sábado, 7 de junho de 2025
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Amália Rodrigues - Parte 10
Jul. (1) Amália é homenageada num espetáculo na Gare Marítima de Alcântara, exibido em direto pela RTP.
Ago. São editados pela primeira vez em CD "Gostava de Ser Quem Era" e "Lágrima", completando a disponibilização em CD de todos os álbuns publicados por Amália na Valentim de Carvalho.
Nov. (6) Amália é a convidada inaugural do programa de variedades da RTP-1, «Noite de Reis», que pretende homenagear personalidades públicas nacionais.
(7) É editado "Pela Primeira Vez - Rio de Janeiro 1945", CD que reúne as 16 gravações que Amália realizou no Rio de Janeiro em 1945 para a editora Continental. É a primeira edição oficial em CD destas gravações, há muitos anos indisponíveis em Portugal. As gravações foram restauradas digitalmente em Londres, nos estúdios de Abbey Road, e o CD inclui um ensaio histórico inédito de Vítor Pavão dos Santos.
Dez. A Valentim de Carvalho edita em vídeo a série documental «Amália — Uma Estranha Forma de Vida», numa tiragem limitada a mil exemplares vendidos exclusivamente ao balcão das lojas Valentim de Carvalho.
1996 Out. Numa altura em que as gravações da Continental, realizadas em 1945, entraram já no domínio público, perdendo Amália o direito a receber royalties de intérprete pela sua gravação, o diário "A Capital" levanta uma polémica fugaz, segundo a qual a artista estaria descontente com a edição de "Pela Primeira Vez", realizada à sua revelia pela EMI-VC, por já não receber royalties dessas gravações. Tal polémica é desmentida pela editora e pela artista.
1997 Dez. A EMI-VC edita o álbum "Segredos", com um conjunto de gravações inéditas realizadas entre 1965 e 1975. O disco atinge o 3.° lugar do top nacional de vendas.
1998 "Segredos" é galardoado com um disco de platina por vendas superiores a 40 mil cópias.
Jorge Mourinha
segunda-feira, 2 de junho de 2025
Biografia do Fado
Parece possível dizer que o fenómeno musical que hoje designamos como fado, e que tem a sua definição essencial no conjunto dos fados clássicos, se definiu num período relativamente recente - nos últimos 70 anos... - independentemente, já se vê, de beber raízes e matrizes musicais e poéticas numa evolução que todo o estudo conhecido faz remontar, no mínimo, ao início do século passado.
Debruçando-nos sobre este aparente e surpreendente facto, acaba-se porém por admitir que, no fundo, talvez não haja motivos para surpresa. O fado é afinal contemporâneo daquilo que tornou possível não propriamente escrevê-lo, mas... gravá-lo! Ou seja, dos progressos tecnológicos. E seria uma ingenuidade, que a musicologia inteiramente desmente, supor que o aparecimento dos meios técnicos de reprodução sonora (a gravação, a rádio, a amplificação massiva, etc.) se limitariam a fixar fenómenos musicais preexistentes: sabemos hoje que, na música como em todas as artes, a evolução tecnológica condiciona tanto quanto determina a evolução estética, e o fado pré-anos do disco e da rádio não era, não podia ser, o mesmo dos que se lhes seguem.
A condicionante dos três minutos por canção, universalizado praticamente até hoje pela limitação técnica da duração de um lado de um disco de 78 rotações, é apenas um exemplo. A que há a acrescentar muitos outros. E, determinantemente, a profissionalização de músicos e executantes que a edição, a transmissão radiofónica e os locais de espetáculo não teatrais (as casas de fado) geraram e permitiram, dando origem a um núcleo musical que, progressivamente, iria definir e fixar padrões próprios que, progressivamente, se libertariam dos que anteriormente sofriam da produção do teatro de opereta e da música de salão. A meu ver, é este novo quadro tecnológico e profissional (e também social e urbano) que permite que, entre outros, Armandinho, Martinho da Assunção, Marceneiro e Amália, constituam nas décadas de 20 a 40 um género musical, de raízes antigas, sem dúvida, mas autonomizado musicalmente, iconicamente e publicamente.
Que muito poema do fado lamente, ainda, o «fado como era dantes» tem razões sociais, culturais e mesmo políticas claras: julgo, contudo, que tem bem pouca verdade. E não é bom serviço prestado ao fado negar-lhe a contemporaneidade de ser uma música urbana criada pelo povo, e muito especialmente pelo povo de Lisboa, na modernidade do século XX e na qual, por isso mesmo, tão idealmente se acolheram afinal, sem saudosismos nem marialvas, versos como os de Mourão-Ferreira, Lima Couto, Homem de Melo ou Ary dos Santos.
Ruben de Carvalho in «Biografia do Fado»
quinta-feira, 29 de maio de 2025
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Amália Rodrigues - Parte 9
1988 Jan. Inicia-se a transferência do catálogo de Amália para CD com a edição de "Com Que Voz".
Ago. São editados pela primeira vez em CD "Folclore à Guitarra e à Viola" e "Encontro com Don Byas".
1989 Jul. São editados pela primeira vez em CD "Asas Fechadas", o célebre álbum "Busto" e "Amália Canta Portugal".
Dez. Comemorando os 50 anos de carreira de Amália, a EMI-Valentim de Carvalho edita Amália 50 Anos, uma coleção de oito duplos álbuns ou CD temáticos agrupando muitas das gravações de Amália para a companhia, entre os quais várias raridades e gravações inéditas.
1990 Nov. (1) Amália atua no Town Hall de Nova Iorque, num concerto que é filmado pelo realizador português radicado nos EUA, Bruno de Almeida. É editado "Obsessão", o primeiro álbum de material original e inédito de Amália em sete anos, composto por temas gravados durante o interregno.
1991 Nov. (10) É editada a cassete de vídeo «Amália Live in New York City», registo do concerto do Town Hall de Novembro de 1990.
1992 Jul. (7) São editados pela primeira vez em CD "Cantigas da Boa Gente" e "Fado Português".
(14) E editado pela primeira vez em CD "Oiça Lá ó Senhor Vinho".
Ago. (18) É editado pela primeira vez em CD "Amália no Café Luso".
Nov. (10) É editado pela primeira vez em CD "Amália Fado".
(17) São editados pela primeira vez em CD "Maldição" e "Cantigas numa Língua Antiga".
Dez. (10) É editado o CD "Abbey Road 1952", que reúne a totalidade das primeiras gravações realizadas por Amália para a Valentim de Carvalho nos estúdios de Abbey Road, em Londres.
1993 Nov. Grava, com acompanhamento de Jorge Fernando e Mário Pacheco, dois duetos com o cantor napolitano Roberto Murolo, para inclusão no novo álbum daquele artista, "Anima i Cuore", editado em Itália em 1994 pela PolyGram.
1994 Set. Anuncia-se que Amália terá regressado a estúdio para gravar um novo álbum de material inédito, produzido por Jorge Fernando e contando com participações de João Gil, António Pinho Vargas e Mário Pacheco.
Nov. Anuncia-se que um novo álbum de Amália não será afinal editado este ano, devido a problemas legais relacionados com a autorização de uma poesia de Cecília Meireles gravada pela cantora.
Dez. (11) Atua ao vivo no Coliseu de Lisboa. Alertada por vários relatos jornalísticos a EMI Valentim de Carvalho, editora de Amália, pede uma peritagem técnica ao tema "Fado" incluído no LP "Sex and Death" do grupo inglês The Durutti Column, por suspeitar que o tema inclui um sample não autorizado da voz de Amália. Contudo, o assunto não volta a ser mencionado na imprensa ao longo dos, meses seguintes.
1995 Jan. (16) E editado em Portugal o álbum de Roberto Murolo "Anima i Cuore" que inclui dois duetos com Amália.
Jun. (20) É editada pela primeira vez em CD a compilação "Estranha Forma de Vida - O Melhor de Amália". Apesar de atingir altas posições nos tops e de vender cerca de 25 mil exemplares ao longo dos meses seguintes, a edição em CD acaba por não repetir o sucesso estrondoso do lançamento original em LP. A RTP transmite, ao longo de uma semana, a série documental «Amália — Uma Estranha Forma de Vida», cinco episódios de uma hora, dirigidos por Bruno de Almeida, incluindo muitas imagens de arquivo provenientes dos cinco cantos do mundo e nunca antes exibidas em Portugal, entre as quais a estreia de Amália na TV americana, no programa de Eddie Fisher.
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