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terça-feira, 1 de março de 2016

Cantores dos Anos 80 - Nuno Rebelo

Quando os Street Kids já estavam em fase de dissolução, Nuno Rebelo oferece-se para baixista dos GNR(Alexandre Soares ia sair e Vítor Rua ia para a guitarra). Já tinham Jorge Romão mas Nuno Rebelo ainda fez três espectáculos com o grupo e participou na gravação do single "Soul Finger" que nunca viria a ser editado. Conhece Jorge Lima Barreto, através de Vítor Rua, e trava conhecimento com música "de todos os tempos e de todos os sítios".

O projecto com os Mler ife Dada começa em 1984 e só terminaria no início de 1991. É um dos elementos mais activos na compilação "Divergências", da Ama Romanta, contribuindo com um tema a solo, "Nipsha", e com o  tema dos Mler ife Dada. Produziu os temas de Anamar, SPQR e Essa Entente e participa como músico nos temas "Dim" e na peça de música improvisada "Situação Aparente".

Em 1988, a convite da Associação Cultural Manobras, compôe uma "sinfonia" electrónica para o 3º desfile de Moda "Manobras de Maio". O duplo-álbum "Sagração do Mês de Maio (1ª Sinfonia Falsificada)", o seu trabalho a solo, é editado em 1989 através da EMI-Valentim de Carvalho.

Os Plopoplot Pot começaram em 1991. O grupo, já sem Vítor Rua, vence o I Concurso da Câmara Municipal de Lisboa. Aparecem na compilação "Em Tempo Real" da El Tatu. O grupo era formado por Nuno Rebelo (baixo),  Paulo Curado (saxofone), Rodrigo Amado (saxofone), Luís Areias (guitarra) e Bruno Pedroso (bateria).

Em 1992  forma com os seus alunos a Polyploc Orkeshtra que interpreta ao vivo a banda sonora de "Nosferatu" de Murnau. São convidados também pelo Instituto de Cinema a musicar a versão restaurada do filme "Douro, Faina Fluvial" de Manoel de Oliveira. Nuno Rebelo colabora ainda com João Peste no projecto "Alix na Ilha dos Sonhos".

Em 1993 é o autor do tema oficial de "Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura". O tema ganhou o prémio de publicidade de "melhor jingle" desse ano.

Em 1996 é editado "M2" com a banda sonora da coreografia "Sábado 2" de Paulo Ribeiro e da peça de teatro "MiNiMal Show". É também o autor de "Pangea", o tema oficial da EXPO 98.

Cria uma página na internet em que oferece músicas em formato mp3. A página com informações sobre a sua carreira a solo e dos grupos por onde passou incluía também os "Plopoplotexts",  textos "programáticos" escritos para o grupo Plopoplot Pot.

Em 1998 compôe a música para a peça "E no Intervalo Faz-se Qualquer Coisa" de José Wallenstein. Apresenta o espectáculo "As Guitarras Portuguesas Mutantes", no festival "Mergulho no Futuro". E também participa no disco "Seven Incantations" do japonês Hiroshi Kobayashi.

Ainda em 1998 é editada a banda sonora da coreografia "Azul Esmeralda" de Paulo Ribeiro. Faz a música e sonoplastia do espectáculo "Oceanos e Utopias", de François Confino e Philippe Genty, apresentado no Pavilhão da Utopia, durante a Expo 98.

A peça "remiXamor" do coreógrafo Mark Tompkins, com banda sonora de Nuno Rebelo, é estreada em Junho de 2000, no Festival de Nouvelles (França). 

Apresenta-se ao vivo com o colectivo L.I.P. (Lisbon Improvisation Players). É o autor da música original da coreografia "Como rebolar alegremente sobre um vazio interior" de Vera Mantero.

O espectáculo "Compact Disconcert", com concepção e direcção musical de Nuno Rebelo e direcção cénica de Paulo Ribeiro e José Wallenstein, é apresentado no Teatro Nacional S. João (Porto) nos dias 21 e 22 de Junho de 2001. Neste espectáculo revisita todo o seu percurso como compositor para teatro e dança

Cria a editora Raka. Através desta editora são editados os discos "Live at ZDB" do trio Nuno Rebelo+Kato Hideki+Marco Franco e "On the Edge" de Nuno Rebelo e Marco Franco.

Em 2002 é editado o disco "Compact Disconcert" onde é revisitado o seu percurso como compositor para teatro e dança.

DISCOGRAFIA
Sagração do Mês de Maio (1ª Sinfonia Falsificada) (2LP, EMI, 1989)
M2 (Sábado 2 / MiNiMal Show) (CD, Ananana,1996)
Azul Esmeralda (CD, Ananana, 1998)
On The Edge: Nuno Rebelo Improvisations In France With Marco Franco (CD, Raka, 2001)
Live at ZDB (Lisbon): 11/7/1999 (CD, Raka, 2001)
Compact Disconcert (CD, TNSJ, 2002)

SINGLES
 Pangaea (Single, Expo98, 1996)

Colectâneas
Divergências (1986) - Situação Aparente ( c/ Mário Morgado e Pedro Mourão) / Nipsha
Realidade Virtual (1991) - Meet Mit
Way Out: New Music From Portugal vol. 1 (1997) - Pink Pong
Guitarra Diversa (2003) - Pink Pong / Persistência /  Repuxo

MAIS
1988
"O Mistério da Boca do Inferno" - 1988-de José Pina

1989
O auto da India (1989)
"Três Escultores-1989-documentário de António Cerveira Pinto, on the work of the sculptors Rui Sanches, António Campos Rosado and Pedro Campos Rosado.
"Mar à Vista" - 1989-série de José Nascimento


1990
"O Funeral"- 1990-de Jorge António-com José Wallenstein.

1991
"Adeus Princesa" - 1991-de Jorge Paixão da Costa.

1992
"O Miradouro da Lua") - 1992-A film by Jorge António.
"Requiem para um Narciso) - 1992-telefilme de João Pedro Ruivo.

1993
Em 1993-A coreografia "Alvo me Imposso" de Aldara Bizarro com a colaboração de Pedro d' Orey e Nuno Nuno Rebelo.
Faz a música para a exposição "Na pista de Filipe Seems" de Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves

1994
"Minimal Show" encenado por José Wallenstein-1994
O que diz Molero-1994

1995
Sábado 2 - 1995
Love Series (Not Talking About Perfection)(1995) solo choreography by Aldara Bizarro.
"Um Desejo Ardente deve ser acompanhado de uma vontade firme"-João Fiadeiro-1995
"O Mundo Desbotado"-1995-Edgar Pêra

1996
No Angels-1996 coreografia de Cosmin Manolescu
"O Homem do Comboio"-1996-Nuno Rebelo/João Lucas - curta de Ricardo Rezende e Elsa Bruxelas. 

1997
Azul Esmeralda Paulo Ribeiro - 1997
"Biografia de uma Mina"- 1997-documentário de Filipe Verde

1998
E no Intervalo Faz-se Qualquer Coisa-1998
Oceanos e Utopias
Extension-1998-Festival On The edge (frança)MT+VM entre outros

1999
Só para Iniciados -1999 José Wallenstein+Paulo Ribeiro
Banda sonora do filme "Tarde Demais" de José Nascimento. 

2000
remiXamor--Pôle Sud, Stransbourg, June 00
Nuno Rebelo é o autor da banda sonora da coreografia "Comédia Off" que a Companhia Paulo Ribeiro apresentou nos dias 1 e 2 de Setembro de 2000 no Grande Auditório do CBB. Nuno Rebelo já tinha colaborado com a CPR em "Azul Esmeralda" e "Sábado 2". Em "Comédia Off" colaboraram também nomes como o cineasta Edgar Pêra e o ilusionista Luis de Matos.
"Capitaine Nèfle" coreografia de Mathilde Lapostolle - 12/00
Frei Luis de Sousa-JW

2001
"Como Rebolar..." Vera Mantero / Gulbenkian  - 03/01

2002
"k su'porte i ..." de Vera Mantero-CCB 06/02
Bolero - Coreografia de Mark Tompkins 12/02
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Visions, Equations, Radiations-Edgar Pêra-Gulbenkian Foundation+Rivoli Theatre

Pequeno concerto para falso piano e orquestra falsificada" para a abertura da Expomusical.

Between 1992 and 94, Nuno Rebelo teached in Lisbon on the music atelier of Professional School for Arts and Crafts of Show. As a colective work was presented Murnau's film Nosferatu with live music by a non-musicians "orchestra" dressed like vampires. The good results of this experience lead to several presentations of this work, such as:
Musica Viva Festival,S. Luiz Theatre, Lisbon, 1995.
Bienal Off, Lisbon, 1994.
Rockstore, Montpelier, France, 1994.
"Filmwaerksted", Arhus, Denmark, 1993.
"Project Horizon", Toulon, France, 1993. 
banda sonora da exposição fotográfica "London Diary" de Daniel Blaufuks  

Biografia retirada daqui

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Cantores dos Anos 80 - Nuno Canavarro

Nuno Canavarro estudou arquitectura em Porto e Lisboa. Deixou uma carreira de arquitecto para se dedicar à música, que estuda desde os nove anos de idade. 

Em 1980 foi um dos fundadores dos Street Kids. Após a saída do grupo ainda aparece como músico convidado no último máxi-single editado pelo grupo. Também produziu o disco dos Mler Ife Dada.

Esteve dois anos na Holanda, no Instituto de Sonologia da Universidade de Utrecht, onde estudou composição. Em Fevereiro de 1988, Nuno Canavarro (ou Nuno C. Arraya conforme foi entregue a candidatura) venceu o concurso de música moderna da mostra de Artes e Ideias.

O disco "Plux Quba - Música para 70 Serpentes" foi editado em 1988 pela Ama Romanta.

Tocou com os Delfins, em 1988 e 1989, tendo participado na gravação do máxi-single "1 Lugar ao Sol". Produz também o primeiro disco dos Lobo Meigo.

Em 1991 lançou, em conjunto com Carlos Maria Trindade, o disco "Mr. Wollogallu". 

"Plux Quba - Música para 70 Serpentes" foi reeditado em 1999 pela editora Moikai de Chicago (EUA), tendo recebido excelentes críticas da imprensa especializada naquele país.

Nuno Canavarro foi o autor da banda sonora do filme "Gotejar da Luz", de Fernando Vendrell, estreado em 2002.

DISCOGRAFIA
Plux Quba - Música para 70 Serpentes (LP, Ama Romanta, 1988)
Mr. Wollogallu (com Carlos Maria Trindade) (CD, União Lisboa, 1991) 

COMENTÁRIOS
Plux Quba, a mysterious recording by the even more mysterious Portuguese musician Nuno Canavarro, was originally issued in 1988 only to disappear without a trace before being rescued from oblivion by Jim O'Rourke in 1998 for release on his Moikai label. It's easy to hear why the music herein would appeal to O'Rourke and also why it has come to be recognized as a seminal work of electronic music (...) - Brian Olewnick / All Music Guide

NO RASTO DE...
Nuno Canavarro continua a trabalhar em música. Também tem material inédito que acabaram por não sair nos dois primeiros discos. A editora Zounds estava interessada em editar a música de NC.

Biografia retirada daqui

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Grupos Musicais dos Anos 80 - Nevada

Alfredo Azinheira (ex-Ferro & Fogo) trabalhava em informática como operador de registo de dados e começara, nos anos 70, a tocar viola-baixo em conjuntos rock. Jorge Mendes era Engenheiro Maquinista Naval. Tocavam juntos em bares de Lisboa há vários anos.

Foi num bar, que em cinco minutos, Jorge Mendes pegou numa frase musical de Alfredo Azinheira e a transformou na canção "Num Barco À Vela".

A maqueta que mandaram ao festival foi gravada, em condições precárias, num barracão. Para essa versão usaram a guitarra portuguesa como acompanhamento e não usaram bateria.

Assim que a música foi seleccionada, Jorge Mendes convenceu-se logo que iriam ganhar. Mas das seis canções seleccionadas acabou por ser a menos votada tendo sido apenas apurada devido ao voto de desempate do presidente do júri, Mello Pereira.

Inicialmente apresentaram-se apenas com os seus nomes individuais. O nome Nevada foi encontrado na semana de ensaios do festival.

"Neste Barco À Vela" acabaria por ser a grande vencedora do festival da Canção, realizado no Funchal, no dia em que a RTP completou 30 anos de transmissões regulares. O arranjo da canção, considerado o melhor pelos componentes da orquestra, era da autoria de Ramon Galarza.

No Eurofestival realizado em Heysel, na Bélgica, ficaram em 18º lugar entre 22 concorrentes.

O grupo transforma-se num trio com a saída de Jorge Mendes e a entrada de Fernanda Lopes e de Carla Burity(que no Eurofestival tinham participado nos coros). Os Nevada, nesta nova formação, lançam o álbum "Na Outra Margem" que inclui uma nova versão de "Neste Barco À Vela" e o single "Amor Tropical".

DISCOGRAFIA
Neste Barco À Vela/Instrumental (Single, Transmédia, 1987)
Amor Tropical/Eu Não Sei Bem (Single, Discossete)
Na Outra Margem (LP, Discossete, 198*)

NO RASTO DE ...
Alfredo Azinheira é o presidente da Camo-Belenenses. Está há vários anos em Timor.
Fernanda Lopes e Carla Burity fizeram parte do coro de Nucha no Eurofestival-90. Em 1991, quando ainda acompanhavam os Nevada, participam no Festival da Canção com os Blocco.

Biografia retirada daqui

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Canoras Portuguesas dos Anos 80 - Né Ladeiras

Né Ladeiras (Maria da Nazaré Azevedo Sobral Ladeiras) nasceu no Porto, no dia 10 de Agosto de 1959, no seio de uma famíia com grandes afinidades com a música: a mãe cantava ópera, o pai tocava viola d’arco e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos, participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz.

Durante a sua adolescência, integra vários projectos musicais, entre os quais um duo acústico formado com uma amiga.

Né Ladeiras funda, em 1974, com diversos amigos, a Brigada Victor Jara. Numa primeira fase, juntavam-se para tocar, entre outras coisas, música latino-americana, tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA [Movimento de Forças Armadas] e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos na Beira Baixa e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.

Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL [Feira Internacional de Lisboa], mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum "Eito Fora", que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, "Marião" com base num tradicional de Trás-os-Montes.

No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado "Tamborileiro". Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar o sucesso, com o qual grava o single "Toca a Reunir".

Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de "Baile do Bosque". Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.

Né Ladeiras - 1982Entre 1980 e 1982, integra um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex-Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns "No Jardim da Celeste" (em 1981) e "Também Eu" (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam "Natação Obrigatória" e "Salvé Maravilha".

O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, "Alhur", é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. "Alhur" é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.

Né Ladeiras retribui, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando na mistura de dança incluída no maxi-single de "Amor", que se torna um grande êxito comercial.

Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado "Hotel Amen" que não chega a ser gravado.

Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o seu primeiro álbum, "Sonho Azul", com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oitos temas, os que obtém maior notoriedade são: "Sonho Azul", "Em Coimbra Serei Tua" e "Tu e Eu".

Inicia em 1985 um trabalho de pesquisa (processo característico da sua carreira a solo) sobre a actriz sueca Greta Garbo, a quem será dedicado o álbum seguinte ("Corsária").

Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com "Dessas Juras que se Fazem", um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.

Em 1988 integra o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema "Nono Andar", sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.

"Corsária" é editado pela Transmédia em finais de 1989 com produção e arranjos de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria da sua amiga Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.

Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, trabalha como recepcionista de um médico.

Participa nas gravações de "Matar Saudades", tema bónus incluido na edição em CD do disco "Banda do Casaco com Ti Chitas".

Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, "Traz-os-Montes", uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias.

A qualidade de temas como "Çarandilheira" e "Beijai o Menino" fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em dialecto mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.

No Natal de 1995 é editado o disco "Espanta Espíritos", disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.

Em 1996 participa na compilação "A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV", proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema "Viva a Música!" composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.

Com o seu quarto álbum, "Todo Este Céu", editado em 1997, pela Sony, Né Ladeiras realiza um sonho antigo ("de há vinte e tal anos"): gravar um álbum dedicado às canções de Fausto, que se caracteriza por uma abordagem "muito próxima do lado místico do Fausto, mas também do seu lado interventivo, porque ele tem uma forma única de intervir, que em muitos casos continua actual e não se perdeu no tempo".

No álbum-compilação "A Voz e a Guitarra" faz incluir o tema "As Asas" do brasileiro Chico César e uma nova versão de "La Molinera" que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.

Durante a Expo '98 partilha "Afinidades" com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espectáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa "Atlântico" da RTP/TV Cultura.

Colabora no disco "Sexto Sentido" que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a colectânea "Cantigas de Amigos" com produção de João Balão e Moz Carrapa.

Em Novembro de 2000, a convite de Tiago Torres da Silva, junta-se a Anamar e Pilar para os espectáculos "SM 58".

Em 2001 é editado pela Zona Música o disco "Da Minha Voz". A produção é da própria Né Ladeiras que contou com a colaboração de Chico César e de Tiago Torres da Silva.

O álbum "Anamar, Né Ladeiras, Pilar - ao vivo" é editado em Setembro de 2002. Em 2010 participa no disco dos Corvos e começa a preparar um disco novo.

DISCOGRAFIA
Alhur (Máxi, EMI, 1982)
Sonho Azul (LP, EMI, 1984)
Corsária (LP, Transmédia, 1989)
Traz-os-Montes (CD, EMI, 1994)
Todo Este Céu (CD, Sony, 1997)
Da Minha Voz (CD, Zona Música, 2001)
Anamar, Né Ladeiras, Pilar - Ao Vivo (CD, Zona Música, 2002)

Colectâneas
Espanta Espíritos (1995) - Estrela do Mar
A Cantar Xabarín III/IV (1996) - Viva La Música!
A Voz e a Guitarra (1997) - La Molinera / As Asas
Cantigas de Amigos (2000) - A Vindima / Milho Verde / A Garrafa Vazia de Manuel Maria

Biografia retirada daqui