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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

António dos Santos

António dos Santos nasceu em Lisboa, na freguesia do Socorro, a 14 de Março de 1919, e morreu a 18 de Setembro de 1993, também em Lisboa. Começou a cantar aos 15 anos, mas o seu repertório compunha-se exclusivamente de fados humorísticos, que ele próprio escrevia, na linha de Joaquim Carreiro. 

O seu cantar, originalíssimo, dava-lhe o direito de se considerar o único «baladeiro, autêntico», precursor de um estilo que, em Lisboa, onde o fado era a canção urbana, só ele cultivava. Tinha admiradores que se deslocavam à sua casa típica, "O Cantinho do António", em Alfama, para o ouvir, acompanhado à viola, cantar com a sua grave, mas belíssima voz, as tais canções «parentes do fado», mas muito mais entusiásticas, nostálgicas por demais, a que só António dos Santos soube dar a dimensão criativa, única, que o impôs. 

Homem pouco dado à autopromoção, cantava por prazer. As suas gravações são raras, mas inesquecíveis. Quem não se lembra de títulos como «Adeus Parceiro da Farra», «Partir É Morrer Um Pouco» ou esse perfeito, modelar «Minha Alma de Amor Sedenta»? Não deixou seguidores, o que prova a sua autenticidade e sublinha os seus dotes inigualáveis de intérprete. 

DISCOGRAFIA: 

1964 - Alfama-Lisboa (EP, Columbia); Nostalgia de Alfàma (EP, Columbia)

1968 - Fado e Canto Peregrino (EP, Columbia)

1971 - Minha Alma de Amor Sedenta (LP, Columbia)

1986 - Saudade (LP, EMI)


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