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sábado, 31 de agosto de 2013

Grupos Musicais Portugueses - Ban / Bananas

O grupo Bananas foi formado em 1981. Inicialmente queriam ser uma banda de ska.

Em 1982 concorrem ao Festival Só-Rock (Rock em Stock/7Up) que ganharam mas acabaram por recusar gravar o disco a que tinham direito. Jorge Romão vai tocar para os GNR.

Em 1983 o grupo assina com a EMI e editam um single, produzido por Moz Carrapa, com os temas "Identidade" e "Virgens-Impulsos". A formação que gravou este disco incluía João Loureiro (voz e teclas), João Ferraz (guitarra, Paulo Faro (bateria) e Chico Monteiro (baixo).

O grupo encurta o nome para Ban e editam o mini-LP "Alma Dorida": quatro temas originais num disco sem teclas, só com guitarra, voz, baixo e bateria. Destacam-se o tema-título e "Pantomina".

Em 1985 dão vários concertos em Espanha mas estão parados alguns meses. Em Dezembro desse ano reaparecem na 3ª edição do Ciclo Novo Rock ao Vivo onde contaram com a prestação de Zezé Garcia (Urb)  e de Emanuel Ramalho, este em substituição de Paulo Artur Faro.

Em Outubro de 1986 é lançado o máxi "Santa"(2), produzido por Ricardo Camacho e considerado por João Loureiro a primeira tentativa "pop" dos Ban. O disco incluía os temas "Santa", "Portugal" e "Ultramar". 

O grupo opta por um som ainda mais pop e entra para o grupo a cantora Ana Deus (3). Em Abril de 1988 é editado o álbum "Surrealizar". Os maiores sucessos deste disco são "Irreal Social", "Encontro com Mr. Hyde" e "Num Filme Pop". É lançado um máxi-single com remixes de "Irreal social" e "Brouhaha".

Em Julho de 1989 é lançado o álbum "Música Concreta" que inclui os temas "Excesso Aqui", "Euforia" e "Dias Atlânticos", entre outros. Para o grupo tinham entrado os músicos Rui Fernandes (saxofone) (4) e Ricardo Serrano (teclas).

No início de 1991 é editado o disco "Mundo de Aventuras" que inclui temas como "Mal de sol" e "Displiciente" (ambos com a voz de Ana Deus), "Rosa, Flor", "Segredo" ou "Pá-rá- rá". O arranjo do tema "Mundo de Aventuras" foi feito com bocadinhos de todas as outras músicas. "Pequeno Amor" aparece apenas na edição em CD.

O Máxi-Single "Mundo de Aventuras" incluía duas versões do tema ("Mundo Remix" e "Extended Mix") e "Pequeno Amor".

Em Fevereiro de 1992 é lançada a compilação "Documento 83-86" que inclui os temas do início da carreira do grupo.

Por motivos diversos -  uns elementos tinham outras opções de vida e devido a algum cansaço - os Ban dão por encerradas as suas actividades.

Em 1994 é lançada uma colectânea com os maiores sucessos do grupo: "Num Filme Sempre Pop". A primeira edição incluía um Cd-bónus com as versões máxi-single.

Nesta ocasião o grupo ainda faz uma digressão final, com Emília no lugar de Ana Deus, mas que serviu apenas para colocar uma pedra final no agrupamento.

(1) No primeiro espectáculo que deram até usaram uma vestimenta tipo safari.

(2) Naquele ano foi considerado o melhor máxi-single de produção nacional pelo programa de rádio "Som da Frente".

(3) Ana Deus chegou a fazer audições para os Madredeus mas entretanto foi viver para o Porto . 

(4) Rui Fernandes, ainda com 16 anos,  participou nas gravações do disco "Surrealizar".

COMENTÁRIOS
«(acabamos) por motivos diversos. Uns elementos tinham outras opções de vida e, talvez, algum cansaço. Depois de os "Ban" terem acabado, lancei o disco dos "Zero". Entretanto saiu uma colectânea dos "Ban" e fizemos ainda uma digressão final que serviu para colocar uma pedra final no agrupamento. Por outro lado, na música, como em tudo na vida, é necessário saber parar. Eu prefiro que os "Ban" sejam vistos, e o próprios "Zero", como marcos fundamentais na música moderna portuguesa e serem relembrado com saudade, do que se continuar a fazer coisas sem prazer, com resultados piores.» JL

DISCOGRAFIA
Identidade/Virgens-Impulsos (Single, EMI, 1983)
Alma Dorida (Mini-LP, EMI, 1984)
Santa (Máxi, EMI, 1986)
Surrealizar (LP, EMI, 1988)
Irreal Social (Remix) (Máxi, EMI, 1988)
Encontro com Mr. Hyde/Era Uma Vez (Single, EMI, 1988)
Música Concreta (LP, EMI, 1989)
Mundo de Aventuras (LP, EMI, 1991)
Mundo de Aventuras (Remix) (Máxi, EMI, 1991)
Documento 83-86 (Compilação, EMI, 1992)
Num Filme Sempre Pop - O Melhor dos Ban (Compilação, EMI, 1994)

COMPILAÇÕES SE
Irreal Social - Colecção Caravela (Compilação, EMI, 1999)

Fizemos desde canções suaves e agradáveis até música de dança, até ao limite com coisas bastante agressivas" como Euforia e Ritualizar" JL

NO RASTO DE...
João Loureiro, João Ferraz e Rui Fernandes juntam-se a Alexandre Soares e formaram o projecto The Song Experience que depois mudaria de nome para Zero.

João Loureiro, depois dos Zero e do lançamento da compilação dos Ban, dedicou-se exclusivamente às actividades de advogado e empresário. Também foi presidente do Boavista Futebol Clube.

Ana Deus juntou-se a Regina Guimarães para formar os Três Tristes Tigres.

Emília lançou um disco a solo onde colaboraram João Ferraz e João Loureiro, abandonando depois a música em troca de uma profissão ligada à moda.

João Ferraz escreveu as músicas do álbum das Antilook (que teve letras de João Loureiro). Em 2001 formou os Magenta que lançaram um álbum pela Universal. 

Francisco Monteiro e Paulo Faro fizeram parte da primeira formação dos DR Sax.

Rui Fernandes fez parte dos DR Sax e Checkpoint Charlie. É professor de música.

Ricardo Serrano colabora com os Três Tristes Tigres. Tem também um projecto ao vivo de "música de Filmes" com Ana Deus.

Paulo Faro é escultor e designer.

Também colaboraram com os Bananas nomes como João Paz (mais tarde nos Terra Mar) e Jorge Romão (nos GNR).

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

All Saints


NOME: All Saints
FORMAÇÃO: Abril de 1994 
ORIGEM: Inglaterra
ÊXITOS: 'Never Ever'; 'Bootie Call'; 'Pure Shores'; 'Black Coffee'




Apareceram em público pela primeira vez em 1994. Os conflitos começaram cedo e saíram logo dois dos elementos do grupo, que foram rapidamente substituídos. Elas são as All Saints: Natalie e Nicole Appleton, Shaznay Lewis e Melanie Blatt. 

No verão de 1997, 'I Know Where It's At', o primeiro single, chegou ao 4º lugar do top do Reino Unido e, mais tarde, já com lançamento em todo o Mundo, a música 'Never Ever' tornou-as verdadeiramente conhecidas com direito a conquistar o primeiro lugar do Top do Reino Unido e dois Britt Awards como melhor single e melhor vídeo desse ano. 'Bootie Call' foi o 4º single da banda e a terceira música das All Saints a chegar ao topo da tabela britânica e, em 1998, foi o ano para receber novo prémio como artista revelação no MTV Europe Music Awards, onde cantaram ao vivo Lady Marmelade. 

'Pure Shores', uma das músicas da banda sonora do filme 'A Praia', com Leonardo Di Caprio, em 2000, não passou despercebida e, oito mesesà frente, 'Black Coffee' ainda conseguiu subir até ao 1º posto da tabela britânica. 

Devido a uma crescente rivalidade dentro da banda, as All Saints separaram-se em 2001. No entanto, nenhum dos elementos deixou a música. Melanie Blatt já gravou um disco. As irmãs Appleton, seguiram como dupla com o seu sobrenome e lançaram uma autobiografia, 'Together', em outubro de 2002. Shaznay também continua a cantar e a trabalhar como compositora para outros artistas. 

Ao fim de alguns meses de especulações, as All Saints voltaram a juntar-se. Escreveram e gravaram seu terceiro álbum, 'Studio One', lançado em novembro de 2006. 

Corre entretanto a informação de que poderão estar a preparar um novo disco, mas, até agora, não há qualquer confirmação oficial. 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Permanente nos anos 80

Foi ela quem mais "brilhou" na cabeça de cantores pop, estrelas de cinema e em tantos de nós nos anos 80... Hoje em dia está fora de moda (excepto para alguns nostálgicos, claro) mas é sempre bom recordar a permanente química, criada pelo cabeleireiro alemão Karl Nessler.

Reza a história que esta técnica, criada para encaracolar de forma "permanente" os cabelos lisos, com recurso a produtos químicos, quase deixou careca a primeira cobaia: a mulher do cabeleireiro que vivia no sudoeste da Alemanha. Antes de aperfeiçoar uma técnica à base de bicarbonato, borato de sódio e gigantescos rolos metálicos aquecidos a fogo, as muitas tentativas de Nessler nos cabelos da sua mulher causaram gritos lancinantes de dor que também conta que conduziram a várias crises matrimoniais!

Finalmente, Nessler apresentou publicamente a sua técnica a 8 de outubro de 1906, em Londres, e mandou patenteá-la. Rapidamente, a moda foi adotada na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde o cabeleireiro revolucionário se instalou em 1915.

Contudo, depois da crise dos anos 20 e 40, foi nos anos 80 que a permanente se espalhou e conquistou o mundo. «A permanente dos anos 80 parecia a consequência de uma explosão no secador de cabelos», afirma Martina Acht, campeã mundial de cabeleireiros radicada em Offenbach, centro-oeste da Alemanha.

Apesar da sua estética arrojada, a permanente floresceu nas cabeças de cantores pop, como atestam os caracóis louros dos suecos Europe, autores de muitos hits dos anos 80. Atrizes como Farrah Fawcett, as heroínas das novelas americanas "Dallas" e "Dinastia" e até mesmo vários jogadores de futebol adotaram o penteado e levaram ao sucesso os cabeleireiros nos anos 80.





Os profissionais do cabelo admitem, no entanto, que os rolos e as ondulações ainda têm espaço nos seus salões, mas com outros nomes, recorrendo a métodos menos agressivos e, sobretudo, com resultados mais discretos.

Outra moda de cabelos nos 80's e 90's passava pela ostentação das também históricas poupas que desafiavam a lei da gravidade, com a ajuda de laca e de gel. O resultado... muitas vezes era parecido com um muro de betão!



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Armando Gama

Armando António Capelo Dinis da Gama nasceu em Luanda no dia 1 de Abril de 1954. Em 1971 é editado o seu primeiro disco, com o Duo Marinho e Gama, que incluía dois temas da sua autoria.

Com Manuel Cardoso forma os Tantra em 1976. Sai do grupo em 1977, após a edição do álbum "Mistérios e Maravilhas". 

Em 1978 junta-se a Cris Kopke para formar o duo Sarabanda que dura até 1981.

Trabalha como arranjador e como produtor em vários discos (Dina, Mário Mata, Doce, Damas Rock, etc...). Interpreta o tema principal da série "Bana e Flapi" e as canções da  série "Sport Billy".

Armando Gama e os Cânone lançam, em 1981, o single "Miúda Funky".

No álbum "Quase Tudo", de 1982, aparece uma primeira versão do tema que iria marcar a sua carreira.

Em 1983 vence o XX Festival RTP da Canção, realizado na cidade do Porto, com "Esta Balada Que Te Dou". É aí que conhece a locutora Valentina Torres que foi a apresentadora do festival desse ano.

Foram feitas versões do tema em inglês ("When Love Has Gone", adaptação de Mike Sergeant), francês ("Ce Soir Je Chante", Kris Kopke) e alemão ("Dieses Lied Ist Mein Geschenk Am Dich", Jan Van Djck). O tema foi editado em 17 países e gravado por alguns nomes estrangeiros.

Em 1984 lança os singles "Mais Uma Canção" e "Amor Até Ao Fim".

O single "No Teu Abraço" foi editado pela Materfonis em 1986.

Armando Gama começa a cantar a duo com a sua esposa, Valentina Torres, com quem lança vários discos.

Em 1992 concorre ao XXX Festival RTP da Canção com o tema "Se Eu Sonhar".

Foi editada uma compilação de Armando Gama na série "Clássicos da Renascença" editada pela Movieplay em colaboração com a Rádio Renascença.

Em 2006 apresenta-se ao vivo com o espectáculo "Armando Gama o 5º Beatle". Grava um DVD experimental, com banda, a 13 de Maio, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.

DISCOGRAFIA
Quase Tudo (LP, RT, 1982)

SINGLES
Miúda Funky/Não Vou Por Aí (Single, Polygram, 1981) [Armando Gama e os Cânone]
Esta Balada Que Te Dou/Jô (Single, RT, 1983)
Mais Uma Canção/Um Show Grandioso (Single, RT, 1984)
Amor Até Ao Fim/Cantor Popular (Single, RT, 1984)
No Teu Abraço/Qualquer Coisa (No Coração) (Single, Materfonis, 1986)
Adoro Chopin/Tele-Fonema (Single, Discossete, 1987)

COMPILAÇÕES SE
Clássicos da Renascença - Vol. 46 (Compilação, Movieplay, 2000)

[Armando Gama e Valentina Torres]
Mona Lisa (Máxi-Single, Materfonis, 1986)
O Violino da Carolina/Sonho de Natal (Single, Discossete, 1988)
Maria Linda/Sim Ou Não? (Single, Discossete, 1989) 
Menina Agarra O Rapaz/Sempre Apaixonados (Single, Discossete, 1990)
Portugal Amor e Mar (CD, Discossete, 1993)
Cenas do Casamento (CD, Espacial, 1996)
Tu Tens Outra (CD, Espacial, 1998)

NO RASTO DE...
A solo armando Gama gravou um LP, cinco singles e um cd. Lançou depois vários discos com a sua esposa Valentina Torres. Em 2006, depois de alguns anos de paragem, foi comunicado a assinatura do duo com a editora Mundial.

Armando Gama é presença habitual no Casino do Estoril desde 1999 .

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cantores dos Anos 80 - Billy Ocean

NOME: Ocean, Billy (Leslie Sebastian Charles)
DATA DE NASCIMENTO: 21.01.50
NATURALIDADE: Fyzabad - Trinidad e Tobago
RESIDÊNCIA: Berkshire - Inglaterra
ÊXITOS: 'Caribbean Queen', 'Loverboy', 'Suddenly', 'When the going gets tough, the tough gets going','There'll Be Sad Songs (To Make You Cry)', 'Get Outta My Dreams, Get Into My Car'.


No final da década, decidiu levar ao colo os seus filhos, ainda pequenos, enquanto colhia os lucros de uns quantos Best Of que foram sendo editados.

Ainda a viver em Inglaterra, longe do tempo em que se deixou levar pelas drogas, estava cada vez mais espiritual e não perde uma oportunidade de agarrar na enxada e no ancinho e fazer da jardinagem, o seu hobby de eleição.

Continua na sua vida, mas de uma forma que nada tem a ver com o homem que desfilava de descapotável, em grande estilo, ao som de 'When the going gets tough, the tough gets going'. 

Fez parte da 'Ebony Steel Orchestra', uma banda que só toca em festivais de rua, e onde todos tocam o mesmo instrumento: um tambor, típico das Caraíbas, todo feito em aço. Todos, menos um! Billy Ocean escolheu a flauta de pan!

E escolheu outra imagem: cabelo branco, cheio de rastas, disfarçado de louro.
Sim, é mesmo Billy Ocean!

sábado, 17 de agosto de 2013

Sandálias dos Anos 80

É verdade que atualmente a moda está a voltar ao que era... mas no fundo, quem não se lembra das sandálias com inspiração greco-romana ou gladiadora? Estas sandálias tinham tiras que subiam até ao tornozelo e fizeram muito sucesso nos anos 80. Com os tempo foram sendo acrescentadas franjas, fivelas, fechos, com salto alto ou rasteirinhas. 

Isto era a moda para as senhoras, para as miúdas havia as sandálias colibri em várias cores, com o seu intenso e característico cheiro... que também variava consoante a côr delas. Quando eram novas cheiravam bem. À medida que iam ficando usadas ganhavam um cheiro a borracha... intenso e... estranho.

domingo, 11 de agosto de 2013

António Variações

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, filho de camponeses minhotos, desde muito cedo revelou propensão para a música. Nascido em 3 de Dezembro de 1944, abandonou a sua aldeia natal (Lugar do Pilar, freguesia de Fiscal) em 1957 e foi para Lisboa, onde se dedicou a várias actividades profissionais desde empregado de escritório até barbeiro.

Em 1975 viaja até Londres, onde fica durante um ano e parte, depois para Amsterdão onde aprende a profissão de cabeleireiro. Esta aprendizagem servir-lhe-á para se instalar, novamente, na capital portuguesa; onde se estabelece com o primeiro cabeleireiro unissexo de Portugal. Esta actividade não resulta muito bem e, para ganhar a vida, abre uma barbearia na Baixa lisboeta.

Em 1978 grava uma maqueta com alguns temas, que apresenta à Valentim de Carvalho, com a qual assinará contrato.

Na sua própria descrição a música que produz situa-se entre Braga e Nova Iorque. É no programa "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro que António se apresenta ao grande público (1). Os temas que cantou nessa emissão chamavam-se "Toma O Comprimido" e "Não Me Consumas" e ainda permanecem inéditos, uma vez que nunca foram registados em disco.

O primeiro trabalho que gravou foi o single "Povo Que Lavas No Rio", imortalizado por Amália Rodrigues (2). 

Amália era, aliás, uma das suas referências, que teve direito a uma canção de Variações ("Voz Amália de Nós"). O seu primeiro longa duração "Anjo da Guarda" (3) é também dedicado à popular fadista.

Neste disco participam Vítor Rua (com o pseudónimo Vick Vaporub) e Tóli César Machado, músicos dos GNR. Quem não recorda " É P'ra Amanhã" ou "O Corpo É Que Paga"? (4)

Durante o Verão de 1983 Variações é muito solicitado para espectáculos ao vivo, sobretudo em aldeias por este país fora.

Em Fevereiro do ano seguinte, António Variações entra em estúdio com os músicos dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo longa duração que se intitulará "Dar e Receber".(5) O tema mais conhecido deste disco é, sem sombra de dúvidas, "Canção De Engate" que, posteriormente, se tornará um imenso sucesso numa versão dos Delfins.

Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares (Braga), perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos acompanhando o funeral.

Com a sua morte desaparece um dos maiores renovadores da canção portuguesa das últimas décadas.

No entanto o seu espólio musical foi sendo aberto e Lena d'Água edita, em 1989, o disco "Tu Aqui" que inclui cinco composições inéditas de António Variações. (6) 

Em Janeiro de 1994 é editado um disco de homenagem a António Variações que reúne, em torno de versões do cantor, os nomes de Mão Morta, Três Tristes Tigres, Resistência, Sitiados, Madredeus, Sérgio Godinho, Santos e Pecadores, Delfins, Isabel Silvestre e Ritual Tejo.

Isabel Silvestre incluirá no seu disco de 1996 "A Portuguesa" o tema "Deolinda de Jesus" de Variações. Este tema, uma sentida homenagem de Variações à sua mãe (que se chama exactamente Deolinda de Jesus) é o contraponto de qualidade a todas as "Mães Queridas" e quejandos deste país.

Em 1997 é editado o CD "O Melhor de António Variações", o qual recupera material editado em todos os seus discos.

Em 2006 é editada a compilação "A História de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque".

Se Variações não tivesse desaparecido tão precocemente, a música portuguesa seria diferente? Esta é a interrogação que se impõe, tendo em conta o que o cantor/autor fez, em tão pouco tempo, pela música portuguesa.

ARISTIDES DUARTE / NOVA GUARDA
(1) Em 1980 o programa "Meia de Rock" da Renascença grava a canção "Toma O Comprimido" em casa do cantor e toca-a na rádio. No ano seguinte, António & Variações (o nome da banda que o acompanhava), cantam a canção no programa "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro (um dos clientes da barbearia). O cantor apresentou-se na TV vestido de aspirina e lançando "smarties" para o público e para as câmaras...

(2) O contrato com a Valentim de Carvalho datava de 1977. O irmão, o advogado Jaime Ribeiro, pressiona a editora que acaba por vergar e António Variações entra finalmente em estúdio para gravar o seu primeiro disco. O single (e Máxi) de estreia, lançado em Julho de 1982,  incluía uma versão do clássico "Povo que lavas No Rio" e o inédito "Estou Além".

(3) Em 1998 o disco foi reeditado, em versão remasterizada, com a inclusão de "Povo Que Lavas No Rio".

(4) Disco com arranjos e produção de Tóli César Machado e Vítor Rua substituído posteriormente por José Moz Carrapa. A mudança corresponde também à saída de Vitor Rua dos GNR após uma pausa nas gravações do disco.

(5) A edição em versão remasterizada de "Dar e Receber" inclui o inédito "Minha Cara Sem Fronteira" (gravado nas sessões de gravação do disco) e duas remisturas desse tema.

(6) A versão em CD do álbum "Tu Aqui" de Lena d'Água inclui cinco temas inéditos e recupera a versão  do tema "Estou Além" incluída no álbum "Aguaceiro".

DISCOGRAFIA
Anjo da Guarda (LP, EMI, 1983)
Dar e Receber (LP, EMI, 1984)
O Melhor de António Variações (Compilação, EMI, 1997)
A História de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque (Compilação, EMI, 2006)

SINGLES
Povo Que Lavas no Rio / Estou Além  (Single, EMI, 1982) - duplo lado A
Povo Que Lavas no Rio / Estou Além  (Maxi, EMI, 1982)
É P'ra Amanhã (Maxi, EMI, 1983)
É P'ra Amanhã/Quando Fala Um Português (Single, EMI, 1983)OCEQP
O Corpo É Que Paga (Single, EMI, 1997) - É P'ra Amanhã (remistura de Nuno Miguel)

REFERÊNCIAS/HOMENAGENS
O álbum "Tu Aqui" de Lena d'Água, editado em 1989, incluía cinco temas inéditos.
Anamar -"António Variações"
Madredeus - "A Sombra"
"A Festa da Música de Variações" - Espectáculo de  Fernando Pereira 
Versões (Delfins, Amarguinhas, Isabel Silvestre, M.D.A., etc...)
Disco de tributo
Documentário de Maria João Rocha
Concerto AVariações
Projecto Humanos

COMENTÁRIOS
Gostava de dar e receber, o António. O António Joaquim Rodrigues Ribeiro, o que nasceu no Minho, em 1945. Mas também o António Variações, que subia a rua do Carmo na década de 80, em Lisboa, e fazia os transeuntes virar-se para trás por causa de uma imagem peculiar. Barbas longas e roupas extravagantes aos olhos da maioria. Mas o António não queria saber. Procurava a provocação como forma de afirmar a sua independência. A sua identidade. Mas isso era partir do pressuposto que era uma personagem, coisa que não é verdade. Era genuíno, o António. Era como era. Na música foi um dos melhores. Tinha uma voz peculiar, mas era mais do que isso. Era aquela forma de apelar à memória colectiva, a uma certa tradição da música portuguesa, e mesmo assim produzir uma sonoridade profundamente modernista. De tal forma que, depois daquela madrugada de 14 de Junho de 1984, a sua música continua a manter a mesma pertinência. O álbum "Dar e Receber" foi agora reeditado - contém um inédito e duas remisturas inúteis - e quem não acreditar, faça favor de o ouvir. (Vitor Belanciano/Público)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Curiosity Killed The Cat



NOME: Curiosity Killed The Cat
ORIGEM: Inglaterra
ÊXITOS: 'Misfit'; 'Down to Earth'; 'Hang On in Their Baby'



Os Curiosity Killed The Cat apareceram do nada, de repente... e deram nas vistas! Uma banda com 5 meninos bonitos a dar motivo às meninas para os colaremà parede do quarto! Ben Volpiere-Pierrot; Julian Brookhouse; Nicholas Trop; Michael Drummond e Toby Anderson. 

Quando lançaram o primeiro disco, em 1986, 'Misfit', nem todos deram pela sua presença até ao dia em que Andy Warhol, uma das maiores figuras da arte pop, se assumiu como grande fã da banda! Aí sim, a música conquistou lugares de destaque nos Top's. 

Porquê 'Curiosity Killed The Cat'? Nem eles sabem! Inicialmente, o nome até surgiu como nome para uma das primeiras músicas que escreveram. Só depois é que optaram por usá-lo como nome da banda. 

'Down to Earth' é a música que se destacou do segundo álbum, ao ficar entre as dez mais da tabela de vendas do reino Unido. Já em 1992, 'Hang On In There Baby' ainda fez melhor: posicionou-se no 3º lugar. 

Apesar dos bons resultados, os 'Curiosity Killed The Cat' desapareceram da cena musical até 2001, o ano em que se juntaramà tournée 'Here and Now'.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O que é feito de ... Manuela Bravo



Os cabelos ruivos ‘wildfire’ iluminam-lhe o rosto oval; um tom suave de batom avermelhado contorna-lhe os lábios; usa uma echarpe florida em tons rosa e vermelho, uma blusa preta, calças e blusão de ganga atado à cintura. Manuela Bravo tem hoje 52 anos. E já não é a cantora do êxito que venceu o Festival da Canção de 1979, ‘Sobe, sobe, balão sobe’: nos últimos cinco anos experimentou o desemprego, vendeu casas e fez telemarketing e recuperação de créditos.
"Não tenho vergonha, porque vergonha é estar em casa a fingir que se tem trabalho", conta, no seu jeito algo irreverente de falar. "As pessoas gostam de viver da fama e da aparência. E a fama é relativa: hoje estamos em cima e amanhã estão lá outros".
Em Janeiro de 1974 – ainda antes da revolução de Abril –, uma adolescente bonita, de traços finos e cabelos compridos, lisos, gravava o seu primeiro single com duas músicas, ‘Nova Geração’ e ‘Another Time’. A produção esteve a cargo de José Cid, Quarteto 1111, e Jorge Machado. Todos ídolos da jovem Manuela Bravo.
Manuela tinha começado a tocar guitarra acústica aos 12 anos, cheia de personalidade, para acompanhar, enquanto cantava, as letras da contestação de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Sérgio Godinho e Francisco Fanhais. "Eu vivia com consciência daquilo que estava a cantar", recorda. Mas ouvia também êxitos da época, dos Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd.
Depois de celebrizar o tema ‘Sobe, sobe, balão sobe’, em 79 – antes já tinha cantado composições de Tozé Brito e Jorge Palma –, bateu o pé a uma tournée pela África do Sul. Era contra o apartheid. E as suas convicções subiam mais alto do que qualquer sopro de fama conseguiria.
Logo a seguir, declinou fazer outra tournée, desta vez à ilha da Madeira, convicta de que deveria terminar o curso de Direito. "No dia em que iria para o arquipélago fiz um exame com a dra. Leonor Beleza, mas ela chumbou-me", recorda Manuela. Nesse dia desistiu do sonho de ser advogada.
Em 2004, gravou um master (a primeira cópia do álbum), mas não encontrou editora. "Diziam: ‘é muito bonito, está muito bem feito, mas isto não é bem a nossa onda’. Não era a onda da Valentim de Carvalho, EMI, Polygram, Strauss. Das multinacionais não era de nenhuma. Nas pequeninas, eu tinha de pagar isto e aquilo – queriam ganhar sem investir".
Manuela Bravo divorciou-se em 1999 e, a partir daí, a sua carreira musical, já com 19 anos de espectáculos, começou a decair. "Quando nos encostamos a outra pessoa e não aprendemos a fazer as coisas, para nos adaptarmos leva tempo". O ex-marido tinha sido o manager dela.
Nos tempos áureos, as tournées iam de Abril a Setembro. E em Agosto dava concertos todos os dias. "O mês de Outubro era o das borlas: todas as instituições nos ligavam para o crava" – recorda. Em Dezembro seguiam-se os espectáculos de Natal e de Ano Novo. Depois, havia ainda quatro dias de Carnaval. E no Inverno, os espectáculos eram para as comunidades estrangeiras: Canadá, Holanda, Inglaterra, França, Alemanha ou Suíça.
"Eu acho que sempre fui bem paga. Ganhava 500, 600 contos por espectáculo nos anos 90".
O ex-marido chefiava uma equipa de duas ou três pessoas, que montavam e desmontavam o equipamento dos palcos. "Tínhamos uma carrinha que, depois de eles tirarem o equipamento de som e as luzes, estava preparada para ser camarim". Tinha uma mesa, um espelho com luzes laterais, uma ficha eléctrica para o secador de cabelo e até uma sanita de campismo. "Emprestei muitas vezes a minha carrinha a companhias de teatro de revista e a gente que hoje, não sei porquê, finge que não me conhece".
Em cima do palco nunca gostou de unhas postiças, extensões no cabelo nem botox. Mas gastava muito dinheiro no guarda-roupa e em maquilhagem. Queria estar bonita.
Hoje, Manuela Bravo canta sobretudo na igreja. Não é católica. É maná desde 1992. De vez em quando pedem-lhe para fazer uma participação especial. E ela canta voluntariamente. "É este Deus que me faz sentir viva e sem necessidade nenhuma de fama. Estou a frequentar a escola bíblica maná, onde aprendemos várias disciplinas, desde o foro espiritual ao cultural".
O dinheiro da música começou a escassear após o divórcio. E nessa altura, Manuela aceitou o desafio do encenador Filipe La Féria para integrar o elenco do ‘Amália’. Fez o papel de Celeste Rodrigues, mas com o arrependimento de ter negado o convite para cantar fados no espectáculo. "Eu, armada em parva, disse que não sabia cantar fados de Lisboa. E podia ter experimentado", recorda a cantora, que, com o pai, Loubet Bravo, tinha aprendido o fado de Coimbra.
A experiência de alguns meses deu-lhe ânimo para enfrentar vários castings para telenovelas, sobretudo, da TVI. "Toda a gente me dizia: ‘a Manuela foi muito boa’. Mas cheguei à conclusão de que escolhiam sempre os mesmos e a mim não".
Com uma agenda de concertos cada vez mais livre, a cantora fixou-se, no Verão de 2002, no restaurante A Severa para descobrir que, afinal, o fado de Lisboa também lhe passava pela voz. Por esta altura, envolve-se num relacionamento "doloroso. Foram três anos de desgaste que não têm comparação com os 19 do primeiro casamento".
A vida afectiva entrou também num plano conturbado. Manuela vivia magoada. E a música de uma vida inteira começava a não ser comercial. Até 2005, a luta foi diária. Ironicamente, seria nestes últimos anos que as televisões mais a chamaram para entrevistas e para cantar nalguns programas.
"O ‘Balão’ continuou e continua a subir porque está na história da música popular portuguesa. As pessoas continuam a cantar. O meu ‘balão’ vai subindo até à eternidade".
No pino da fama, Manuela Bravo nunca imaginou que um dia vivesse com o dinheiro contado. Contudo, esse dia é hoje. Tudo o que ganha é bem aplicado no essencial para a vida. "Fui viver com a minha mãe, em 2008, para a casa onde nasci. Eu também precisava de dividir as despesas. Até certo ponto ela foi um apoio monetário".
Entretanto, a mãe faleceu e começou outra guerra: a partilha do apartamento de Queluz com o irmão. "Atento à intransigência de Manuela Bravo, o seu irmão foi forçado a recorrer ao tribunal para conseguir a partilha dos bens da sua falecida mãe, no que parece ser apenas o princípio de uma guerra lamentável e, sobretudo, evitável", comunicou Maria Paula Gouveia de Andrade, advogada de Libânio Bravo. Sobre este assunto, Manuela prefere não comentar.
A vida reservou-lhe muitos dissabores. Nos últimos cinco anos, Manuela foi cantando também em bares e restaurantes, onde as pessoas queriam matar as saudades dos anos 80 e 90. Mas o seu ganha-pão passou a depender de outros empregos. Uma experiência no telemarketing. Pior: o desemprego. Ou até um contrato numa empresa de recuperação de créditos. "Foi aí que me apercebi das grande dificuldades económicas e do drama dos portugueses".
A maior experiência de trabalho por onde passou foi o ramo imobiliário. As porteiras mal batiam o olho na figura de Manuela, desatavam a trautear: "sobe, sobe, balão sobe". E ficavam os clientes de alta finança a olhar, sem perceber.
"As pessoas olhavam para mim e para o nome no meu cartão de visita e achavam giro. ‘Olha, chama-se Manuela Bravo!’. Não lhes passava pela cabeça que a cantora pudesses estar ali a mostrar-lhes uma casa". E ela, às vezes, dizia-lhes quem era, outras não. Ria-se da incerteza deles.
A maioria das pessoas não viu o seu último grande espectáculo: em 2005, participou num musical de Óscar Romero, onde vivia o papel de Grizabella, a cantar ‘Memory’. "Vi que havia um casting para cantar o ‘Memory’ e pensei: ‘espera aí, não vais fazer o que fizeste ao La Féria’. Agarrei no CD da Barbara Streisand e disse: ‘deixa lá ver se canto neste tom’. E pimba, pimba, pimba – desculpe o termo –, ensaiei, ensaiei, ensaiei. E fiquei com o papel".
O rosto de Manuela Bravo sorri ao recordar. Para todos, será sempre a cantora – mesmo com outra vida.
Manuela Bravo tem uma filha de 24 anos. A cantora viveu em Montelavar até 1990. Mas como não tinha onde deixar a filha durante as tournées, mudou-se para Arganil. A sogra assumiu o papel fundamental de ajudar a criar a neta. Em 1999, Manuela separou-se do marido e, com o divórcio, perdeu também o convívio com a família dele. Mais tarde, Manuela teve um segundo relacionamento, de três anos, mas bastante "doloroso".
Desde 1992 que Manuela Bravo é maná. Agora está a frequentar um curso de leitura bíblica. O irmão recorreu ao tribunal para resolver as partilhas dos bens da falecida mãe de Manuela Bravo. Tentou vários castings para telenovelas mas nunca ficou com nenhum papel. Ganhou, no musical ‘Cats’, a vida de Grizabella.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

António Pinho Vargas

António Pinho Vargas nasceu em Vila Nova de Gaia, em Agosto de 1951.

Colabora com os A Grelha, grupo de rock do Porto. Em 1970 fundou, com Carlos Zíngaro e Jorge Lima Barreto, a Associação de Música Conceptual. 

Com Lima Barreto e Artur Guedes faz parte do Anar Jazz Trio. Com Artur Guedes, José Nogueira e Pedro Cavaco forma os Abralas (1975/77).

Licencia-se em História pela Faculdade de Letras do Porto. Foi professor de História nos anos de 1975 e 1976. Tira o curso superior de Piano do Conservatório de Música do Porto. Enfrenta os anos 70 com algumas dificuldades pessoais pelo facto de querer ser músico de jazz. 

Colabora com o  grupo de jazz Araripa de João Heitor e José Eduardo. Com este grupo participa, em 1976,  nas gravações do álbum "Malpertuis" de Rão Kyao. Participa também no disco "Bambu" de Rão Kyao, editado em 1978.

Ainda com José Nogueira faz parte do grupo de jazz-rock instrumental Abralas (ex-Zanarp). Os dois músicos fazem também parte da primeira formação dos Jáfumega. Durante algum tempo integra os Arte & Ofício com quem grava, em 1979, o álbum "Faces". Sai do grupo em 1982.

Entra para a Banda Sonora de Rui Veloso com quem grava o álbum "Fora de Moda". 

Em 1982 fez parte do Quarteto de Rão Kyao juntamente com Mário Barreiros e José Eduardo. Participa nas gravações do álbum "Ritual" de Rão Kyao. Nesse ano frequenta os cursos de Emmanuel Nunes.

Em 1983 grava o seu disco de estreia, "Outros Lugares". O Quarteto que gravou o disco incluía ainda Mário Barreiros, Pedro Barreiros e José Nogueira. 

Em 1984 volta a colaborar com Rão Kyao participando nas gravações do álbum "Estrada da Luz" .

O seu segundo álbum, "Cores e Aromas", é editado em 1985. O Quarteto que gravou o disco é o mesmo do seu disco de estreia.

Em 1987 é lançado o disco "As Folhas Novas Mudam de Cor".  O disco vende mais de 9.000 exemplares e atinge o top 10 de vendas. Nesse ano faz a banda sonora da peça "Hamlet", de William Shakespeare, com encenação de Carlos Avilez. Vai para a Holanda, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian,  estudar composição com o compositor Klaas de Vries.

Em 1988 compõe a música para o filme "Tempos Difíceis" de João Botelho pela qual recebeu o Prémio do Instituto Português de Cinema para a melhor música de Cinema. Também fez as bandas sonoras dos filmes "Uma Pedra No Bolso" (1988) e "Onde Bate o Sol" (1989) de Joaquim Pinto. 

Em Abril de 1989 é editado o álbum "Os Jogos do Mundo". Além de António Pinho Vargas participaram os instrumentistas José Nogueira (saxofones), Mário Barreiros (bateria), Quico (sintetizadores), Pedro Barreiros (contrabaixo) e Rui Junior (tablas e percussão).

Diplomou-se em Composição no Conservatório de Roterdão em 1990. A partir da sua passagem pela Holanda passa a dedicar-se principalmente à composição erudita contemporânea.

Em 1991 é lançado o disco "Selos e Borboletas" que foi canditado ao Prémio José Afonso. Neste ano inicia actividade de professor de Composição na ESM (Escola Superior de Música) de Lisboa. Trabalha com Amália num trabalho que não chegou a ser publicado devido a um problema de direitos com os herdeiros da poetisa Cecilia Meireles. Tinha outros projectos com a fadista mas que não chegaram a ser concretizados.

Em 1993 retoma a colaboração com João Botelho e Carlos Avilez para quem faz a banda sonora do filme "Aqui na Terra" e da peça "Ricardo II", respectivamente.

Nesse ano compôe "Monodia - Quasi Un Requiem", composição para quarteto de cordas. No ano seguinte é a vez de "Três Quadros para Almada" e "Nocturno\Diurno".

O CD "Monodia", gravado na Igreja da Cartuxa e no Estúdio A da RDP, foi editado, em 1995, pela EMI Classics. A edição contou com o apoio de Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura. Neste ano foi condecorado, pelo Presidente de República Portuguesa, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

É o autor da obra "Nove Canções de António Ramos Rosa", para canto e piano.

Em 1996 é editado o álbum "A Luz e a Escuridão". O disco conta com a participação da cantora Maria João e do saxofonista José Nogueira.

Faz a banda sonora do filme "Cinco Dias, Cinco Noites" de José Fonseca e Costa. Por essa banda sonora recebe o prémio da melhor música do Festival de Cinema de Gramado (Brasil).

Apresentou, em 1996, na Culturgest, a ópera de câmara "Édipo - Tragédia do Saber", a partir de textos de Pedro Paixão.

A EMI-Valentim de Carvalho lança em 1998 a colectânea "As Mãos, O Melhor de António Pinho Vargas. O quarteto de cordas "Monodia - Quasi Un Requiem" foi tocado pelo Quarteto Artis de Viena e incluído no CD "Quartet Portuguese Chamber Music" do Arditti String (edição Etcetera Records).

Escreve a ópera "Três Versos de Caeiro" e "Os Dias Levantados", ópera em dois actos sobre o 25 de Abril, com libreto de Manuel Gusmão.

O CD "Versos" foi editado, em 2001, pela Strauss, com o apoio do IPAE. É também o autor da música do filme " Quem És Tu?" de João Botelho.

Em Novembro de 2001, desloca-se a Londres onde é um dos participantes no festival Atlantic Waves 2001. A compilação "Exploratory Music from Portugal 01" inclui "3rd Movement from "Trés Versos de Caeiro".

A Culturgest organizou um Festival António Pinho Vargas, entre 16 de Fevereiro e 6 de Março de 2002, com a maior parte da sua obra. Foi feito o documentário "António Pinho Vargas, notas de um compositor", encomenda da Culturgest, LxFilmes e RTP, com realização de Manuel Mozos e Luís Correia. A obra "Judas", resultado de uma encomenda do Festival de Música Sacra, foi estreada em Viana do Castelo.

A Afrontamento editou, ainda em 2002, o livro "Sobre Música" com sete ensaios e uma recolha de textos e entrevistas. 

É um dos membros fundadores da direcção artística da OrchestrUtópica formada em 2003. Participa também no disco "Movimentos Perpétuos - Música Para Carlos Paredes" com o tema "Dois Violinos para Carlos Paredes".

Em Fevereiro de 2004 é editado o CD com a gravação da ópera "Os Dias Levantados", realizada em 6 de Março de 2002, na Culturgest.

DISCOGRAFIA
Outros Lugares (LP, VC, 1983)
Cores E Aromas (LP, EMI, 1985)
As Folhas Novas Mudam De Cor (LP, EMI, 1987)
Os Jogos do Mundo (LP, EMI, 1989)
Selos e Borboletas (CD, EMI, 1991)
Monodia (CD, EMI Classics, 1994) 
A Luz e a Escuridão (CD, EMI, 1996)
As Mãos - O Melhor de António Pinho Vargas (Compilação, EMI, 1998)
Versos (CD, Strauss, 2001)
Solo (2CD, DFIE, 2008)
Solo II(2CD, DFIE, 2009)

COMENTÁRIOS
«Eu toquei rock em baile de finalistas, toquei e toco jazz, toquei com a Amália, o Carlos do Carmo, o Vitorino. Num dado momento comecei a trabalhar também noutra área, com possibilidades permanentes de trabalho. Julgo que o status da música erudita portuguesa nunca terá deixado de olhar para mim como aquele rapaz que veio do jazz e que agora compôe umas coisas contemporâneas e tal. É uma marca que transporto comigo, nada a fazer.» APV/DNA

«Uma das coisas escritas sobre mim que mais me comoveu foi 'O homem que fez com que começasse a ser possível falar de jazz português'. A minha vida como músico de jazz nos anos 80 foi relativamente semelhante ao que está a ser agora na música erudita. Também aí achavam que aquilo não era bem jazz...» APV/DNA

«Posso dizer que aprendi a não ter complexos de superioridade em nenhum momento. Aprendi a respeitar a diversidade, aprendi que um rapaz de 18 anos pode pegar num PC e ser mais criativo do que um estudante do conservatório que anda a ver se consegue tocar igual ao pianista X ou Y. É bom que a atenção seja recíproca, ou seja, que as tribos da pop, do rock, do metal ou da electrónica, não se fechem demasiado com base num complexo qualquer e perceba que o mundo é mais diverso do que aquilo que pensam. A mensagem fundamental é estar atento à diversidade do Mundo!» APV/Divergências (2004)

NO RASTO DE...
Lecciona Composição na Escola Superior de Música de Lisboa.