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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Richard Burton


Partilha com Peter O´Toole o trono de uma geração, mas a verdade é que a sua fleuma galesa, a sua voz inconfundivel e o seu leque de performances fazem dele o porta-estandarte desse magnifico grupo de actores que incluia ainda Michael Caine ou Albert Finney.
Burton começa a sua carreira em 1949 e a sua ascensão será praticamente imediata. Em 1952 é soberbo no final My Cousin Rachel. É nomeado para melhor actor secundário. Tal como O´Toole serão sete as nomeações sem qualquer vitória. No ano seguinte a nova estrela britânica chega á categoria principal pelo seu desempenho no aclamado The Robe. Continuando na época clássica, é um convincente Alexandre em Alexander the Great de Robert Rossen em 1956. No ano seguinte está numa das obras-primas de Nic Ray, Bitter Victory, onde é de uma intensidade dramática absolutamente notável. Chefia a geração dos young angry rebels em Look Back in Anger e depois de fazer Shakespeare e de ajudar a invadir a Normandia no épico The Longest Day, é escolhido para ser Marco António naquele que seria o mais ambicioso projecto de sempre. O seu desempenho é de altissimo nivel mas Cleopatra será um fracasso. Nem a relação amorosa que Burton começa com Elizabeth Taylor nas rodagens do filme, e que se tornará numa das relações mais conturbadas e famosas da história, salva o filme. A sua reputação continua imaculada e divide o ecrãn com Peter O´Toole em Becket, partilhando igualmente mais uma nomeação aos óscares. Seguem-se The Night of the Iguana, poderoso drama, e em 1965 o seu mais contido e aplaudido desempenho em The Spy Who Came From the Cold. Ao lado de Elizabeth Taylor brilha como poucos na obra de estreia de Mike Nichols, o inesquecivel Who´s Affraid Virginia Wolf. Mais uma vez o oscar vai para outro e Burton continua a trabalhar com Taylor, desta vez em The Taming of the Shrew. Acaba a década em alta no filme Anne of the Thousand Days e em 1974 divorcia-se de Liz Taylor após uma serie de conflitos matrimoniais. No entanto o casal volta a juntar-se no ano seguinte, para se separar finalmente em 1976. Estes foram os anos menos proliferos para Burton, que em 1977 regressa de novo em estilo no filme Equus. Em 1984 entra na adaptação homónima de George Orwell, ao lado de John Hurt, mas a sua saúde, minada pelo alcool e tabaco, não lhe permite voltar a filmar. Morre nesse mesmo ano deixando um imenso vazio que mais nenhum actor soube preencher.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Katharine Hepburn

Chamaram-lhe "veneno de bilheteiras". Durante décadas foi altamente subvalorizada. Mas soube sempre dar a volta por cima conseguindo alguns dos seus mais brilhantes desempenhos quando muitos pensavam que já nem sequer representava. Dos anos 30 à década de 80 não houve actriz tão espantosa como Katharine Hepburn. Quatro óscares provam-no facilmente! Afinal, se algum dia houve uma actriz "monstruosa", foi ela.
Dividiu-se sempre entre o cinema e o teatro. Em cinquenta anos fez cinquenta filmes, conquistou quatro óscares, 12 nomeações, múltiplos prémios e a admiração de todos, uns mais tardiamente que outros. Teve o seu primeiro grande papel em Morning Glory, o seu terceiro filme, pelo qual venceu de imediato o óscar. Little Women, Sylvia Scarlett, Mary of Scotland e Bringing Up Baby confirmaram-na como uma das grandes actrizes dos anos 30. No entanto as suas polémicas relações - Howard Hughes, John Ford, Spencer Tracy - o seu cariz altamente feminista e liberal, não lhe eram favoráveis em Hollywood. Não atraia o público comum e muitos dos seus melhores papeis nos anos 40 e 50 vieram em filmes fracassados nas bilheteiras. Foi o que aconteceu com Woman of the Year ou Adam´s Rib. Em Philadelphia Story supera-se e em The African Queen, ao lado de Bogart, consegue a sua quinta nomeação aos óscares. Os anos cinquenta ficam marcados ainda por três papeis: em Summertime, The Rainmaker e, acima de tudo, Suddenly Last Summer. Confirmando-se definitivamente como a maior actriz do mundo nos anos 60, Hepburn conseguiu um inesperado comeback. Primeiro em Long Day´s Journey Into Night, em 1962, e em 1967 no filme Guess Who´s Coming to Dinner. Quando ninguém pensava, Hepburn vence um segundo óscar. É no entanto em 1968 que consegue a maior performance de toda a sua carreira no filme The Lion in Winter. Vence o óscar em ex-aqueo com Barbra Streisand e afirma-se como a mais bem sucedida actriz de sempre. E quando ninguém o esperava, depois de uns anos 70 mais virados para a televisão, conquista o seu 4º e último óscar no filme On a Golden Pond. Hepburn estará anos sem fazer um filme, aparecendo em Love Affair de Warren Beatty num registo de despedida. Morre com a bela idade de 96 anos em 2003, perdendo o mundo a maior actriz que alguma vez conheceu.

sábado, 15 de outubro de 2022

Viggo Mortensen

Considera-se mais um artista do que um actor. É um nome de culto na cena underground nova-iorquina pelos seus trabalhos manuais. Hoje é tambem venerado um pouco por todo mundo graças ao seu soberbo desempenho na mitica trilogia Lord of the Rings. Mais um caso de um papel que faz um actor?

Existe a possibilidade de ser o novo Mark Hammil. Mas não parece muito preocupado com essa possibilidade. Para ele o cinema apenas mais uma das muitas coisas que gosta de fazer.
Viggo Mortensen nasceu a 20 de Outubro de 1958 no coração de Nova Iorque, em plena Manhattan.
De ascendencia dinamarquesa, Viggo viajou muito quando era jovem, especialmente pelo norte da Europa e a América latina. Começou a estudar representação quando voltou aos Estados Unidos, e depois de ter sido aplaudido em diversas peças de teatro e filmes locais, decidiu tentar a sua sorte em Los Angeles. Começaria aí, em 1984, uma carreira com mais de trinta filmes, muitos deles aplaudidos pela critica.
Foi em Witness, o aclamado filme de Peter Weir, que Viggo se estreou. Nessa altura já era um poeta aclamado e um homem do mundo.


Depois de anos a fazer pequenos papeis, surgiu em destaque no filme The Indian Runner. Seguiram-se outros papeis aclamados pela critica como Ruby Cairo, Carlito´s Way, Crimson Tyde e Portrait of a Lady. Estreou-se em filmes de acção ao lado de Demi Moore em G.I Jane e no mesmo ano fez dois remakes de Hitchock: Psycho e A Perfect Murder.
Foi então que a sua carreira deu uma volta de 180º graus. A principio estava pouco seduzido pelo papel de Aragorn na adaptação de Lord of the Rings para o cinema. O filho persuadiu-o a aceitar e foi assim que o actor embarcou para a Nova Zelandia onde durante tres anos protagonizou um dos maiores herois do univero de JRR Tolkien. O resto já todos sabem. Fama, reconhecimento e um lugar no coração de muitos cinéfilos.
Em 2003 faria Hidalgo, mas os fãs continuaram a ver nele e que sempre irão ver, o Rei de Gondor.


Para além dos seus talentos cinematográficos, Viggo mostrou ter imenso talento em outras áreas. Editou três albuns de jazz, escreveu vários livros de poesia e é também um pintor e fotógrafo consagrado em Nova Iorque. Para muitos ele é muito mais do que um actor. Para o espectador comum ele será sempre Aragorn.



segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Denzel Washington




Tornou-se o primeiro actor negro em quase quarenta anos a vencer um óscar de melhor actor. E é o único negro a ter dois óscares em casa. Uma carreira de grande sucesso para um actor de talento imenso. É um dos simbolos da geração de 85 e hoje é, sem margem para dúvidas, um dos três melhores actores do mundo. Ele é um exemplo a seguir para uma comunidade que continua a procurar o seu lugar no sol de Hollywood...


Como o próprio disse na "sua" noite, em Março de 2001, tinha vivido toda a vida atrás do fantasma de Sidney Poitier, o maior simbolo para a comunidade negra norte-americana. Mas hoje ninguém tem duvidas que é ele, Denzel Washington, vencedor de dois óscares (o primeiro por Glory e o segundo por Training Day), o porta-estandarte de toda uma raça.

Denzel nasceu a 28 de Dezembro de 1954 em Mont Vernon no estado de Nova Iorque. Era o filho do meio de uma familia de profundas crenças religiosas. A mãe era esteticista e o pai um pastor da Igreja de Pentecostes, o que influenciou muito a formação moral do jovem. Depois de ter completado o liceu, decidiu inscrever-se no curso de jornalismo na Fordham University. Só que foi aí que o "bichinho" da representação tomou conta dele. Partiu para a Califórnia e inscreveu-se no American Conservatory Theater onde só ficou um ano. Depois de ter tido as primeiras lições, achou que seria a experiencia do dia a dia que seria fundamental na sua aprendizagem. E foi então que começou a procurar trabalho como actor, tarefa nunca fácil para um jovem negro num país onde a igualdade entre as raças ainda está mais no papel do que na prática. Em 1977 conseguiu o seu primeiro papel na televisão. 


A primeira metade dos anos 80 foram passados na televisão. Em 1982 entrou na popular serie St. Elsewhere e só em 1987 conseguiria o seu primeiro papel de destaque no cinema. O filme era Cry Freedom, e ao viver o mitico Steve Biko, o jovem Denzel mostrou logo ter potencial para grandes voos. Algo que dois anos depois foi facilmente provado em Glory. Ao interpretar um rebelde soldado negro na dificil Guerra Civil norte-americana, Denzel dominou por completo o filme. Acabou galardoado com o óscar de melhor actor secundário. Era a primeira vez em 25 anos que um actor negro era premiado pela Academia e muitos viam nisso um sinal positivo para o futuro de Washington. Afinal ele era já um eleito.
No entanto o inicio dos anos 90 não se revelaram tão proliferos como se esperava. Denzel participou em produções menores e só em 1992 voltou a dar o verdadeiro ar da sua graça no filme de Spike Lee, Malcom X. Mais uma vez Denzel Washington foi fantástico a viver o revolucionário muçulmano dos anos 60 e não surpeendeu ninguem que colecionasse, aos 39 anos, a sua segunda nomeação ao óscar.


1993 acabaria por se revelar um excelente ano para o actor. Entrou na adaptação de Kenneth Branagh da obra de William Shakespeare, Much Ado About Nothing, e ao lado de Julia Roberts brilhou em The Pelican Brief. No entanto a sua melhor performance foi no sucesso do ano Philadelphia, onde actuou com grande frieza como advogado de Tom Hanks. Hanks, que ganharia o primeiro óscar neste filme, diria mais tarde que nas rodagens de Philadelphia tinha aprendido mais cinema do que nos anos que tinha de carreira, isto a ver Denzel representar.
No entanto até 1996, ano de Courage under Fire, custou a Denzel voltar aos seus grandes momentos. Mesmo tendo entrado em Crimson Tide, filme de Tony Scott onde contracenava com Gene Hackman.
De facto os anos 90 acabaram por ser de sensações mistas para o actor. A sucessos como Philadelphia e Malcom X contrapunham-se falhanços em toda a linha. E seria assim até ao final dos anos 90, altura em que o actor voltou aos papeis de qualidade. Em 1999, o filme Bone Colector abria as portas para um periodo verdadeiramente dourado na sua carreira.


Nesse mesmo ano, e depois do sucesso de The Bone Colector, chegou a sua terceira nomeação ao óscar por The Hurricane. O filme onde Washington encarnava a personagem veridica de Rubin Carter viveu das explosões de garra de Denzel que acabaria por perder o óscar para Kevin Spacey, quando muitos pensavam que seria o ano da sua consagração. Não foi mas revelou-se uma importante data para o actor marcar o seu regresso. Em 2000 mais um grande desempenho em Remember the Titans, um dos filmes mais interessantes do ano. Mas a glória chegava em 2000 no mitico Training Day. Muitos pensavam que Russel Crowe iria repetir o triunfo do ano transacto mas ninguém conseguiu resistir à notável performance como capitão Alonzo Harris no filme de Antoine Fuqua. Provavelmente uma das melhores representações de sempre de um actor, a vitória na cerimónia da Academia não surpreendeu ninguem. E Denzel tornava-se no primeiro actor negro a vencer dois óscares, numa noite onde, curiosamente, Sidney Poitier também era homenageado.


A partir desta data memorável a carreira de Denzel Washington arrancou para a consagração total. John Q e Antwone Fisher - este realizado por si - foram dois sucessos de bilheteira e reforçaram ainda a imagem de sucesso que o actor transparecia. Já este ano, Denzel Washington brilhou em tres filmes distintos. Primeiro no filme extremamente "cool" que foi Out of Time. Mais tarde seria um carrasco implacável em Man on Fire e por fim revivaria o papel original de Frank Sinatra em The Manchurian Candidate, mas com muito mais intensidade dramática note-se.


Denzel Washington é, a par de Tom Hanks e Sean Penn um dos três melhores actores do momento. A sua garra, as suas explosões num overacting soberbo e a sua imensa sensualidade marcam todas as suas performances. É o "pai" de toda uma nova geração de talentosos actores negros como Will Smith e Jamie Foxx e poucos acreditam que não volte a ser premiado. É que, como a sua carreira vai, é um sentimento geral de que o melhor de Denzel Washington poderá estar para vir. Não que existam Training Day´s todos os anos, mas porque ele é de facto uma força da natureza.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Nicholas Cage


Poucos o sabem, mas Nicholas Cage é um Copolla. Uma das mais importantes familia da história do cinema nos últimos trinta anos, a verdade é que os Copolla sempre foram para Nicholas um fardo demasiado grande de carregar. Daí um novo sobrenome, uma nova identidade. Só os traços de talento permaneceram.

Californiano de gema, Nicholas Kim Copolla nasceu a 7 de Janeiro de 1964. Filho de um professor de literatura e uma dançarina, foi a herança do nome do tio Francis que lhe viria a moldar a sua paixão pelo cinema. Ao ver os filmes do tio, o jovem Nicholas sentia uma vontade imensa em saltar para o ecran. Com 17 anos abandonou a escola em Beverly Hills e começou a procurar papeis em filmes, sem se preocupar com uma formação na área da representação. Fast Times at Ridgmon High foi o seu primeiro filme, em 1982. Na altura Nicholas era Copolla e não Cage. Tinha 17 anos e queria ser uma estrela.
Foi ao lado do tio, no aclamado Rumble Fish, que começaria a destacar-se. Nesse mesmo ano, 1983, entraria ainda em Valley Girl e afirmava-se como um dos actores promessa do inicio da década. Racing With the the Moon, Cotton Club e Birdy foram três sucessos de 1984. Por essa altura o peso do nome Copolla começava a pesar nas criticas. Por isso, inspirado em Luke Cage, heroi negro de banda desenhada, mudou o nome para Nicholas Cage.


Por essa altura era já um dos nomes mais influentes da jovem representaão norte-americana. Seguir-se-iam sucessos como Pegy Sue Got Married, Raising Arizona, Moonstruck e Never on a Tuesday.
Wild at Heart marcava a sua estreia em grande nos anos 90. Curiosamente o inicio da década não seria tão bem sucedido como o final da anterior, exceptuando Honeymoon in Vegas e It Could Happen to You. Literalmente contra a corrente, chegou o óscar em 1995 pelo seu desempenho em Leaving Las Vegas. Uma vitória surpresa, de facto, e que marcou a viragem na sua carreira.
A partir de 1996 começou a dedicar-se ao cinema de acção, primeiro em The Rock, depois em Con Air e por fim em Face Off, uma trilogia que o tornaram num dos grandes nomes do genero.



City of Angels mostrou um Cage mais melancólico, enquanto que Snake Eyes e Gone in Sixty Seconds recuperavam a aura de action-man. Por essa altura os primos Sofia Copolla e Jason Schwarzman estavam em alta. Já não era o único Copolla em destaque. Foi também por esta altura que conseguiu um dos seus melhores desempenhos em The Family Men, ao que se seguiu o onírico Captains Corelli Mandolin. Uma nova nomeação aos óscares chegaria com Adaptation, mas os filmes de acção dominaram estes últimos anos da carreira de Cage, quer em Matchstick Men, quer em National Treasure.
Para o ano estão já previstas três estreias apeteceveis. Primeiro The Weather Man, e depois Ghost Warrior e Lord of War.


sábado, 1 de outubro de 2022

Milla Jovovich

É uma das mulheres mais belas do mundo, disso ninguém parece ter dúvidas. Talvez a representante perfeita da beleza do leste da Europa. Com uma carreira dividida entre os dois lados do Atlântico, poucos são aqueles que lhe conseguem ficar indiferentes...

Milla Jovovich é única. Nasceu em Kiev, capital da Ucrânia quando esta ainda era parte da União Soviética, a 17 de Dezembro de 1975. Com uma beleza muito precoce, foi aos 9 anos que começou a sua carreira como modelo. Estavamos em 1984. Com doze anos estreou-se no cinema. Já vivia fora da União Soviética e o filme tinha contornos eróticos, antecipando a sua estreia como actriz principal.
O que viria a acontecer em 1991. A URSS tinha acabado e Milla vivia agora em França. Foi escolhida à primeira para suceder a Brooke Shields no papel principal de uma jovem abandonada com o irmão numa lagoa deserta. A sua beleza ainda de adolescente era contagiante e por iso The Return to the Blue Lagoon foi um sucesso. Os seus belos olhos e cabelos tornaram-na imediatamente numa lolita europeia. Tinha apenas 16 anos.


Depois deste seu primeiro sucesso, Milla Jovovich dedicou-se à sua carreira como modelo em França. Tornou-se assim numa das caras - e corpos - mais requisitados do momento, deixando pouco espaço para uma carreira cinematográfica levada ao seu expoente máximo. Talvez isso seja justificativo de seis anos ausente de grandes papeis, se deixar-mos de lado pontuais aparições em filmes como Chaplin ou Dazzed and Confused.
Seria em 1996, já com 21 anos de idade, que Milla voltaria a encantar tudo e todos. O filme era o hilariante 5th Element, onde um elenco de luxo com Bruce Willis à cabeça, davam as voltas para salvar o planeta Terra da destruição total. O seu divertido e sensual papel valeram-lhe múltiplos aplausos. E o filme serviria também para começar uma relação, que acabaria em casamento, com o realizador francês Luc Besson.


Uma parceira que seria retomada em 1999. Pelo meio tinha ficado He Got Game e a capa de centenas de revistas que continuavam a insistir na ideia de que Milla Jovovich era das mais belas mulheres do mundo. Talvez por isso Besson a tenha visto como a Jeanne D´Arc perfeita. O filme The Messanger : The Story of Jeanne D´Arc não foi o sucesso pretendido, talvez por ter revolucionado a vida da heroina francesa, mas a sua encarnação da guerreira foi absolutamente notável. Para além de bela, Milla provava ser talentosa. Seguir-se-iam pequenos papeis em filmes como The Million Dollar Hotel, a experiência cinematográfica de Bono e Win Wenders, The Claim e Dummy.


Mas se hoje Milla Jovovich tornou-se extremamente popular junto de um público mais novo, isso deve-se essencialmente ao seu trabalho em Resident Evil, filme de acção inspirado num dos mais populares videojogos dos anos 90. Em ambos os filmes - o primeiro de 2002, o segundo de 2004 - Milla faz as cenas de duplos e encanta com todo o seu charme e estilo. Com tudo isto ficou pouco espaço para desenvolver um estilo de representação mais dramático, algo que não parece que vá acontecer nos próximos tempos tende em conta que a actriz pretende seguir com esta sua vertente mais de action-woman durante alguns anos. Resta saber se algum dia a verdadeira actriz que está dentro de Milla Jovovich, realmente verá a luz do dia.