoven. Não se sabe ainda se foram as ousadas cenas de sexo, se o argumento, se o descruzar de pernas. A verdade é que o filme tornou-se um êxito absoluto ganhando proporções de filme de culto nos anos seguinte. E Stone afirmava-se no meio com uma nomeação aos Globos de Ouro.


A partir daí Stone tentou soltar-se dos papeis de bela mulher fatal que tinham sido a sua imagem de marca nos anos anteriores. Daí Silver e Intersection. Os resultados foram tão fracos que foi preciso a Stone voltar a usar a sua arma principal - o seu corpo - para reencontrar o sucesso em The Quick and the Dead, um notável western, e The Specialist.
Mas seria em 1995 que chegaria o papel da sua vida. Foi pelas mãos de Martin Scorsese e ao lado de Robert de Niro e Joe Pesci em Casino, filme que lhe valeu a segunda nomeação ao Globo e a sua primeira nomeação aos óscares. A partir desse filme todos os que tinham duvidas das suas capacidades como actriz ficaram convencidos.


O final dos anos 90 continuou a bom ritmo com filmes como Les Diaboliques, Last Dance e The Mighty, filme indie que lhe valeu mais uma nomeação ao Globo de Ouro, desta vez como secundária. No final da década, e ao lado de Albert Brooks, a bela actriz voltou a surpreender todos pela sua versatilidade no filme The Muse, que lhe granjeou a quarta nomeação aos Globos de Ouro.
Depois de em 2001 ter sofrido um aneurisma cerebral, Sharon Stone afastou-se um pouco do cinema. Desde então tem-se dedicado mais á sua vida familiar do que à sua carreira. Desde então tem entrado em projectos falhados como Catwoman e Cold Creeck Manor. Talvez com o regresso de Catherine Tremmell em 2005, Stone recupere a sua vitalidade. Isto para além de estar prevista a sua estreia como realizadora em 2006. A verdade é que o facto de no seu BI constar que a sua idade é já 47 e de poucos acreditarem é um facto a ter em conta. Algo que seria o sonho de qualquer mulher.