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sábado, 22 de agosto de 2015

Iodo

Grupo da Margem Sul formado por Rui Madeira (voz), Jorge Trindade (guitarras), António "TóPé" Pedro (baixo), Alfredo Antunes (bateria) e Luís Cabral (teclas).

Em 3 de Fevereiro de 1981 estrearam-se no Rock Rendez Vous e foram convidados por Manuel Cardoso a ingressar na editora Vadeca. Gravam quatro temas no Angel Studio.

 Lançaram o primeiro single com os temas "Malta à Porta" e  "Aqueles Dias".

Em Maio tocaram nos programas "Febre de Sábado de Manhã" e "Passeio dos Alegres". Tony Silva, no auge do "boom" do rock português, faz uma versão do tema.

Tocam como convidados no Só Rock de Coimbra e em 26 de Junho fazem a primeira parte do concerto de Iggy Pop em Cascais.

Em Julho, o baterista Raul Alcobia entra para o lugar de Alfredo.

"Malta à Porta" foi um dos grandes sucessos desse ano. Atinge o primeiro lugar do Top do programa "Rock Em Stock", ostentando o conhecido autocolante com essa menção, e chega aos primeiros lugares do tabela  "Todos no Top" da Rádio Comercial onde permaneceu entre os meses de Junho e Outubro.

Em Outubro e Novembro voltam a participar nos programas de Júlio Isidro. O segundo single gravado nas mesmas sessões do disco anterior é editado nessa altura. "A Canção" chega a entrar para o Top do TNT, em Dezembro, mas fica poucas semanas nunca saindo do 20º lugar.

Em 20 de Dezembro de 1981 actuaram em Vila Franca de Xira por ocasião da festa do Musicalíssimo.

José Luís Barros entra para o lugar de Tó Pé.

Em 1982 é editado o álbum "Manicómio", com co-produção e arranjos de Iodo e Frodo. O disco inclui os temas "Ceby", "Lendas",  "As Novas das Tesouras Velhas", "Foz de Um Beijo", "Introdução Para O Lado B", "Expiração de Um Louco", "Ventos do Além", "Instrução Mental", "Deixo-me ir?" e "Conclusão de B e introdução para C... ". A maioria dos temas é de Luís Cabral. O tema em maior destaque foi "Ceby (Boneca de Cera)" mas o disco não obteve muito sucesso.

DISCOGRAFIA
Malta à Porta/Aqueles Dias (Single, Vadeca, 1981)
A Canção/Pedro e o Lobo (Single, Vadeca, 1981)
Manicómio (LP, Vadeca, 1982)

NO RASTO DE...
O guitarrista Jorge Trindade tem um blog onde fala do percurso da banda.

Informação retirada daqui


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

In Loco

Grupo de Lisboa formado em 1987. Os elementos eram José Fernando Santos (voz), Fernando Alberto Guiomar (guitarra), José António Sousa (bateria), Maria João Castanheira (teclas) e Ralf Staub Martins (baixo).

Em Fevereiro de 1987 participaram no 4º Concurso de Música Moderna, organizado pelo Rock Rendez-Vous, mas acabaram por ser excluídos após assinarem contrato com a RM Discos, editora ligada à Dansa do Som.

É editado o seu primeiro single com os temas "Já Não Há Heróis" e "Lobisomem". O single obtém grande sucesso vendendo mais de 9.000 cópias.

Em 1988, os In Loco lançaram um novo single com os temas "Passageiro da Noite" e "Atlântida". No ano seguinte foi editado o single "Feitiço da Lua".

O grupo ainda durará até ao ano de 1991.

Em 2003 regressam com José Fernando (voz), Fernando Guiomar (guitarra) e Alfredo (bateria). A estes juntaram-se um baixista e um teclista.

Em Junho de 2003  é editado o álbum "Já Não Há Heróis" que inclui temas como "Já Não Há Heróis", "Passageiro da Noite", "Chuva de Cores", "Português Marinheiro" e "Leve o Tempo que Levar". 

DISCOGRAFIA
Já Não Há Heróis/Lobisomem (Single, RM Discos, 1987)
Passageiro da Noite/Casos (Single, RM Discos, 1988)
Feitiço da Lua/Atlântida (Single, RM Discos, 1989) 
Já Não Há Heróis (CD, Ovação, 2003)

NO RASTO...
Fernando Guiomar colaborou com Vítor Rua no Conjunto de Mandelbrot, Ressoadores e Vydia Ensemble. Também fez parte do Duo Cantabile com o flautista António Marques. Chegou a fazer a pré-produção do seu primeiro álbum a solo que esteva previsto para 1994. Em 1995 entrou para os Duplex Longa. Depois esteve no Trio de Guitarras de Lisboa que lançaram um álbum em 1997. Actualmente faz parte dos Trape-Zape que lançaram em 2002 o seu álbum de estreia, homónimo.

Padi tocou com os Civitae (CMMRRV, 1988), General Peck e Tambor.

Informação retirada daqui

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ik Mux

Em Setembro de 1986, Armando Teixeira (guitarra, voz), Luís Paiva (teclas) e Pedro Cabral (baixo) juntam-se para formar os Ik Mux. O nome do grupo foi inspirado no nome do pintor Edvard Munch. As suas principais influências centravam-se na música Alternativa/Dance/Industrial na onda dos Clan of Xymox ou Dance Society. 

O primeiro concerto foi no 5º concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous. Ainda antes das meias finais desse concurso ocorrem algumas modificações na formação. Paulo Coelho (ex-Dinamo Ibérica) inicia-se como vocalista (através de uma resposta a um anúncio publicado no jornal Blitz) e Pedro Cabral é substituído temporariamente por Jorge Dias (ex-Dinamo Ibérica). O grupo é eliminado na meia-final que teve como vencedores os Sitiados.

Após esse concerto o baixo passou a ser sequenciado tal como acontecia com a Caixa de Ritmos. Seguiram-se vários concertos  e ficam em 3º lugar no III concurso de música moderna da Amadora. 

O grupo chega a gravar um disco mas a editora MBP, que pagou a gravação do disco, foi à falência.

Gravam o teledisco de "Novo Estado Novo" [tema em que samplaram a voz de Salazar] no espaço do Clube Português de Artes e Ideias, na Feira de Indústrias de Cultura (1989). Este teledisco, realizado por José Pina,  ganhou o primeiro prémio num festival do Porto, em 1990.

São uma das bandas participantes no Concurso Aqui D'el Rock organizado pela RTP. Participam também no Concurso Pepsi/RFM que acabariam por vencer. Como prémio tiveram direito à gravação de um disco. 

Os temas do grupo são incluídos em várias colectâneas e o grupo chega a receber algumas propostas de editoras estrangeiras interessadas no trabalho do grupo.

Os concertos começaram a rarear o que originou alguma desmotivação. É uma fase em que os elementos do grupo começaram a dividir-se por outros projectos. 

O disco só seria editado em Fevereiro de 1994 apesar de ter sido gravado entre Julho e Setembro de 1992. "Alma do Insecto" inclui os temas "Lugosi e Garbo", "Chuva Ácida" (o primeiro tema composto pelo grupo), "Shirley", "Germe, "Em Chamas" e "A Alma do Insecto". Optaram por incluir as músicas que marcaram as fases do grupo embora considerassem que algumas músicas importantes tenham ficado de fora.

A banda já tinha praticamente acabado quando fizeram o disco por isso não foi de estranhar que terminassem as suas actividades logo a seguir.

DISCOGRAFIA
Alma do Insecto (CD, Polygram, 1994)

Colectâneas
Insónias (1989) - NOVO Estado NOVO
Cybernetic Biodred Transmission (1992) - 1º Encontro Entre Lugosi e Garbo
Coma - International Sample (1992) - Toda a Atracção Pelo Choque me Trai
Corrosão Cerebral (1992) - Germe

NO RASTO DE...
Armando Teixeira continua nos Bizarra Locomotiva. Formou os Boris Ex-Machina e esteve bastante tempo nos Da Weasel. Mais recentemente formou os projectos Balla e Bulllet.

Luís Paiva e Paulo Coelho formaram os Pukaroo, em 1996.

Paulo Coelho está nos More República Masónica desde 1989.

Luís Paiva chegou a tocar com os Kandinski.

Informação retirada daqui

domingo, 16 de agosto de 2015

Ibéria


Em meados de 1986, os ex-Asgarth João Alexandre (voz), João Sérgio (baixo) e Toninho (guitarra) decidem formar os Ibéria. Passam a contar com a participação de Francisco Landum (ex-TNT, Samurai) que desempenhava a figura de guitarrista, produtor e compositor, mas oficialmente não era musico da banda, sendo considerado musico de apoio.


No início de 1987 gravaram a primeira maqueta com os temas "Hollywood" , "Lady in Black" e "Warriors". Pouco tempo depois, Tony Cê entra para baterista da banda. 

As canções atingem os tops de alguns programas de metal e de Música Moderna Portuguesa, sendo de realçar o programa "Luso Clube" onde "Hollywood" atingiu o 2º lugar após 36 semanas de permanência.

Assinaram com a Discossete que deu ao grupo a possibilidade de gravarem, sem restrições, um mínimo de 10 temas por ano durante os 3 anos seguintes. Multinacionais como a Polygram e a EMI exigiam a gravação das músicas em português.

Em Março de 1988 gravam os temas "Hollywood", "Feels Like Love" e "All Night Flying" e uma versão extensa de "Hollywood" para incluir no Máxi-single. O single com os temas "Hollywood" e "Feels Like Love" foi lançado no mês de Abril.

"Hollywood" atinge o 3º lugar no top do novo "Rock em Stock". O grupo participa no espectáculo "Helping Hands" de apoio à Associação Nacional de Deficientes e Francisco Landum abandona os Samurai para se dedicar exclusivamente aos Ibéria. Nesse mesmo mês forma-se o Ibéria Fun Club que duraria até 1993.

Toninho abandona a banda durante algum tempo devido a motivos profissionais e João Alexandre passa a acumular o lugar de guitarrista ritmo com o de vocalista. Acaba por ser cancelada a edição do máxi-single e o grupo entra em estúdio em Setembro para gravar o álbum de estreia.

O LP "Ibéria", com produção de Landum e co-produção dos Ibéria, foi editado em Dezembro de 1988. O disco incluía os temas: "The Warriors Waltz/Warriors", "She’s So Lovely", "Sex Gun", "Lady in Black" e "Fuck the Teacher" (lado 1) e "No Pride", "Unfaithful Guitars" , "Some Girls", "Children of the World" e o instrumental "The Sailing Way to India" no lado 2.

O tema "No Pride" é difundido, no dia 20 de Janeiro de 1989, no programa "Friday Rock Show" da BBC - Radio 1. Os Ibéria tem direito à  capa e a cinco páginas na edição de 1 de Fevereiro do jornal "Se7e".

Alguns acidentes com elementos ligados grupo e a incorporação de João Alexandre no SMO levam a uma diminuição da actividade do grupo. Tony Cê e Francisco Landum acabam por sair do grupo e entra o baterista Tony Duarte (ex-Asgarth e ex-Samurai).

Em 1990 foi editado o álbum "Heroes Of The Wasteland", produzido por Francisco Landum e com co-produção dos Ibéria. O disco inclui os temas "Deep Cuts The Knife", "Heroes Of The Wasteland", "México" (único tema em português), "I'm Not A Fool", "Rock'n Roll Star", "Got To Run", "Please, Please", "Stripteaser", "Do You Wanna Die?" e "China Girl".

Toninho sai em Novembro para acompanhar os UHF e Tony Duarte também sai. Os seus lugares são colmatados com a entrada do guitarrista Vasco Vaz e do baterista Marco, ambos vindo dos Braindead.

Em Meados de 1990, os Ibéria comemoram o seu 5º aniversário com um concerto na União Banheirense, na Baixa da Banheira. Em Agosto participam no festival "Sim À Vida" que ocorreu no estádio do Barreirense. 

A editora Discossete não aceita a gravação do terceiro disco de originais o que leva a  uma ruptura entre as duas partes. A editora ainda lança uma colectânea "To Love" com uma balada antiga "Lady in Black" e a colectânea "Estradas de Fogo" que incluía os temas previstos para o Maxi-Single: "Hollywood – versão extensa, "Feels Like Love" e o inédito "All Night Flying". 

Os elementos do grupo dividem-se por outros grupos levando a uma paragem dos Ibéria. O projecto é retomado em finais de 1992. A Toninho, João Alexandre e João Sérgio juntam-se o vocalista Miguel Angelo (ex-Shangai Blue) e o baterista Quim Andrade (ex-Da Vinci).

A banda passa a dedicar-se a um repertório em português recuperando o tema "Mexico" e alguns temas já preparados para o terceiro disco. O grupo ainda grava um maqueta com Toninho como vocalista principal e gravam, nos estúdios Heaven Sound, o tema "Sismo" para incluir numa maqueta em conjunto com os Arabian Penthouse. 

Em finais de 1993, João Alexandre abandona a banda para ir para Inglaterra e passa Miguel a acumular as funções de guitarrista ritmo. Quim Andrade sai do grupo e entram o guitarrista Vítor Brás (ex-Shangai Blue) e o baterista Pedro Torrão (ex-Desatino Total).

O ano de 1994 é passado em ensaios com o grupo a procurar novas sonoridades com a inclusão da guitarra portuguesa e a adopção de sons acústicos.

No dia 9 de Março de 1996, os Ibéria fazem em directo um concerto acústico na Radio Super FM. Em Junho actuam no Johnny Guitar. 

O grupo enceta negociações para a gravação do disco desejado. No entanto Miguel Angelo decide sair do grupo devido a problemas pessoais e os restantes elementos decidem acabar com o grupo após 10 anos de actividade.

DISCOGRAFIA
Hollywood/Feels Like Love (Single, Discossete, 1988)
Ibéria (LP, Discossete, 1988)
Heroes of the Wasteland (LP, Discossete, 1990)

Colectâneas
Estradas de Fogo (1993) - Hollywood (versão extensa) / Feels Like Love / All Night Flying

NO RASTO DE...
João Alexandre foi para Inglaterra tirar um curso de Engenheiro de Som. Miguel foi para a Inglaterra onde se encontrou com o João Alexandre e onde ambos ainda residem. Actualmente está afastado de qualquer actividade musical.

João Sérgio, Toninho e Victor Brás formaram os E.D.P. (Escravos do Presidente) em 1997.

Pedro Torrão tocou com outras bandas entre as quais os Ferro & Fogo. Toninho trabalha por vezes com A.M.Ribeiro no seu projecto a solo.

João Sérgio entrou para os X-Stand (uma conhecida banda de covers) onde tocava o seu irmão Ricardo Reis.

Quim Andrade saiu do grupo para integrar os Gatos Negros de Vítor Gomes. Dedica-se a um projecto na área do Techno.

Francisco Landum (ou Ricardo) desligou-se da música ao vivo quando tinha 30 anos depois de ter passado pelos Da Vinci. Tem um estúdio (Aikesom) e compôe para muitos nomes da denominada "música pimba". Compôs e gravou o álbum de estreia da sua mulher Cristina Cross.

Vasco Vaz entrou para os Mão Morta em fins de 1995. Marco esteve nos Peste e Sida e Bizarra Locomotiva, entre outros projectos. 

Informação retirada daqui

quinta-feira, 23 de julho de 2015

H.i.S.T


Banda electro-industrial de Setúbal, os H.i.S.T. (Histeria de Imagens Sonoras em Transe) eram formados por Abel Raposo e Eurico Coelho.

Em Agosto de1988 foi editada pela Facadas Na Noite (Braga) a cassete "Greatest Hist" que englobava 15 temas do período entre 1983 e 1985 (30 cassetes gravadas). A música era apresentada como "áspera à qual se juntam palavras cínicas".

O tema "Kalatuku" foi incluído na compilação "13 Incisões" da mesma editora.

Em 1989 foi editada a cassette "Biologia" que englobava 16 temas de L'Ego (projecto de Eurico Coelho a solo) e 2 de HIST.

"Best Off Hist" contou com a produção de Miguel Carvalho (programação de ritmos e loops) . «Os 12 temas são os mais densos registos deste projecto. Os delays arrastados e uma atmosfera apocalíptica erguem uma parede compacta de som referenciada como industrial, obscura e hipnótica.» O trabalho foi editado pela FNN e mais tarde pela Tragic Figures. 

O projecto obtêm um feed-back inesperado o que os leva a participar em várias colectâneas nacionais e internacionais. Editaram ainda um EP em conjunto com os Rua Do Gin e duas bandas espanholas.

"Bluff" de 1992 incluía trabalhos de L'ego e 7 temas de Hist. O registo foi gravado, novamente, por Abel Raposo (guitarra eléctrica, textos), Eurico Coelho (sampler, voz, textos e produção) e Miguel Carvalho (programações rítmicas).

No ano de 2003, os trabalhos de Hist e L'ego foram disponibilizados em formato CD-R pela editora Thisco (http://www.thisco.net/CTHISRUS.htm).

DISCOGRAFIA
The Greatest Hist (K7, FNN, 1988)
Biologia (K7, FNN, 1989)  [c/L'Ego]
Best Off Hist (K7, FNN, 1989*)
Los Humillados - Rua do Gin - The Barbie Lovers - Hist (7"EP, FNN/Grabaciones Góticas, 1990)
Bluff (K7, 1992*) [c/L'Ego]

Colectâneas
13 Incisões (1988) - Kalatuku
Insónia (1989) - Vorwarts! / Delirium
Corrosão Cerebral (1992) - ...Plus des enfants

COMENTÁRIOS
«Nunca demos espectáculos e não tencionamos fazê-lo, porque não sentimos essa necessidade nem possuimos essa capacidade. Mas a produção continua...» Eurico Coelho 

NO RASTO DE...
O projecto L'Ego de Eurico Coelho continua activo, tendo editado 4 cd's nos últimos 2 anos, em edição de autor. Participou também na compilação "Thisobidience". 

"1 ª I N C I N E R A Ç Ã O", de 2002, foi o  primeiro registo do projecto RESÍDUO de Abel Raposo em formato digital. Abel compõe com uma guitarra traficada, percussão em drum pad não programável, flauta, harmónica, voz e deturpação informática, Ana Isabel Caldeira vocaliza e o software usado é o Sound Forge XP 4.5 e Acid Pro 2.0 .

Informação retirada daqui


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Heróis do Mar


Após o fim do grupo Corpo Diplomático, em Setembro de 1980, Pedro Ayres Magalhães recruta António José de Almeida (baterista dos Tantra) e Rui Pregal da Cunha para dar corpo a um novo projecto intitulado Heróis do Mar.

Continuavam com Pedro Ayres, vindos do Corpo Diplomático, Carlos Maria Trindade e Paulo Pedro Gonçalves.

Após vários meses de ensaios, os Heróis do Mar lançam o seu primeiro single em Agosto de 1981. Este disco continha os temas "Saudade" e "Brava Dança dos Heróis".

O grupo reflecte alguma estética nacionalista nas suas roupas e nas letras das canções. Houve, até, quem os acusasse de neofascistas ou neonazis.(1)

O seu LP de estreia contém os temas do single e outros como "Magia Papoila", por exemplo.

O seu estilo musical, de início, ainda que próximo de algumas fontes portuguesas ia beber ao fenómeno neo-romântico que despontava em Inglaterra capitaneado por grupos como os Spandau Ballet ou os Duran Duran.

Em Junho de 1982 é editado o máxi-single "O Amor"(2), o seu primeiro mega-sucesso comercial. Este disco conta, no lado B, com uma versão em que canta Né Ladeiras, artista com a qual os Heróis do Mar tinham gravado (enquanto músicos de estúdio) o LP "Alhur".

Em Agosto seguinte tocam na primeira parte do concerto dos King Crimson e dos Roxy Music, que os levam até Paris para actuarem na primeira parte da sua actuação em França.

O seu segundo disco "Mãe" tinha uma bela capa, mas apresentava fragilidades a nível das vocalizações de Rui Pregal e nenhuma canção deste disco se consegue impor com sucesso. Os temas de maior destaque são "Cachopa" e "Volta P'ra Mim".

O seu disco seguinte ("Paixão") obtém, finalmente, o êxito que tinha fugido com "Mãe" e leva a revista inglesa "The Face" a considerar os Heróis como o melhor grupo de Rock da Europa.(3)

Os músicos dos Heróis são os acompanhantes de António Variações no seu segundo disco "Dar & Receber", gravado em 1984.

Segue-se a edição do disco "O Rapto", [mini-álbum com 4 canções] que inclui "Supersticioso" e "Só Gosto de Ti". Os Heróis do Mar mudam de visual e apresentam-se com camisas rasgadas e tendo já muito pouco a ver com a sua estética nacionalista inicial.

Após lançarem no mercado outro single virado para as pistas de dança intitulado "Alegria" [lançado em Julho de 1985; no início do ano tinham lançado uma colectânea] e terem participado em espectáculos no país e no estrangeiro, partem para Macau onde ficam um mês.

As vivências de Macau transportam-nas para o seu novo disco, justamente intitulado "Macau", gravado nos Estúdios de Paço de Arcos da Valentim de Carvalho, com quem tinham firmado contrato após divergências com a editora inicial, a Polygram.

"Macau" [editado em Dezembro de 1986] é completamente diferente daquilo que os Heróis do Mar fizeram até então. Musicalmente muito mais avançados, os Heróis abandonam as suas vestimentas e deixam a música falar por si própria.

Deste disco, o tema "Fado" teria um relativo sucesso. Pedro Ayres estava já, por esta época, com os Madredeus, o que retirava algum tempo aos Heróis do Mar.

António José de Almeida abandona o grupo, em 1988, e já não participa na gravação do último disco chamado "Heróis do Mar"(4). A bateria é substituída por uma caixa de ritmos, nas gravações, e António Garcia (ex-Mler Ife Dada) é convidado para novo baterista. No entanto, ele não chegará a aquecer o lugar porque o grupo dá por terminadas as suas actividades, devido a diferentes opções dos seus elementos e a diferentes projectos onde, cada um, estava envolvido. (5)

O documentário sobre os Heróis do Mar, "Brava Dança", do jornalista Jorge P. Pires e do realizador José Pinheiro, estreou comercialmente em Abril de 2007. Na mesma altura foi editada a compilação "Amor" com temas gravados para a EMI e para a Polygram.

(0) Pedro Ayres Magalhães participou no último disco dos Tantra.

(1) «Houve gente nalguns meios de comunicação que não quis que as pessoas percebessem, apostada em confundir. Um movimento determinado a transformar os Heróis do Mar num ícone de um regresso da Direita, a associar-nos aos paraquedistas de Tancos, aos comandos do Jaime Neves e trinta por uma linha. Depois vim a saber onde é que isso foi combinado, porque foi efectivamente combinado, com votos a favor e votos contra. Durante pelo menos dois anos não conseguimos ir tocar a Sul de Setúbal, no Alentejo, porque éramos 'fascistas'. Chamaram-nos fascistas, a putos sem protecção nenhuma que apenas queriam reclamar uma herança histórica, numa altura em que nem na palavra 'pátria' se podia falar. Lançavam-nos: 'Querem é a herança do Salazar!', quando o que pretendíamos era a criação de um showbiz civilizado. Fazíamos tudo como uma companhia de ciganos independente.» PAM

(2) «O "Amor" foi feito em 22 minutos. Entrámos na sala de ensaio e decidimos fazer um 'funkalão' que fosse um êxito para calar toda a gente com aquela história do fascismo. Não é fácil. Na altura o Miguel Esteves Cardoso escreveu que tínhamos feito a coisa mais complicada que qualquer artista podia fazer: uma música comercial e boa» RPC. Primeiro disco de platina português.
A resposta à pergunta engraçadíssima do Paulo Pedro Gonçalves (colocada no meu primeiro encontro com os elementos da banda, à mesa do Califa) foi gravada, 2 meses depois (11/06/82 ) no Máxi-Single Amor. No lado A acompanhava o Rui Pregal da Cunha em uníssono até à 2ª voz "trocam doçuras/trocam delícias". Na versão nocturna (B) ficou a minha voz a solar até ao refrão.Eles tinham uma energia, tanto em estúdio como ao vivo, contagiante. Da introversão de Alhur veio a minha resposta tão espontânea quanto a pergunta do Pedro Paulo Gonçalves: “Tens alguma coisa contra a música de dança?” “Ó aaaaaaaaaaamor não me mataste o desejo” o refrão mais ouvido e dançado no Verão de 82. (Né Ladeiras/blog)

(3) «Embora tivéssemos sido considerados uma das dez melhores bandas da Europa, pela "The Face" e pela "Rock & Folk", e a "Actuel" nos tivesse considerado uma das cem melhores ideias da década, o certo é que, por cá, nunca tivemos nenhum dinheiro nem apoio, nem para a casa, nem para o carro, nem para as contas nem para nada... Foram muitos anos de uma vida difícil». PAM

(4) «Não encontrámos nenhum título que nos satisfazesse e qualquer outro nome só iria parecer artificial. plástico.» CMT

(5) Dão o último concerto em Outubro de 1989.

DISCOGRAFIA
Heróis do Mar (LP, Polygram, 1981)
Mãe (LP, Polygram, 1983)
O Rapto (Mini-LP, Polygram,1984)
A Lenda dos Heróis do Mar (1981-1984) (Compilação, EMI,1985)
Macau (LP, EMI, 1986)
Heróis do Mar IV (LP, EMI, 1988)
Heróis do Mar Vol. 1 (1981-1982) (Compilação, Polygram, 1992)
Heróis do Mar Vol. 2 (1982-1986) (Compilação, Polygram, 1992)
Paixão  (Compilação, Universal, 2001)
Amor  (Compilação, EMI, 2007)

SINGLES
Saudade/Brava Dança dos Heróis (Single, Polygram, 1981)
Amor (Partes I e II)/Amor (versão Nocturna) (Máxi, Polygram, 1982)
Amor (Parte I)/Amor (Parte II) (Single, Polygram, 1982)
Paixão (Máxi, Polygram, 1983)
Paixão/Cachopa (Versão Nova) (Single, Polygram, 1983)
Alegria/A Glória do Mundo (Single, Polygram, 1985)
Alegria/A Glória do Mundo/Castelo de S. Jorge (Máxi, Polygram, 1985)
Mad Mix / Fun Mix (remisturas de Adriano Remix) (Máxi, Polygram, 1986) 4
Fado/Fado (Versão a Guitarra) (Single, EMI, 1986)
Só No Mar/Os Canhões da Belavista (Single, EMI, 1987)
O Inventor (Máxi, EMI, 1987)
O Inventor/Homenagem (single, EMI, 1987)
Eu Quero (Mistura Possessiva)/Rossio/Eu Quero (Máxi, EMI, 1988)
Africana/Eu Não Mereci/D.F.S. (Máxi, EMI, 1989)
Paixão (Single, Universal, 2001)

COMPILAÇÕES SE
O Melhor de 2 - Heróis do Mar/Afonsinhos do Condado (Compilação, Universal, 2001)

colectâneas
Portugal Remix (2005) -

O single "Amor (Hap Hap Happy Day)/Pasión", edição limitada a 2000 exemplares, foi oferecido com o MEP 12" Philips 880079-1 (1984).

O CD single "Paixão", de 2001,  inclui a versão longa de Paixão (editada em 1983) e duas remisturas de 1986 da autoria de Adriano Remix.

Os elementos do grupo lançaram alguns discos a solo: Carlos Maria Trindade lançou o single "Princesa/Em Campo Aberto" (Vimúsica, 1982). Toda a edição do álbum "Tédio" foi destruída devido à falência da editora; Paulo Pedro Gonçalves lançou "Rapazes de Lisboa" (FA, 1984) e Paulo Ayres Magalhães lançou o máxi "Ocidental Infernal" (FA, 1985) que seria o primeiro de cinco discos instrumentais.

COMENTÁRIOS
«Depois do fim do Corpo Diplomático, eu, o Pedro e o Carlos Maria estávamos completamente desiludidos e eu lembro-me de ter encontrado o Pedro no Cais do Sodré e lhe ter dito 'Acho que é altura de fazermos um grupo português, que tenha a ver com Portugal'. Nasceram ai os Heróis do Mar e aquela pose toda do primeiro disco...» PPG/Blitz

«Havia ministérios dentro do grupo. O Rui Cunha era o cérebro da imagem. Ele e o Paulo eram os cérebros da roupa e da animação 'anglo-americana'. O Tó Zé, com a experiência que trazia dos Tantra, era um génio da organização de concertos num país onde não havia produção de concertos. O Carlos Maria era um génio da música, como ainda hoje é. Eu tinha a determinação, uma permanente disponibilidade, estava lá quando não estava mais ninguém. Eu talvez fosse apenas a personificação de um serviço aquela organização». PAM/Público

(...) Inclusivamente já conhecia algumas das músicas dos Madredeus porque elas já tinham sido apresentadas na última fase dos Heróis do Mar. Nunca chegaram a sair. É um disco que está escrito e não saiu. Não saiu nunca. Seria o quinto LP, mas não chegou a sair porque o grupo seguiu caminhos diferentes. (...) quando se muda de projecto, algumas coisas vão para o projecto seguinte. Muitas coisas do Corpo Diplomático foram para os Heróis do Mar. Pelo menos três ou quatro músicas do primeiro LP estiveram nos Corpo Diplomático, com aquele formato quase, com outro nome, filosofia e estética.  CMT/Blitz

Com a rotina, sentia-me a nível criativo muito limitado e achei que podia aplicar a criatividade noutra área. Tirei o curso de percussão, no Conservatório, e também estudei flauta. Isso ajudou-me imenso numa montagem, porque os ritmos são iguais. São artes que parecem distantes, mas não o são. (...)Desde que decidi que estava farto, nunca mais me sentei à bateria. Tinha uma, transparente e a única que havia em Portugal. Foi para o Kalú dos "Xutos", que tocou nela durante anos. AJA/JN 16.06.2006

NO RASTO DE...
Pedro Ayres Magalhães foi o fundador e principal mentor dos Madredeus e Resistência. Chegou também a tocar com os Delfins.

Pedro Paulo Gonçalves e Rui Pregal da Cunha fundaram os LX-90, que editaram o álbum "1 Revolução por Minuto", tendo posteriormente emigrado para Inglaterra e alterado o nome para Kick Out of The Jams (lançaram o disco "Santo António em Lisboa"). 

Carlos Maria Trindade editou os álbuns "Mr. Wollogallu" (1991) e "Deep Travel" (1996). Em 2006 lançou o disco do projecto No Data. Foi A&R da Polygram tendo saído para substituir Rodrigo Leão nos Madredeus. Produziu discos de Rádio Macau, Delfins, Xutos, Issabary ou Paulo Bragança. Mais recentemente produziu discos de Santos & Pecadores e Mariza, entre outros.

O baterista Tó Zé Almeida foi de todos o primeiro a deixar os Heróis do Mar, em 1987, para se dedicar a tempo inteiro à Panavídeo, empresa de produção publicitária e televisiva da qual é um dos proprietários, tendo-se afastado desde então da actividade musical. (Pública/99)

Paulo Pedro Gonçalves abriu, em Londres, um atelier/loja a que chamou Pavement. Ele e a mulher Andreia dedicaram-se a criar roupa a partir de roupa ("customizar"). Vestiram nomes como David Bowie e Blur. Também fizeram peças para o filme "Velvet Goldmine". PPG lançou um disco com o projecto Ovelha Negra.  Mais recentemente regressaram a Portugal onde abriram a Loja Crucifixo (Lisboa).

Rui Pregal da Cunha tem um projecto de DJ denominado Bradoral. Participou num programa da TVI onde cantou com o actor José Wallenstein. Um dos temas foi uma interessante versão de "A Glória do Mundo". Colaborou em disco com Homem Invisivel (2000) e com os Golpes (2010) e em concertos com Delfins, José Cid ou Nouvelle Vague.

Informação retirada daqui

sexta-feira, 3 de julho de 2015

HAZDAM


Os HAZDAM nasceram em Almada, no verão de 1986, na sequência do programa "O Outro Lado", da rádio Ponte Sul, realizado por Luís Milhano e António Simões (Tomané), o qual abordava temas e músicas electro-industriais.

Naquela altura escasseava o material para divulgação, por isso decidiram produzir música que pudesse ser apresentada no programa: "Se não temos discos daquilo que gostamos, porque é que não fazemos a nossa própria musica, sem que os ouvintes percebessem de que se tratava de um projecto nosso?".


A música do grupo foi chamando a atenção dos ouvintes e dos amigos e continuaram o projecto mesmo depois do fim desse e de outros programas, como "Sem Palavras" ou "Casa da Máquina". 

O grupo foi formado por Luís Milhano e por Hélder Gonçalves. Inicialmente o som HAZDAM podia ser caracterizado como «experimental». Esta fase durou até 1988, altura em que avançaram para uma onda «industrial» (com recurso a bidões e outro material metálico).

Os temas "Guerra e Paz" e "Sound's Like Noise" aparecem na compilação "Insónia".

A cassete "1988", com temas do período 1986-1988, foi editada em 1989 pela FNN. Participaram ainda na compilação "no title - no problems", da editora alemã ZNS Tapes, com o tema "Thinking In the Rain".  (ver http://vivavogel.ath.cx/3notitle.htm)

A partir de 1990 o som do grupo tornou-se mais «electrónico». 

Além dos dois membros originais participaram ainda Tomané, o Miguel Cenoura (que integrou os Mata-Ratos) e Alain Mainguet. 

DISCOGRAFIA
1988 (K7, FNN, 1989)

Colectâneas
Insónia (1989) - Guerra e Paz / Sound's Like Noise
No title - No problems (1989) - Thinking In the Rain

Informação retirada daqui