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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Maria de Lurdes de Almeida Lemos conhecida apenas por "Milu" (1926-2008)


Actriz de cinema e teatro de revista portuguesa. Estreou-se, aos doze anos, no filme "Aldeia da Roupa Branca" ao lado de Beatriz Costa. Extremamente bonita e fotogénica, encantou gerações de portugueses e portuguesas, podendo, sem favor, ser comparada às "estrelas" de Hollywood. Foi também uma presença assídua na rádio, onde começou aos dez anos a cantar. Em 1942, é a "Luisinha" no filme "O Costa do Castelo", de Artur Duarte, e a sua voz imortalizou a música "Minha Casinha" mais tarde reinterpretada pelo conjunto musical "Xutos e Pontapés", com enorme sucesso. Outro sucesso foi "Cantiga da Rua". Casou, pela primeira vez, em Dezembro de 1943, aos dezassete anos. Lisboa despovoou-se para ir ver a noiva à igreja de São Sebastião da Pedreira. Interrompeu a sua carreira artística, mas os e as fãs obrigaram-na a regressar. E mais sucessos se seguiram, numa das épocas mais criativas do cinema português: "Cantiga da Rua","O Leão da Estrela", em 1947, "O Grande Elias", em 1950, entre outros. Foi sem sombra de dúvida "a namoradinha de Portugal". As revistas de cinema e quase todas as outras escolhiam-na para capa, pois a sua beleza deslumbrava. Fez teatro de revista no Teatro Avenida, nomeadamente em "Ó Rosa Arredonda a Saia" e no Teatro Variedades com "A Vida é Bela" e entrou em alguns filmes em Espanha, nos anos de 1943 e 1946. Casou, pela 2ª vez, em 1960 e viveu no Brasil até 1968, tendo actuado esporadicamente na televisão brasileira. A sua última aparição em cinema foi em "Kilas o Mau da Fita", de José Fonseca e Costa, em 1980. Faleceu a 5 de Novembro de 2008.

Biografia retirada daqui

Carmen Dolores Cohen Sarmento

Actriz e encenadora, nascida em Lisboa, em 1924. As suas interpretações granjearam-lhe o apreço unânime da crítica. Aos 80 anos que cumpriu em 2004 deu entrevistas e a sua serenidade e beleza são ainda motivo de júbilo para quem a vê no palco, na tela ou na televisão. Estreou-se no cinema em «Um Homem às Direitas» (1944), «A Vizinha do Lado» (1944), «Camões» de Leitão de Barros (1946). Subiu ao palco em 1945, integrada na Companhia "Os Comediantes de Lisboa", no Teatro da Trindade, depois foi somando sucessos. Casou em 1947 e em 1951 passou para o palco do Teatro Nacional de D. Maria II, dirigido por Amélia Rey Colaço e marido com diversos sucessos de que se destaca Fei Luís de Sousa de Almeida Garrett. Em 1959 ganhou o Prémio de Melhor Actriz na peça «Seis Personagens à procura de um Autor», de Pirandello. Criou, com outros actores, o Teatro Moderno de Lisboa, no palco do Império, tendo desenvolvido um projecto que levou à cena novas encenações de peças de autores consagrados como Dostoievski, Steinbeck, Shakespeare, Strindberg José Cardoso Pires. Viveu sete anos em Paris, e de regresso continuou uma série de grandes interpretações. No cinema vimo-las em «A Mulher do Próximo» de Fonseca e Costa. Carmen Dolores foi agraciada, em 2004, com a Ordem do Infante Dom Henrique no grau de Grand

Beatriz Costa

Actriz de revista e cinema portuguesa, de grande sucesso, nasceu na Charneca do Milharado, perto de Mafra. Teve uma infância sem grande ambiente familiar, de um lado para o outro com a mãe, que viveu ao sabor dos amores de ocasião. Começou na revista "Chá e Torradas", como corista, no Éden Teatro e seguiu depois para o Brasil, onde residiu até 1926. A "Menina da Franja" como ficou conhecida estreou-se no cinema no filme "O Diabo em Lisboa", que não teve distribuição comercial. A "Canção de Lisboa" é o seu grande sucesso, onde faz o papel de "menina Alice", filha de António Silva. Entra em "Aldeia da Roupa Branca", onde canta com a sua voz esganiçada. Tinha trinta anos. Voltou ao Brasil e casou, em 1947, mas separou-se dois anos depois. Entre Lisboa e Rio de Janeiro Beatriz Costa fez uma carreira de cheia de sucessos. Quando se retirou da vida artística decidiu escrever livros biográficos «Sem Papas na Língua», 1975 e «Quando os Vascos eram Santanas», 1977. Figura acarinhada e querida em todo o país, viveu no Hotel Tivoli, em Lisboa, até ao fim dos seus dias. Divertida e risonha, manteve sempre o seu ar irreverente e um humor saudável. Mafra homenageou-a dando o seu nome ao Teatro Municipal Beatriz Costa. Os filmes em que é vedeta são constantemente exibidos na RTP Memória com enorme sucesso de audiências.

Natália Correia

Nasceu na ilha em Ponta Delgada, ilha de São Miguel em 1923 e faleceu em Lisboa em 1993. Personalidade intelectual versátil, dedicou-se a vários géneros, além de marcar a sua presença na política e na imprensa. Sua produção abrange a poesia, o romance, o teatro, o ensaio, memórias, relatos de viagem, organização de antologias e colaboração em vários jornais e revistas. Embora tenha começado pela literatura infantil (A Grande Aventura de um Pequeno Herói, 1945) e pelo romance (Anoiteceu no Bairro, 1946) foi na poesia que encontrou a expressão mais depurada de seu temperamento a um só tempo lírico e irónico, características acentuadas a partir de Dimensão Encontrada (1957) e em suas obras dramáticas. Dentro dessa linha, que a tendência surrealista da poesia portuguesa pós-1950 vem sublinhar, compôs grande parte de sua obra poética, revelando um discurso lírico insólito e singular a oscilar entre a linguagem alegórica e a voz interventora. Estão neste caso, por exemplo, Passaporte (1958), o longo poema Cântico do País Emerso (1961) e mais tarde Mátria e Maçãs de Orestes (1970). Em seu livro Poemas a Rebate, publicado em 1975, chama, na introdução, ao conjunto de seus “poemas indóceis” de “pentagrama de indignação”. Indignação constante é o que não falta á obra de Natália Correia seja motivada pela censura que a amordaçou por longo tempo, seja por uma insurreição natural a todos os engodos ideológicos da organização social. A capacidade de abranger, contudo, várias expressões líricas, bem como sentimentos e visões aparentemente opostos, entre a subjectividade romântica e a objectividade realista, levaram-na à composição, nos dois últimos anos, de Sonetos Românticos (1991, Grande prémio da Poesia APE/CTT), na poesia, e ao romance As Núpcias (1992). No primeiro, parece voltar à primeira fase de sua expressão em virtude da abstraccão do objecto lírico, não obstante, agora, mais intelectualizada, beirando certo misticismo da criação poética, da escrita, da expressão verbal. Por isso, define o soneto como “misterioso nó que em sacra escrita / cimos e abismos une”. Abismos, que enfim, de onde sempre procurou garimpar a sua “aurífera” poesia. 

Claudette Colbert pseudónimo de Lily Cauchoin (1903-1996)

Actriz de origem francesa, emigrou com a família para os EUA, em 1910. Começou no teatro e em 1928 com a sua representação na peça "Dynamo" de Eugénio O' Neill ganhou fama imediata. Inicia a sua carreira cinematográfica em 1929 vocacionada para a comédia, tendo recebido, com Clark Gable, o Óscar da Academia em 1934, no filme de F. Capra, no papel de uma menina mimada e fugitiva em "Aconteceu numa Noite". Fez digressões teatrais pela Europa, bem como peças para televisão e talk shows. Trabalhou com grandes realizadores como C. B. de Mille e Georges Cukor. Participou em mais de 60 filmes.

Maria Magdalene von Losch Felsing - Marlene Dietrich

Actriz norte-americana de cinema de origem alemã, naturalizada norte-americana, nasceu em Berlim. Começou por fazer cinema mudo e o seu primeiro sucesso data de 1930, quando o realizador Josef Von Strenberg que lhe deu o papel de Lola, uma cantora de cabaré no filme "Anjo Azul".Viveu em Hollywood e rodeou-se de uma aura de vedeta. Perfeccionista com um rosto fora do vulgar, extremamente fotogénica e detentora de umas pernas perfeitas que foram, com as sobrancelhas finas e em arco a sua imagem de marca. Dos filmes em que foi vedeta salientam-se "A sede do mal" de Orson Wells, "Marrocos" (1939), "Expresso de Xangai" (1932) e "Cidade Turbulenta" (1939). Com Greta Garbo encarnaram as "divas" supremas do cinema dos anos 40.

Walt Disney

Walt Disney nasceu em Chicago, no dia 5 de Dezembro de 1901. Era um dos 5 filhos de Elias Disney e Flora Call Disney (4 rapazes e uma rapariga).
 Rato Mickey
Depois do nascimento de Walt, a família Disney mudou-se para Marceline, no Missouri, onde Walt viveu a maior parte da sua infância.
Walt demonstrou, desde muito novo, interesse pela arte. Para fazer dinheiro extra vendia, com frequência, desenhos aos seus vizinhos.
Estudou arte e fotografia, tendo ingressado na High School de McKinley, em Chicago.
Em 1918, Durante a primeira grande guerra, Disney tentou alistar-se no serviço militar mas foi rejeitado devido a ter, na época, apenas 16 anos de idade. Walt ofereceu, então, os seus préstimos à Cruz vermelha, tendo sido enviado para França, onde permaneceu um ano guiando uma ambulância a qual, em vez de ostentar uma camuflagem normal, estava coberta por desenhos seus.
Após o seu regresso de França, iniciou, com uma pequena companhia chamada Laugh-O-Grams, a sua carreira em arte comercial. Devido ao pouco sucesso que obteve com esta empresa, resolveu rumar a Hollywood e aí começar de novo.
Em 1928, surge a sua primeira personagem, o rato Mickey, à qual se seguem, nos anos seguintes, inúmeras outras: Donald, Pateta, Pluto, tio Patinhas, Minnie...
Em 1937, realiza a sua primeira longa metragem de animação: Branca de Neve e os 7 Anões.. Seguiram-se inúmeras outras produções, umas com imagens animadas, outras com imagens reais, outras, ainda, fundindo os dois géneros como Mary Poppins (1964).
Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Dysney inclui diversos parques temáticos (Disneylândia, Eurodisney...), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados na venda directa de filmes e livros e nos direitos de utilização por outras entidades das imagens dos personagens.
Walt Disney transformou-se numa lenda, tendo criado, com a ajuda da sua equipa, todo um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. As suas histórias facilmente compreensíveis, reflectem os valores médios da tradição americana.

Greta Garbo


Actriz de cinema de sueca, de seu nome completo Greta Lovisa Gustafsson naturalizada norte-americana, conhecida por "a divina". Já tudo foi dito sobre esta mulher de rosto perfeito, com uma fotogenia fantástica, nascida em Estocolmo e radicada nos EUA desde 1925. Aos 15 anos órfã de pai, trabalhou loja de modas. Descoberta pela publicidade foi convidada por E. A. Petschler para figurar num pequeno filme como banhista. Entrou para a Real Academia de Arte Dramática de Estocolmo, em 1922 e no ano seguinte faz o primeiro casting para cinema. Trabalhou com Mauritz Syiller, que lhe deu o apelido de Garbo. A sua celebridade seria conquistada nos EUA onde trabalhou no cinema mudo que transpôs para o cinema sonoro sem quaisquer problemas devido à sua voz profunda e sensual. O seu ar andrógino e frio criou o mito. As suas paixões foram um mistério e passou a sua longa vida sem nunca casar. Os papéis no grande ecrã são hoje, muitos deles, filmes de culto como "Amor", 1927, "A Mulher Divina" e "A Dama Misteriosa", 1928, "O Beijo", 1929, "Romance", 1930 "Inspiração", "Mata Hari", 1932, "A Rainha Cristina", 1934, "Ana Karenina", 1935, "Camille", (para os críticos o seu melhor filme) e ainda "Margarida Gautier", 1936, "Maria Walewska" (1937) "Ninotchka", 1939 e "A Mulher de duas caras", 1940 último filme em que entrou. Deixou de aparecer em 1947. Em 1955 recebeu o Óscar da Academia pelo conjunto da sua carreira. Saiu de cena no auge da fama tendo conquistado um lugar único na 7ª Arte.

Biografia retirada daqui

Adelino Fontoura

Adelino Fontoura (A. da F. Chaves), ator, jornalista e poeta, nasceu na povoação, hoje cidade, de Axixá, à margem esquerda do rio Mearim, no Maranhão, em 30 de março de 1859, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 2 de maio de 1884. É o patrono da Cadeira n. 1, por escolha de Luís Murat. 

Foram seus pais Antônio Fontoura Chaves e d. Francisca Dias Fontoura. Aos dez anos, concluído o primário, começou a trabalhar no comércio. Durante dois anos manteve contato com Artur Azevedo, quatro anos mais velho, que também trabalhava em armazém. Teriam os dois começado, então, os seus sonhos de homens de letras incipientes. Artur foi para o Rio de Janeiro e Adelino alistou-se no Exército, em Pernambuco, e lá passou a colaborar no periódico satírico Os Xênios. Em 1876 esteve no Maranhão, participando de representações teatrais, como o ator Fontoura. Após uma experiência que lhe custou a prisão, em virtude de um papel que representou no teatro, deliberou mudar-se para o Rio de Janeiro e ali procurou o amigo Artur de Azevedo. Queria ser jornalista e entrar para o teatro. Nada conseguindo em teatro, foi admitido na Folha Nova, de Manuel Carneiro. Depois Lopes Trovão deu-lhe um lugar no recém-fundado jornal O Combate, onde publicou muitos de seus poemas. 

Em 1880, Artur Azevedo o chamou para ser seu companheiro no jornal A Gazetinha. Pouco antes, fundara-se a Gazeta da Tarde, de Ferreira de Menezes. Adelino ali publicou numerosos trabalhos de prosa. Informa Múcio Leão que A Gazeta da Tarde "foi um dos jornais mais azarentos que tem havido o mundo." Começou esplendidamente, e tinha como seus diretores e principais redatores Ferreira de Menezes, Augusto Ribeiro, Hugo Leal, João de Almeida e Adelino Fontoura. Três anos depois, nenhum desses rapazes existia mais. 

Adelino Fontoura viveu nessa fase de sua vida uma paixão não correspondida. Sentindo-se doente, decidiu ir para a Europa. Em 1o de maio de 1883 partiu, no navio Gironde, para Paris, como representante da Gazeta da Tarde, que então havia sido comprada por José do Patrocínio. Lá esperava encontrar melhoras para a saúde, mas deparou-se com insuportável inverno. Viajou para Lisboa, para onde seguiu José do Patrocínio, na esperança de convencê-lo a embarcar de volta para o Brasil. Seu estado de saúde era crítico, por isso foi internado no Real Hospital São José, onde veio a falecer aos 25 anos de idade, justamente quando poderia produzir toda uma obra poética de mérito literário. 

Ao fundar-se a Academia, em 1897, seu amigo Luís Murat escolheu-o como patrono da cadeira por ele criada. É o único caso de um patrono na Academia que não tinha livro publicado. Em vida, ou não atribuíra muita importância a seus trabalhos para reuni-los em livro, ou confiara em não morrer tão cedo. Após a morte, várias tentativas foram feitas para reunir a obra dispersa do poeta. A Revista da Academia (n. 93 e n. 117) publicou-lhe quase todas as poesias conhecidas. 

No suplemento Autores e Livros, em 17 de outubro de 1943 (vol. 5o, n. 13), Múcio Leão apresentou em conjunto a obra do malogrado escritor. Conseguiu reunir perto de quarenta poesias, às quais juntou alguns trabalhos de prosa. Em 1955, saiu o volume Dispersos, de Adelino Fontoura, na série Inédita da Coleção Afrânio Peixoto, com informação de Múcio Leão sobre a vida e a obra esparsa do poeta.


Informação retirada daqui

Ademar de Almeida Gonzaga

Ator, jornalista, crítico, diretor, produtor e cineasta brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, pioneiro do cinema brasileiro, fundador do primeiro cineclube do Brasil (1912) e criador do mais completo estúdio de sua época, a Cinédia, estúdio até hoje em funcionamento, embora atendendo mais a produções de televisão. Foi crítico das revistas Palcos & Telas e Paratodos e fundador da revista Cinearte (1926-1942). Pesquisador, historiador, produtor, roteirista, ator e diretor de cinema, esteve três vezes em Hollywood para aprender a técnica e adquirir equipamentos para suas produções. Foi parceiro de Paulo Emílio Salles Gomes num básico livro-tese sobre Humberto Mauro, o ciclo de Cataguazes e a importância da Cinearte. Escreveu, produziu e dirigiu quase quarenta filmes, sendo que e alguns tornaram-se clássicos como Ganga bruta (1933), de Humberto Mauro, Bonequinha de seda (1936), de Oduvaldo Viana, O samba da vida (1937) e O cortiço (1945), ambos de Luís de Barros, e Pureza (1940), de Chianca de Garcia. Entre os filmes que dirigiu fizeram sucesso Barro humano (1929), Alô, alô, carnaval (1936), Romance proibido (1944) e Salário mínimo (1970). Morreu no Rio de Janeiro e dez amos depois sua filha, Alice, organizou o livro-álbum 50 anos de Cinédia, e também produziu em parceria com Carlos Aquino, Gonzaga Por Ele Mesmo (1988), que mostra sua importância dentro do pioneirismo do cinema brasileiro, os filmes produzidos (1930-1960), os bastidores da revista Cinearte etc.

Informação retirada daqui

Biografia de Romy Schneider

Falar de Romy Schneider, passados pouco mais de vinte anos sobre o seu desaparecimento, em Maio de 1982, é recordar paralelamente os anos de ouro da minha juventude, quando os filmes, as actrizes e os actores nos marcavam de uma forma profunda e povoaram o nosso imaginário.

Romy Schneider como Sissi A televisão ainda não tinha chegado a todas as casas portuguesas, daí o culto pelo cinema começar bem cedo nos adolescentes e «quase» adultos. Havia os óptimos Cine Clubes por todo o lado, revistas de cinema de todo o género e nas praias de veraneio os bilhetes eram tão baratos que dava para ir ao cinema todos os dias. Víamos praticamente tudo, e nos nossos 18 anos sonhávamos com Grace Kelly, Catherine Deneuve, Ornela Mutti, Claudia Cardinale, Shirley MacLaine ou a doce de olhos dourados Marie Laforêt. As que tinham mais «seguidoras» eram Audrey Hepburn e Romy Schneider. Havia ainda outras actrizes que faziam «grandes estragos» entre a rapaziada como Brigitte Bardot, Virna Lisi, Jane Fonda, Sofia Loren e Gina Lolobrigida, mas essas tinham a ver com as medidas do busto. Foram, quanto a mim, os anos gloriosos do cinema europeu.

A primeira vez que Romy Schneider chegou aos nossos ecrãs, foi no papel de jovem imperatriz Isabel de Áustria, mais conhecida por Sissi da Baviera (1837-1898). História romantizada de uma princesa de 17 anos (a idade de Romy) que casou com o imperador da Áustria, Francisco José e que poderia ter sido um conto de fadas mas que redundou num casamento fracassado. O imperador amava Sissi, mas, desde os primeiros tempos de casados, que o protocolo da corte austríaca pesou demasiado sobre uma personalidade rebelde e ávida de liberdade como a de Isabel da Baviera. Nem os filhos conseguiram apaziguar o carácter sensível e livre de Sissi, a quem até era vedado educar os filhos, numa corte onde a sogra tudo decidia, com regras de etiqueta dos tempos de Carlos V ( séc. XVI). Sissi jovem e irreverente bem tentou lutar contra a corrente, mas o simples facto de não pôr luvas às refeições eram uma crítica velada e Sissi a pouco e pouco Sissi transformou-se numa mulher caprichosa e desadaptada a viver numa prisão dourada. Isabel de Áustria era uma mulher dos finais do séc. XIX e tinha uma visão arejada do papel mulher fosse ela imperatriz ou não. O marido e imperador adorava a mulher, mas não enfrentava a mãe e o fosso entre os dois foi-se cavando. Francisco José para a compensar satisfazia-lhe todos os caprichos. Mesmo assim Sissi sentia-se infeliz. Dada a maus presságios, parecia antever as tragédias que se abateram sobre a sua família e sobre ela própria. Depois de ter perdido uma filha com apenas dois anos, por esta ter ficado aos cuidados da sogra e do batalhão de criadas, quando teve de viajar, a sua vida passou a ser uma constante fuga. Dos outros? Dela própria? Viajava, viajava sempre, como Joana a Louca em busca da paz, que não encontrou. O marido mandou construir uma sumptuosa carruagem decorada com grande luxo, onde não faltava um pequeno ginásio e que era atrelada aos comboios para assim a jovem imperatriz viajar incógnita pela Europa. Sissi sentia a falta dos filhos e compensava essa ausência na leitura de poesia. Era uma mulher culta que estudou o grego antigo e dominava várias línguas. Era grande amiga do primo Luís II da Baviera (rei entre 1864-1886) que ficou na História como o mecenas do compositor Richard Wagner, e mandou construir os mais fantásticos castelos da Europa. Diziam-no semi-louco e acabou afogado num lago. Sissi sofreu com esta segunda perda. Em 1860 nasceu finalmente o filho varão, mas a imperatriz ficou extremamente debilitada, sobreveio-lhe uma tuberculose e foi aconselhada a passar seis meses na Ilha da Madeira, para descansar. Foi uma passagem histórica pela ilha portuguesa tendo ficado hospedada na Quinta da Vigia. Sissi impunha-se uma dieta draconiana, praticamente composta apenas de frutos, caldos de aves e leite. Fazia exercício físico várias horas por dia, daí estar sempre adoentada e necessitar de acompanhamento constante do seu médico. Era uma exímia cavaleira. Teve um refúgio de luxo em Corfu, para onde partia e onde alguns amigos a visitavam, sob a vigilância da polícia secreta do imperador, que mandava logo afastar qualquer amigo mais íntimo da imperatriz.
Curioso que já nos últimos anos da vida de Sissi foi ela mesma quem encontrou para o marido uma companheira, que o fizesse esquecer as suas ausências. Sissi foi além de imperatriz da Áustria, coroada, em 1857, rainha da Hungria, e foi neste país que provavelmente terá vivido os mais felizes tempos da sua vida atribulada. Teve aqui a sua última filha, Maria Valéria, que foi educada como uma húngara. O imperador que nunca deixou de amar a imperatriz pensou, quando esta filha nasceu que finalmente a sua mulher ia voltar para casa, mas Sissi era como uma ave errante e a liberdade era para ela como o ar que respirava.
Sissi quando percebeu que a sua imensa beleza estava a passar nunca mais se deixou fotografar nem pintar. Dela ficaram para sempre imagens de uma beleza indiscutível. A fatalidade bateu-lhe diversas vezes à porta e a sua morte foi um dramático acidente, porque foi assassinada por um anarquista que era contra as monarquias mas que não premeditara matá-la a ela especificamente. Em Setembro de 1898 foi apunhalada, quando em Genebra se preparava para apanhar um barco para Montreux. A notícia deixou toda a Europa consternada, porém nem todos os austríacos nutriam por Sissi grande simpatia, porque, diziam, que o seu dever era ter estado sempre ao lado do marido. Em 1998 na passagem do centenário da sua morte os austríacos já tudo lhe tinham perdoado. Hoje é adorada por toda a Áustria e até os historiadores reconhecem que Sissi teve uma acção importante como apaziguadora de tensões entre povos que faziam parte do imenso império Austro-Húngaro.

Romy Schneider foi uma maravilhosa Sissi no cinema, em cinco filmes de enorme sucesso e teve alguma dificuldade em se separar dessa imagem, mas como tinha verdadeiro talento acabou por se impor como actriz universal. Quando foi convidada, em 1958, para fazer o filme Christine com Alain Delon, a mãe, já uma reputada actriz acompanhou-a a Paris, vigiando-a de perto. Como Romy não sabia francês, nem inglês os primeiros tempos das filmagens não foram nada fáceis e sabe-se que o amor entre Romy e Delon só surgiu já as filmagens iam adiantadas e quando puderam finalmente ficar sós numa viagem que fizeram a Bruxelas para participarem no Baile do Cinema. Aí sim, descobriram uma fortíssima atracção e Romy, num acto de independência decidiu passar a viver em Paris, enquanto a mãe se viu forçada a regressar a Colónia, com o padrasto, percebendo que tinha «perdido» a filha. Romy Schneider tinha 20 anos e Alain Delon 23 e durante anos os fotógrafos não os deixaram em paz. Nesse período de euforia amorosa, os «namorados eternos» chegaram, em Março de 1959, a declarar «oficialmente» que estavam noivos. Jamais se casariam. Foram o par mais harmonioso e bonito do cinema europeu, como o foram, nos anos 90 Tom Cruise e Nicole Kidman.
Sob a direcção de Visconti, uma obra de John Ford com Romy e Delon foi adaptada ao teatro, em Paris, na primavera de 1961: Domage qu’elle soit une putain. Mais um desafio para Romy, que teve de dominar o francês e foi um razoável sucesso. Esteve oito meses em cartaz. A partir de então Romy passou a ser encarada como uma verdadeira actriz e não faltaram convites para filmar. A ex-Sissi fez questão de mostrar ao mundo que era muito mais que uma mulher deslumbrante, de uma beleza delicada, com uns olhos entre o verde e o azul num rosto perfeito, uma voz doce e um corpo de Afrodite. Podemos ver a sua beleza plena em fotos de vários fotógrafos, especialmente na série produzida pela fotógrafa britânica Eva Sereny em que posou nua, sem quaisquer inibições. Em 1963 já tinha na sua carreira dez filmes, pois iniciara a carreira aos 15 anos, num filme ao lado da mãe. Embora austríaca filmou também na Alemanha, em início de carreira.
Paris sorria-lhe. A grande dama da moda, Cocco Chanel adorava ver Romy vestida com os seus tailleurs e colares de pérolas e ficaram amigas. Usava-se o risco negro nos olhos, rímel, os lábios com baton vermelho e Romy aparecia sempre deslumbrante pois caprichava nas toilettes. Era elegantíssima, dentro e fora da tela. O realizador Visconti tornou-a num símbolo erótico, num episódio do filme Bocaccio 70. No ano seguinte Romy filmou O Processo, de Kafka com Orson Welles. A actriz contava que lhe chegavam às mãos centenas de guiões e que sempre os lia atentamente para apenas filmar bons argumentos com bons realizadores. Em 1963 foi a vez de Otto Preminger que consolidou a sua carreira de grande actriz internacional no filme O Cardeal. Foi dirigida por os mais prestigiados realizadores, como Claude Sautet, Claude Chabrol, Joseph Losey, Costa-Gavras. Andrzej Zulawski e tantos outros. E os actores, com quem contracenou, eram, sem dúvida «a nata» do cinema mundial: Jack Lemmon, Antony Quinn, Jean Claude Brialy, Jean-Louis Trintignant, Peter O’Toole, Michel Piccoli, Antony Perkins, Harvey Keitel, Hugo Tognazi, Marcello Mastroianni, Yves Montant, Richard Burton, Silvana Mangano, Jane Birkin, Isabel Huppert, Jeanne Maureau...
Romy Schneider e Alain DelonO seu filme de maior sucesso (que não o melhor) foi, em 1968, A Piscina. Nessa altura os eternos namorados, Romy Schneider e Alain Delon já tinham acabado a sua tórrida relação de cinco anos (entre 1958-1963) mas Romy não deixou de mostrar o seu profissionalismo, embora os media especulassem que o filme os podia fazer de novo cair nos braços um do outro. Mas tal não aconteceu. Delon diria mais tarde que, foi a partir deste filme que ficaram amigos para sempre! Talvez, mas Romy Schneider sofreu imenso quando Alain Delon a trocou de forma deselegante, por uma tal Nathalie Barthelemy. Romy filmava em Hollywood, e Delon em Madrid rodava A Túlipa Negra e deixava-se fotografar com Nathalie com quem viria a casar. Romy, um pouco por despeito, casou em 1964, com o realizador Harry Mayen. Do casamento de Romy nasceu David, esse filho adorado que a viria a marcar, até ao fim, a sua vida. Quando se divorciaram, em 1972, o marido exigiu-lhe metade da fortuna para que ela pudesse ficar com o filho e a actriz tudo deu por aquele filho que era a sua razão de viver. Cinco anos mais tarde esse desclassificado marido enforcou-se. 
A vida apesar de tudo sorria à bela Romy, que fez entre 1953 a 1982 sessenta e três filmes. De um segundo casamento com o seu secretário, Daniel Biasini, teve a filha Sara, em 1977. Mas Biasini não terá sido o companheiro ideal para uma Romy bastante fragilizada no domínio dos amores. Sucesso só no cinema, pois foi distinguida com dois Césares (os Óscares franceses) em 1976 e 1979, como melhor actriz nos filmes Une histoire simple e L’Important c’est d’aimer. Na vida privada Romy sofria depressões e sabe-se que se refugiava no álcool e comprimidos e que parava para fazer curas de desintoxicação. O cinema e os filhos davam-lhe sentido à vida.
Por fim a tragédia. Como na vida da imperatriz Sissi, que viu o seu filho Rodolfo suicidar-se com a amante do momento (hoje sabe-se que foram assassinados), também Romy passou pelo transe de ver o filho David morrer de forma trágica, espetado nas lanças do gradeamento que protegia a casa da actriz. Estava-se em 1981 e David tinha apenas 14 anos. Romy Schneider não mais se recompôs dessa dor insuportável. Tinha a filha Sara, ainda muito pequena e resolveu comprar uma propriedade e ir viver para o campo. Já separada de Biasini e com um novo companheiro passou a viver em Boissy-Sans-Avon e numa manhã triste de Maio de 1982 encontraram Romy morta. Tinha 43 anos. O mundo ficou consternado com a sua morte. A França que sempre considerou Romy Scnheider como «sua», em 1995 fez a emissão de uma moeda de ouro de cem francos com o seu rosto.
Para culminar, em Dezembro de 1999 a Fígaro Magazine fez um grande inquérito sobre as dez mais belas mulheres do século XX e Romy Schneider ficou em primeiro lugar, logo seguida de Ava Gardner. Embora as gerações mais novas a não conheçam, um dia, quem sabe, um qualquer canal de televisão reporá os seus melhores filmes e provavelmente será moda imitar Romy Schneider, como se copiam Elvis Presley, James Dean, Marylin, Diana de Gales... Os ídolos têm mortes trágicas! 

Biografia retirada daqui

Amélia Rey Colaço


Actriz e encenadora de teatro. Portuguesa, filha de um pianista de renome, Alexandre Rey Colaço, que foi professor do último rei de Portugal D. Manuel II. Teve quatro filhas e todas educou nas artes. Amélia desde jovem que se apaixonou pela arte de representar. Aos catorze anos já sabia que ia ser actriz e o pai proporcionou-lhe aulas com o mestre actor Augusto Rosa. Estreou-se em 1917 na peça Marinela, de Peres Galdós, no Teatro República (nome do actual Teatro São Luís). Foi uma das rainhas do palco com mais duas grandes actrizes, Palmira Bastos e Adelina Abranches. Casou em 1920 com Manuel Teles Jordão Robles Monteiro e tiveram uma filha, também actriz. 

O casal criou, em 1921, a Companhia com o nome de ambos que actuou de início no Teatro Nacional de São Carlos, depois Politeama, o Ginásio, seguiu-se o Trindade e, em 1929, estavam no Teatro Nacional D. Maria II, onde transformaram uma casa velha numa verdadeiro sala de teatro. A nº 1 de Lisboa. A Companhia extinguiu-se em 1974, mas a vida como actriz continuou até ao fim. Amélia Rey Colaço teve uma carreira fulgurante onde se contam sucessos nas peças "Salomé", "Outono em Flor", "Um Marido Ideal", "Romeu e Julieta". "A Visita da Velha Senhora" e "As Árvores Morrem de Pé". A actriz e a sua Companhia foram também uma preciosa escola de actores. Coube a Amélia Rey Colaço a iniciativa de levar ao público peças de autores portugueses como António Ferreira (O Judeu) José Régio, Alfredo Cortez, Virgínia Vitorino, Carlos Selvagem, Romeu Correia, Bernardo Santareno, Luís de Stau Monteiro, entre outros. 

Foi muito acarinhada na sua carreira tendo sido amiga pessoal da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e depois da queda da monarquia de todos os que amam o teatro. Fez ainda, no cinema mudo, o papel de Luísa no filme "O Primo Basílio" de Eça de Queiroz. Com mais de 80 anos entrou na série de humor da RTP, "Gente Fina é Outra Coisa". O último grande papel desempenhou-o aos 87 anos na figura de D. Catarina na peça de José Régio "El Rei D. Sebastião".

Informação retirada daqui

Henrik Ibsen


Henrique Ibsen nasceu em Skien, pequena cidade do sul da Noruega, no seio de uma família de profissionais da marinha mercante. Passou 6 anos da sua infância, de 1836 a 1842, na situação de grande pobreza devido aos negócios de seu pai não terem corrido de feição, o que o levou a empregar-se, ainda muito jovem, como aprendiz de farmácia em Grimstad. Permaneceu nestas funções até 1849, altura em que entrou para o Curso de Medicina da Universidade de Cristiânia (antigo nome de Oslo). Escrevera, entretanto, o drama em três actos Catilina, inspirado nos estudos que fizera da obra homónima de Cícero. O êxito obtido com esta peça desviou-o completamente do curso de medicina. Em Novembro de 1851, empregou-se como gerente do Teatro de Bergen. Em 1856, teatros noruegueses e suecos apresentaram o seu primeiro drama: O Banquete de Solhang. Em 1857, passou a desempenhar as funções de director do Teatro Norueguês em Cristiânia, tendo feito representar três peças suas, entre as quais A Comédia do Amor. Mas se as suas peças foram um êxito, o mesmo não se poderá dizer do modo como administrou o teatro que acabaria por ir à falência. Tendo tido dificuldade em se empregar, vai para o estrangeiro durante 10 anos, primeiramente para Roma e posteriormente para Dresda. Mandaria, no entanto, as peças que ia escrevendo para o seu país natal. Em 1891, volta à Noruega, fixando-se em Cristiânia. Entre as suas principais ideias poder-se-á referir a suprema importância que deu ao carácter individual da personalidade e a sua crença de que o maior mal que se pode cometer é o da negação do amor. Viu no desenvolvimento e florescimento psíquico do indivíduo a unica esperança de uma sociedade realmente culta, tendo combatido contra o cristianismo convencional em nome de um Cristianismo mais genuino e intenso.

Alguns das suas obras em português apresentam títulos ligeiramente diferentes dos a seguir referenciados. Tal deve-se a opções de tradução do norueguês para português. Por exemplo, a peça Os Pilares da Comunidade já foi traduzida como As Colunas da Sociedade...
Catilina (1849)
O Túmulo do Guerreiro (1849)
A Noite de São João (1853)
A Senhora Inger de Oestrat (1855)
A Festa de Solhaug (1856)
Olav Liljkrants (1857)
Os Guerreiros de Heligoland (1858)
A Comédia do Amor (1862)
Os Pretendentes à Coroa (1864) drama histórico Brand (1866) poema dramático
Peer Gynt (1867) poema dramático
A Liga da Juventude (1869) comédia política
Imperador e Galileu () drama histórico
Os Pilares da Comunidade (1877)
A Casa de Boneca (1879)
Espectros (1881)
Um Inimigo do Povo (1882)
O Pato Selvagem (1884)
Rosmersholm (1886)
A Dama do Mar (1888)
Hedda Gabler (1890)
Solness, o Construtor (1892)
O Pequeno Eyolf (1894)
João Gabriel Borkman (1896)
Quando Andamos entre os Mortos (1899)
Extractos

O presente extracto tem por intuito levar os eventuais utilizadores do Canal de Biografias do Portal O Leme a conhecer um pouco do estilo do autor, constituindo, simultaneamente, um incentivo para uma leitura global. 
Extracto do final do III Acto de OS PILARES DA COMUNIDADE

Esta peça retrata a falsidade em que a nossa sociedade vive,
preocupada essencialmente em salvar a todo o custo as aparências

[...]
Aune entra pelo jardim com Olaf.

BERNICK, dirigindo-se para ele - Olaf !
OLAF - Pai, prometo que não voltarei a fazer isto !
BERNICK - A fugir ?
OLAF - Sim. Nunca mais !...
BERNICK - E eu prometo-te que não voltarás a ter vontade de sair daqui... No futuro poderás viver livremente, não como herdeiro do que fiz, mas como alguém que tem o seu próprio trabalho...
OLAF - Deixa-me fazer tudo o que eu quiser ?
BERNICK - Deixo.
OLAF - Obrigado... Não quero ser pilar da comunidade !
BERNICK - Não ? Porquê ?
OLAF - Porque deve ser muito aborrecido...
BERNICK - Serás o que quiseres !... As coisas devem seguir os seus trâmites... Quanto a ti, Aune...
AUNE - Já sei... Estou despedido...
BERNICK - Não nos separamos... Desculpa...
AUNE - O que ?! O barco não parte esta noite !
BERNICK - Nem amanhã... Dei-te, na verdade, muito pouco tempo... O trabalho deve ser feito convenientemente...
AUNE - E há-de ser, senhor !... Utilizando as novas máquinas...
BERNICK - Sim, mas com consciência... Há muitas coisas que precisam de uma rigorosa vistoria... Boa noite, Aune
AUNE - Boa noite, senhor. Muito obrigado!

Sai pela direita

MARTA - Agora já todos partiram...
BERNICK - E estamos sós... O meu nome já não brilha em letras de fogo... todas as luzes das janelas se apagaram...
LONA - Queres que as acendam outra vez ?
BERNICK - Nem pensar nisso... Onde estive eu ? Ficarão espantados quando souberem. Parece que recuperei os sentidos depois de ter sido envenenado... Sinto que posso ser outra vez novo e forte... Vem cá, Betty ! E tu, meu filho ! Vem para aqui, Marta... parece que não vos vi durante estes anos...
LONA - Acredito... Esta comunidade é quase toda constituída por solteirões... Vêem-se poucas mulheres...
BERNICK - É verdade !... E por essa razão, está decidido, Lona... não deixarás de estar ao pé da Betty e de mim.
SENHORA BERNECK - Não deves sair daqui, Lona !
LONA - Como seria eu capaz de deixar pessoas tão novas que estão prontas para começar agora a sua vida ? Sou a vossa mãe adoptiva... Marta, tu e eu somos duas solteironas... O que é que estás a ver ?
MARTA - O céu está a ficar muito claro... Do lado do mar... O «Palmeira» vai ter boa viagem...
LONA - A bordo haverá pessoas muito felizes !
BERNICK - Ao passo que nós temos à nossa frente um dia de trabalho... principalmente eu... Enquanto vos tiver junto de mim, a vós, mulheres fiéis e verdadeiras, sinto-me bem... Nestes últimos dias aprendi também que são elas os autênticos pilares da comunidade...
LONA - Então aprendeste mal... (Pondo-lhe as mãos nos ombros.) Ouve, os pilares da comunidade são o espírito de justiça e de liberdade.

CAI O PANO

Os Pilares da Comunidade, tradução e introdução de Mário Delgado, Lisboa, Editorial Presença, 1964

Biografia retirada daqui

Palmira Martins de Sousa Bastos

Actriz de teatro portuguesa, filha de pais espanhóis, gente modesta que fazia teatro de terra em terra. Ele de Valhadolid e a mãe de Santiago de Compostela. Passavam perto de Alenquer quando a mãe sentiu as dores de parto. Como era a terceira filha, o pai, antevendo mais despesas desapareceu, antes de ver o bebé. A mãe procurou trabalho em Lisboa, como costureira e à noite actuava como corista no Teatro Trindade. Conheceu o empresário António Sousa Bastos quando passou para o Teatro da Rua dos Condes. Maria da Conceição (Palmira mais tarde) ia com a mãe e o teatro foi o seu lar. Nunca desejou ser mais nada. Quando aos 15 anos teve oportunidade, subiu ao palco. Era o dia 18 de Julho de 1890 depois foi uma carreira de sucesso ininterrupta. Em 1893 passa para o Teatro Nacional de D. Maria III e vai na sua primeira digressão ao Brasil. Casou, em 1894 com o empresário Sousa Bastos, mais velho trinta anos. Palmira Bastos, de seu nome artístico teve um repertório variado e era tão brilhante na revista como na tragédia. Em 1920 passa para a Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1965 festejou com brilho e repercussão no País os seus 90 anos, e 75 de carreira. Teve grandes homenagens num país normalmente pouco dado a reconhecer em vida o mérito dos seus maiores. Palmira Bastos era amiga da rainha D. Amélia e quando a ex-rainha esteve em Portugal, nos anos 40, ambas recordaram as actuações brilhantes da actriz. Palmira Bastos trabalhou praticamente até ao fim da vida, sempre lúcida e entusiasmada. É mais um dos nomes maiores do Teatro português.

Biografia retirada de O Leme

Elisha Cutberth

22 anos, 8 de carreira no cinema e um futuro radiante. Celebrizou-se na serie 24 mas já foi a estrela de filmes como The Girl Next Door.
Tal como a sua personagem em Love Actually, é uma das mulheres mais pretendidas do mundo e parece saber disso. É que actriz mais provocante parece não haver em Hollywood...

Nasceu em Alberta, um dos estados do Canadá mais americanizados, - foi em Calgary a 30 de Novembro de 1982 - mas cresceu no Quebeque tendo por isso o francês como lingua principal.
Começou a sua carreira como modelo fotográfico e aos 15 anos tornou-se numa das mais bem sucedidas apresentadoras do programa para jovens Popular Mechanic For Kids. Durante três apresentou o programa tendo sido mesmo convidada pela primeira-dama de então Hillary Clinton, a jantar na Casa Branca, devido à boa impressão que causou junto da familia presidencial.


Nesse mesmo ano deu os primeiros passos no cinema ao entrar no filme Dancing on the Moon. Seguir-se-iam prestações em Nico the Unicorn, Airspeed, Time at the Top e Who Get´s the House. Tudo titulos de pequena dimensão mas importantes para Elisha Cuthbert criar uma sólida base e ganhar experiência.
Em 1999 entrou na primeira serie de televisão da sua carreira, Are You Afraid in the Dark, e obteve óptimas criticas. 


Sem o saber, a experiência que conseguiu nesta série foi fundamental para a escolha como filha de Kiefer Sunderland em 24. A aposta foi um sucesso até porque 24 é reconhecidamente uma das melhores series dos últimos anos. O seu papel como Kimberly Bauer, apesar de não ser um dos principais, é bastante reconhecido pelo público e o seu ar de adolescente sensual criou uma imagem de marca que ficaria até hoje.


Depois de fazer a primeira temporada de 24, Elisha Cutberth regressou ao grande ecrãn em 2003 ao entrar nas comédias Old School e Love Actually, onde teve um pequeno cameo que consagrou ainda mais a sua imagem de sensual adolescente. 
Foi preciso esperar até 2004 para ter o seu primeiro papel de destaque no cinema. Em The Girl Next Door a imagem sexy de Elisha é aproveitada ao máximo quando ela encarna uma jovem actriz pornográfica que seduz um adolescente. O filme teve sucesso, tanto nas bilheteiras como na critica, e a jovem surpreendeu tudo e todos ao dizer que para se inspirar na personagem, "devorou" várias edições da revista Playboy.


Hoje, para além de continuar envolvida na serie 24, a jovem actriz está neste momento nas filmagens do remake do filme The House of Wax enquanto, para desalento de muitos dos fãs, prepara-se para dar o nó com o namorado de sempre, Trace Ayala, assistente e melhor amigo do cantor pop Justin Timberlake.
Elisha Cuthbert é do genero de actrizes que provavelmente terá uma carreira fulgurante, com altos e baixos, um pouco à medida de Kim Novak nos anos 50. Resta saber se terá a oportunidade de desempenhar papeis tão marcantes como a actriz que deu a vida a Madeleine em Vertigo.

Diane Kruger

Foi a sua beleza que a fez ser escolhida para dar vida à mais mitica personagem feminina da história: Helena de Troia.
Mas foi o seu talento que a tem vindo fazer singrar no mundo do cinema. Para já tem estado apenas na Europa a mostrar o que sabe, mas depois de Troy, não deverá ser dificil ver esta bela germânica a brilhar em Hollywood...

Nascida a 15 de Julho de 1976 - tem portanto já 28 anos - esta jovem alemã tem um percurso um tudo idêntico ao de Charlize Theron, a última actriz que apresentámos.
Também ela começou a sua carreira no ballet, onde lhe adivinhavam um futuro promissor. Era de tal forma talentosa que logrou estudar na Royal Ballet Scholl em Londres. Mas, tal como Theron, também uma lesão no joelho a afastou da dança e a levou para as passerelles. 


Tinha apenas 15 anos de idade quando em 1992 foi a finalista do concurso Elite Model Look. Durante a primeira parte da década de 90 foi uma das modelos mais requisitadas das passerelles. Depois não resistiu ao chamamento do cinema e em 2002 estreava-se na sétima arte no filme Mon Idol.
A sua prestação foi aplaudida pela dificil critica francesa e não tardou Diane Kruger a ser uma das actrizes mais requisitados pelos realizadores europeus. Em 2003 esteve em destaque em dois filmes. O primeiro foi a comédia Ni pour, ni contre (bien au contraire), e o segundo foi Michel Vaillant, a adaptação da celebre banda-desenhada ao grande ecrãn. Nesse filme a jovem Kruger fazia de Julie Wood, uma das mais carismáticas personagens das aventuras e saiu-se bastante bem. De facto a sua aventura no cinema estava a correr-lhe bem.


Ainda em 2003 começou a rodagem de Troy. O filme era um projecto monstruoso da Warner Bros e era liderado por Wolfgan Peterson, que não teve pejo em escolher para o papel mitico de Helena de Troia, a sua compatriota. Com uma exigência apenas em relação ao seu fisico - engordar 15 quilos - Diane trabalhou arduamente na rodagem em Malta, tendo sido bastante elogiada por Peterson, bem como pelos seus colegas. Quando o filme estreou nas salas foi uma desilusão para os fãs, um sucesso nas bilheteiras, mas a prestação de Diane Kruger esteve à altura das expectativas. Muitos disseram que seria a unica actriz realmente capaz de personificar Helena de Troia.


O filme teve o dom de apresentar Diane Kruger ao cinema norte-americano. Por isso não é de estranhar que os seus dois primeiros projectos para o próximo ano - Wicker Park e National Treasure - sejam de fabrico made in USA. Era o salto esperado e que Diane Kruger parece estar pronta para dar. Vamos ver se há mais talento por detrás de uma das caras mais bonitas do mundo.

Charlize Theron

Charlize Theron já anda neste meio há bastante tempo. No entanto a grande consagração veio em Fevereiro passado quando lhe foi atribuida a estatueta de melhor actriz, pelo seu notável desempenho em Monster.
Com um passado de modelo e um futuro de actriz já consagrada, vamos dar uma volta pela vida da mais galardoada das Brasas de Verão...


Apesar de muitos verem nela o protótipo da beldade californiana, Charlize Theron não podia ter nascido mais longe. Foi em Agosto de 1975 que nasceu na quinta de Benoni, onde era a única criança.
Sempre quis ser bailarina, e como tal teve de abandonar a natal África do Sul pelos palcos europeus. Infelizmente, ou não dirão muitos cinéfilos, uma lesão no joelho acabou com a sua carreira no mundo da dança. Mas mesmo assim, o cinema não foi a sua segunda opção.
A sua beleza quando adolescente já era indiscutivel e Charlize ficou na Europa a trabalhar como modelo fotográfico. Foi assim que começou a viajar para os Estados Unidos, e aos 18 anos, persuadida pela mãe, foi tentar a sua sorte a Los Angeles. 


Esperou 8 meses por um trabalho que finalmente surgiu em 1995, mas a bela actriz nem sequer teve direito a falar. O seu segundo filme surgiu no ano seguinte. Em Two Days in the Valley e That Thing You Do, Theron limitava-se a passear a sua beleza pelo ecrãn. Só que, felizmente, foi nessa altura que os produtores começaram a reparar no seu potencial, não só fisico como artistico. Surgiu assim a oportunidade de ouro pela qual a sul-africana tanto esperava. Em 1997 foi escolhida para entrar ao lado de Keannu Reeves e de Al Pacino no filme Devil´s Advocate. O filme foi aplaudido pela critica e a sua prestação não foi esquecida. Tinha dado o primeiro passo rumo ao sucesso.


A verdade é que a partir daí a sua vida profissional começou a melhorar e muito.
Em 1998 entrou em dois filmes que a ajudaram a manter o nome junto das estrelas cintilantes. O primeiro foi Celebrities, o primeiro filme que fez com Woody Allen, que ficou tão impressionado com a actriz, que disse de imediato que queria voltar a trabalhar com ela, o que viria a acontecer 3 anos depois. Nesse ano fez ainda The Mighty Joe Young, que a consagrou também no genero de aventura.
Em 1999 foi a ternurenta mulher de Johnny Depp, em The Astronauts Wife, e a rapariga que fez Tobey Maguire despertar para a vida em The Cider House Rules. Em 2000 fez vários filmes, sendo que o mais belo foi The Legend of Bagger Vance, onde adopta a pose de menina do sul, inspirada por certo em personagens como Scarlett O´Hara ou Jezebel. O final do ano acabou por ser marcado pela sua presença numa edição da revista Playboy.


Em 2001 pela primeira vez a actriz rejeitou um papel na sua carreira. Foi o de estrela feminina em Pearl Harbour, papel que viria a ser atribuido a Kate Beckinsale, servindo de rampa de lançamento para a sua carreira. A razão?
Charlize tinha-se apaixonado pelo guião de Sweet November, e estava desejosa de voltar a trabalhar com o amigo Keannu Reeves. O filme foi um sucesso, tido como um dos mais belos dos últimos anos e a critica foi unânime: ali não está só um corpo, está uma actriz também. 
Nesse mesmo ano voltaria a trabalhar com Woody Allen, como uma sex-bomb dos anos 50 em The Curse of the Jade Scorpio, e depois de um ano de 2002 algo acidentado, eis que chegou a sua confirmação no ano que findou.


2003 foi sem dúvida alguma, um ano regido por Charlize Theron.
O inicio do ano ficou marcado pelo seu papel em The Italian Job, ao lado de Mark Walbergh. Mas na verdade, Charlize há muito que estava disposta a trocar a sua imagem - que estava tão presente em The Italian Job - por uma outra, mas selvagem, mas também mais de actriz.
Como Elizabeth Taylor em Who´s Affraid of Virginia Wolf, engordou 30 kilos e transformou-se para dar vida a Aeillen Wournos, a sua mais perturbante personagem, no filme independente Monster.
A critica ficou pasmada com a soberba interpretação e desde logo o seu nome ficou colado ao óscar. E assim foi, a 29 de Fevereiro de 2004. A actriz tinha visto o seu lugar posto em causa pelo notável papel de Dianne Keaton, mas a vitória não lhe escapou. Justa foi a consagração de uma actriz que na última decada tem lutado imenso por se afirmar junto dos grandes nomes da representação.


Para o futuro, Charlize tem já inumeros planos. Dará a vida a uma bond-girl, Britt Eckland, em The Life and Death of Peter Sellers. Será a estrela de Aeon Flux, Class Action e The Head in the Clouds, e não admiraria a ninguém que estivesse presente num dos próximos projectos de Woody Allen.

Curiosamente, ao contrário da sua vida profissional, a sua vida pessoal tem sido conturbada. Tinha 15 anos quando o pai atacou a mãe e esta matou-o em defesa legitima. Por isso não foi acusada, mas esse facto marcou-a muito. Apesar de ter sido considerado como uma das mais timidas modelos da década, não teve problemas em Maio de 1999 em posar nua para a revista Playboy.
Namorou durante 3 anos com Stephan Jenkins, o vocalista dos Third Eyes Blind, mas desde Agosto de 2001 que anda com o actor irlandes Stuart Townsend.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Richard Gere

Muitos dizem que passou ao lado de uma grande carreira. Outros apontam Chicago para mostrar que ainda vai a tempo de se emendar. E depois há aqueles que nunca foram com o seu estilo de sedução. Mas talvez o seu grande mérito seja mesmo esse. Nunca deixar ninguém indiferente.

Nascido a 31 de Agosto de 1949 em Philadelphia, Richard Tiffany Gere tornar-se-ia num dos maiores icones sexuais dos últimos vinte e cinco anos.
Desde sempre mostrou aptidões artisticas. Primeiro na música e depois no teatro. Pelo meio foi igualmente um desportista de excepção, conseguindo uma bolsa para a Universidade de Massachustes, onde se doutorou em filosofia. Depois passou para o teatro, onde, em 1973 em Londres, se estreou na peça Grease. Depois de mais algumas peças de teatro bem sucedidas, Gere estreou-se em grande no poético Day´s of Heavan de Terence Malick. Depois fez uma, a primeira, viagem espiritual ao Tibete, em 1978. Começaria aí também a sua carreira como humanitarista.
Dois anos depois conseguia o seu primeiro papel de destaque no cinema em American Gigolo, um papel que o marcaria para sempre como um icone sexual do público feminino dos anos 80.


Depois do seu primeiro grande sucesso da década, chegaria depressa o segundo em 1982 no filme An Officer and a Gentleman, onde contracenava com Debra Winger e Louis Gosset Jnr. Mais uma vezo filme teve sucesso na bilheteira e na critica. Mas Gere já tinha deixado os EUA fazendo uma viagem pela America Central, em periodo de conflito, para ajudar os refugiados.
Seguir-se-iam alguns fracassos como King David, No Mercy, Power e Milles From Home, antes de surgir um sucesso com Gere. Seria Internal Affairs. O filme recolocou Gere no mapa, mas foi o seu desempenho ao lado de Julia Roberts em Pretty Woman que voltou a fazer dele uma capa de revista. Depois disso ainda houve Sommersby mas a verdade é que a sua carreira voltou rapidamente a decair.


Entretanto o actor tinha casado com a super-modelo Cindy Crawford. O casamento acabaria em 1995 com a modelo a insinuar que o marido era homossexual. Gere riu-se, voltou a casar e hoje é pai de um filho. First Knight mostrou um Gere mais virado para o cinema de acção, mas a verdade é que durante quase meia década o seu nome desapareceu do mapa. Recusou o papel de John MClain, que viria a ser de Bruce Willis em Die Hard. Nem filmes como Primal Fear ou The Jackal voltaram a consolidar o seu nome. E para ter um verdadeiro sucesso de bilheteira foi preciso juntar-se de novo com Julia Roberts em 1999 no filme Runaway Bride.
Em 2002 no entanto Gere destacou-se pelo seu papel em Chicago. Venceu o seu primeiro Globo de Ouro e muitos achavam que a redenção da sua carreira tinha chegado. Mas a Academia nem o nomeou (apesar do filme ter ganho vários óscares incluindo o de Melhor Filme, Actriz e Actriz Secundária) e de repente Gere voltou ao desconhecido.
Hoje Gere preocupa-se mais em ajudar os mais desfavorecidos, como o povo tibetano do qual é apoiante ferveroso, do que com a sua carreira. Mas muitos ainda acreditam num regresso de um actor que marcou uma geração.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Monica Belluci

É uma das maiores sex-symbols do mundo. A sua beleza parece querer ofuscar qualquer papel que faça. Mas poucos terão conseguido esquecer a violência emocional que marcou os seus filmes mais celebres...

Esta sensual italiana nasceu em Citta di Castello no distrito de Umbria a 30 de Setembro de 1964. A sua aldeia era bastante pobre mas mesmo assim Monica Belluci conseguiu ter dinheiro suficiente para estudar direito em Perugia. Foi aí que começou a fazer trabalhos como modelo, utilizando a sua figura voluptuosa e escultural para juntar dinheiro de forma a poder pagar os estudos. A sua carreira como modelo começou em Itália mas em 1988 já estava em Paris a trabalhar com a elite do meio. O sucesso nas passerelles foi tremendo, tendo sido colocada praticamente ao mesmo nivel que as top-models da época. Com 26 anos decidiu arriscar uma carreira como actriz, apesar de não ter qualquer formação. O filme que a lançou foi Briganti. Durante dois anos a bela Monica faria filmes em Itália até Francis Ford Copolla ter ficado impressionado com a sua sensualidade, escolhendo-a para viver uma vampira no seu Bram Stokers Dracula. A estrondosa italiana chegava assim a Hollywood.


Depois desta sua primeira passagem pelo cinema norte-americano, Monica Belluci voltou à Europa onde dividiu a sua carreira nas passarelles por prestações em filmes franceses e italianos. Em 1996 atingiu um dos pontos mais altos da sua carreira em L´Apartment, filme pelo qual recebeu uma nomeação para melhor actriz nos Cesares. A consagração como actriz tinha chegado finalmente. Ao longo do resto da década Belluci continuou a fazer filmes entre Itália e França, com titulos de algum sucesso como Come mi vuoi, Stressati ou Méditerranées. Por essa altura já tinha começado uma relação com Vincent Cassell, o menino bonito do cinema francês com quem viria a casar em 1999 e do qual já tem uma filha, para além de vários projectos em conjunto.


Com o novo milénio chegou de novo a fama, primeiro sob a forma de várias capas de revista onde posou sem qualquer preconceito, e depois com alguns papeis de destaque. O primeiro seria num filme do italiano Giuseppe Tornattore em Malena. Um papel extremamente tocante e sensual que lhe valeu o aplauso da critica e do público. Depois foi escolhida para viver a mitica Cleopatra no segundo filme de aventuras de Asterix e Obelix. E depois houve ainda as presenças no cinema americano, em Tears from the Sun, e em Matrix Reloaded e Revolutions.


Mas seriam dois papeis que acabariam por moldar a sua imagem. Papeis tocantes e extremamente violentos que a confirmaram como uma actriz de valor. O primeiro tinha chegado em 2002 num filme dirigido e interpretado pelo marido. Irreversible foi tido como um dos filmes choque do ano, especialmente pelos primeiros quinze minutos em que Belluci é violada selvaticamente. O segundo aconteceu já em 2004 no polémico filme de Mel Gibson, The Passion of the Christ onde viveu uma pungente Maria Madalena, dando assim corpo ao pecado humano.
Com todos estes papeis de destaque já ficou mais do que provado que Belluci não é só uma cara bonita e um corpo de arromba. É também uma das mais interessantes actrizes do velho continente.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Laurence Olivier


Durante meio século foi considerado o maior actor inglês de sempre. Uma carreira sempre dividida entre o cinema e o teatro, um nome que todos aprenderam a respeitar e a amar. Atravessou gerações e criou um culto de admiração à sua volta que é dificil igualar.
Começou nos palcos londrinos e no inicio dos anos 30 salta para o cinema britânico. Assume-se como o maior actor shakesperiano, e em 1937 dá um ar da sua graça em Fire Over England. Conhece Vivien Leigh. O seu casamento será um dos mais badalados da época (e o seu final também) e ajuda-a a conquistar o lugar de Scarlett O´´Hara. Nesse mesmo ano faz o seu primeiro grande desempenho em Hollywood no filme Wuthering Heights. No ano seguinte trabalha com Hitchcock em Rebecca recebendo a sua segunda nomeação consecutiva ao óscar. Começa a adaptar em 1945 Shakespeare ao cinema. Primeiro com Henry V (terceira nomeação e prémio especial da Academia como actor, realizador e produtor) e em 1948 com Hamlet, filme que lhe irá dar o único óscar da carreira como melhor actor, mas também o óscar de Melhor Filme (falhou apenas o de realizador). Em 1955 continua com Shakespeare em Richard III (mais uma nomeação) e em 1957 está ao lado de Marilyn Monroe no admirável The Prince and the Showgirl. Em 1960 nova nomeação por The Enterteiner e regresso a Shakespeare cinco anos depois no filme Othello. O seu maior papel surge em 1972 ao lado de Michael Caine no filme Sleuth, que lhe dá a sua nona nomeação ao óscar. Mas não será a única. Passará os anos 70 a fazer pequenos papeis secundários, conseguindo novas nomeações por Marathon Man e Boys From Brazil, onde é o caçador de nazis Ezra Lieberman. Para trás tinham ficado inesqueciveis papeis em Spartacus, Khartoum e The Merchant of Venice. Morre em 1989 com 82 anos.