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domingo, 28 de setembro de 2025

António Variações - Parte 4

 

1989 Jun. - No quinto aniversário da sua morte, a EMI-VC reedita a discografia de António Variações numa edição especial que inclui os álbuns "Anjo da Guarda" e "Dar e Receber" e o maxi--single "Estou Além/Povo Que Lavas no Rio". 

Jul. - "Dar e Receber" é publicado em CD. 

Nov. - Lena D'Água edita "Tu Aqui", um álbum composto por nove composições inéditas de António Variações, escolhidas pela cantora entre um vasto acervo de temas nunca divulgados, que a família do cantor a autorizou a gravar em exclusivo. 

1993 Jun. - No programa «Sons do Sol», de Júlio Isidro, a lembrar a passagem de nove anos sobre a sua morte, surge a primeira homenagem a António Variações, contando com a presença em estúdio da sua mãe e irmão. Algumas canções suas são interpretadas por outros artistas (Miguel Ângelo, Jorge Palma, Nucha, entre outros) e um original, de homenagem, com letra de José Jorge Letria é depois cantado por todos. 

1994 Jan. - Em edição da EMI-VC, é lançado o álbum de homenagem "Variações — As Canções de António", que reúne, em torno de versões de originais de António Variações, os Mão Morta («Visões Ficções»), Três Tristes Tigres («Anjo da Guarda»), Resistência («Voz Amália de Nós»), Sitiados («O Corpo É Que Paga»), Madredeus («Canção»), Sérgio Godinho («E P'ra Amanhã»), Santos & Pecadores («Perdi a Memória»), Delfins («Sempre Ausente»), Isabel Silvestre («Estou Além») e os Ritual Tejo («Dar e Receber»). Mal recebido pela crítica, o disco queda-se bastante aquém do homem que pretendia homenagear. Em jeito de brincadeira, nos corredores de rádios e jornais há quem lhe chame «Estou Aquém», mas ainda assim o álbum atinge o Disco de Prata por vendas superiores a 10 mil discos. 

1995 - As Amarguinhas incluem no seu CD single de estreia, editado pela NorteSul, uma versão de «Estou Além». 

1996 Maio. - O projecto MDA inclui uma versão de «Estou Além» e uma de «Dar e Receber» no seu álbum de estreia 

1996 - "vol.1", álbum que viria a ser retirado do mercado por falta de autorização de Pedro Ayres Magalhães para a versão de «O Pastor», dos Madredeus. 

1997 Maio. - É editada pela EMI-VC a compilação «O Melhor de António Variações», recuperando material dos dois álbuns e do maxi "Povo Que Lavas no Rio", remisturado e remasterizado por Marku Sáley. O álbum atinge, à saída, o 1.° lugar do top português e rapidamente atinge o Disco de Platina por vendas superiores a 40 mil discos. 

DISCOGRAFIA:

1982 - Estou Além / Povo Que Lavas no Rio (Single, Valentim de Carvalho). 

1983 - Anjo-da-Guarda (LP, Valentim de Carvalho); «É P'ra Amanhã» (Single, Valentim de Carvalho).

1984 - Dar e Receber (LP, EMI-VC). 

1997 - O Melhor De António Variações (CD, EMI-VC). 

António Variações - Parte 3

António Variações mudava, repentina e honradamente, a noção de espectáculo na música portuguesa. Numa discoteca, na Rua da Imprensa Nacional, dá uma festa para amigos e convidados na qual chega a actuar ao vivo. 

1984 Fev. (6 a 25) - António Variações entra nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d'Arcos, para gravar o seu segundo (e último) álbum. Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade, dos Heróis do Mar, são os produtores e directores musicais do disco, e os cinco músicos dos Heróis formam a banda de estúdio que participa nas gravações, com Rui Pregal da Cunha a assinar igualmente a conceção da capa. 

Abr. - No programa «A Festa Continua», de Júlio Isidro, aparece pela última vez em público, poucas semanas antes da edição do disco. Vestido com uma espécie de pijama de flanela, com coelhinhos e ursinhos estampados, canta dois temas do novo álbum, e diz que tem estado um pouco engripado. Esta será a única vez que canções de "Dar e Receber" chegam, com António, ao pequeno ecrã. 

Maio - E editado o álbum "Dar e Receber" que, unanimemente bem recebido pelo público e crítica, não consegue contudo impor nenhum tema de êxito como «E P'ra Amanhã...» ou «... O Corpo É Que Paga» do álbum anterior. «Canção do Engate» será o tema que mais se aproximará do sucesso. 

Maio (18) - Dá entrada no Hospital Pulido Valente com «um problema brônquico-asmático», sendo assistido pelo Dr. Iglésias Oliveira. A pedido da família é, pouco depois, transferido para o Hospital da Cruz Vermelha. Com um estado em agravamento progressivo, é solicitada a reanimadora Dra. Maria Cristina Câmara. 

Jun. - Em insuficiência respiratória aguda, é submetido a uma prótese ventilatória (Engstrom). Na madrugada do dia 13, dia de Santo António, enquanto a cidade se deitava depois de uma noite de festas populares, falecia no Hospital da Cruz Vermelha, em consequência de, como então se disse, «broncopneumonia bilateral grave». Desaparecia um dos mais importantes renovadores da nova música portuguesa. Dois dias depois é sepultado no cemitério de Amares (Braga), a poucos quilómetros da sua aldeia natal, num funeral onde poucos músicos estarão presentes. "Dar e Receber" atingirá o Disco de Prata. 

1987 Abr. - Os Delfins incluem uma versão de «Canção de Engate» no seu álbum de estreia, "Libertação", produzido por Carlos Maria Trindade. É a primeira versão gravada de um original de António Variações. 

1988 - A EMI-Valentim de Carvalho reedita o maxi-single de "Estou Além". 

Nov. - "Anjo da Guarda" é editado em CD pela primeira vez. 


António Variações - Parte 2

Com uma equipa de gravação, Rui Pêgo vai a casa de Variações, toda pintada de verde, e grava dois ou três temas, entre os quais «Toma o Comprimido», que depois toca no programa. Tímido, Variações quase pede desculpa à equipa da RR pelo «incómodo» de lá terem ido a casa! 

1981 Fev. - Apresenta-se pela primeira vez em público na televisão, no programa de Júlio Isidro «O Passeio dos Alegres», transmitido em directo dos estúdios da RTP no Lumiar, como António & Variações (Variações sendo então o nome do grupo que o acompanhava). Vestido de aspirina, enquanto lança Smarties ao público e às câmaras, canta, «Toma o Comprimido», tema que grava num estúdio em Campo de Ourique depois de ter conhecido Júlio Isidro na barbearia. A cassete com a gravação regressa a casa com o próprio Variações e, como a RTP não guardou o registo em vídeo da atuação e o tema nunca foi gravado nem editado em disco, dela apenas resta a memória de alguns e umas fotografias (na posse de Júlio Isidro). Depois da estreia na televisão, António Variações participa nalgumas emissões do programa da Rádio Comercial, «Febre de Sábado de Manhã», apresentado por Isidro e transmitido em directo do Cinema Nimas aos sábados de manhã. A primeira destas participações decorre pouco depois da apresentação na TV, interpretando de novo o mesmo tema. 

1982 - Depois de uma intervenção do irmão Jaime, advogado de profissão, junto da editora, relembrando a existência de um contrato ainda não concretizado e ameaçando a companhia de ação legal caso não sejam tomadas medidas, a Valentim de Carvalho reúne-se com António Variações e, depois de ouvir novas maquetas do cantor, conclui que está na altura de gravar. 

Jun. - Pela Valentim de Carvalho, e já sob o nome António Variações (porque «é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade», comenta em entrevista a "O País"), edita finalmente o primeiro single, um duplo lado-A com «Povo Que Lavas no Rio», uma versão para um fado de Pedro Homem de Mello e Joaquim Campos imortalizado por Amália Rodrigues, de quem se tornara um ex-libris, e «Estou Além», um original próprio. Embora o nome impresso no disco seja o de Nuno Rodrigues, A&R do cantor, é a Ricardo Camacho que se deve a produção do tema. O sacrilégio de ousar regravar «Povo Que Lavas no Rio» cai mal em alguns círculos, mas «Estou Além» obtém a popularidade de rádio que escapa ao outro tema. «Se tivesse nascido em Nova Iorque seria um rocker, mas como nasci no Minho prefiro ser um folclorista que também ensaia o rock» afirmará nalgumas entrevistas, por ocasião da promoção do single. 

1983 Jun. - Edita, e dedica a Amália Rodrigues, o seu primeiro álbum, "Anjo da Guarda", na contracapa do qual inscreve «A Amália que sempre me deu e fez sentir a importância de uma verdadeira identidade.» O disco encerra, aliás, com a canção «Voz Amália de Nós», que prossegue a sua homenagem à fadista de quem era grande admirador. O álbum é o resultado de um ano de gravações tumultuosas: iniciadas em 1982 com Vítor Rua e Tóli César Machado, dos colegas de editora GNR, como arranjadores e produtores, as sessões de estúdio são interrompidas pelos desentendimentos que originam a saída de Rua dos GNR, levando a editora a programar para o final de 1982 a edição de um mini-álbum com os cinco temas que haviam ficado prontos. Contudo, essa edição nunca é publicada e as sessões são retomadas mais tarde, agora sob a supervisão de José Moz Carrapa, que termina o álbum (e ao qual é creditada na capa a produção). "Anjo da Guarda" acabará por ser uma «manta de retalhos» - aos cinco temas gravados em 1982 com Tóli e Rua junta-se «Estou Além», do single de estreia, e quatro temas orientados por Caparra. O álbum é muitíssimo bem recebido pela imprensa, que aponta a inovação e originalidade do som apresentado, bem como a presença do cantor, e a rádio (e o grande público) elegem António Variações como um dos grandes nomes do momento. Um estranho caso de popularidade transforma, de repente, o exótico barbeiro numa estrela popular à escala nacional. «Estou Além», «E P'ra Amanhã...» e «...0 Corpo É Que Paga» estão entre as músicas mais tocadas do ano. «E P'ra Amanhã...» será aliás editado como single ainda no Verão. 

Jul. - Durante todo o Verão António Variações é um dos nomes mais solicitados para atuações ao vivo, sobretudo no circuito das muitas festas das pequenas aldeias e outras localidades onde, superando de longe os «adversários» roqueiros, chega mesmo a competir em popularidade com os artistas de primeira linha como Marco Paulo ou Carlos do Carmo. 

António Variações - Parte 1

Com 12 anos, António Joaquim Rodrigues Ribeiro abandona a sua aldeia natal, no Minho (na região de Braga), com uma mala de papelão e madeira (tal como descreve na canção «Olhei para Trás», do álbum de 1984 "Dar e Receber"). Filho de camponeses minhotos, já em pequeno expressava a sua paixão pela música, preferindo as romarias e o folclore aos trabalhos que lhe eram pedidos pelos pais. 

Em miúdo, recordará muitas vezes em entrevistas, passou vergonhas ao ser apanhado frente a um espelho, a trautear umas canções. 

1975 - Empregado de escritório em Lisboa, viaja até Londres, cidade onde se mantém durante um ano. Para ganhar dinheiro trabalha num colégio. Mais tarde confessa ter tido pena de, por a idade não lhe ser favorável, não ter ainda a sensibilidade para apreciar e explorar convenientemente a cidade. 

1976 - Regressa a Lisboa para, pouco depois, partir de novo, desta feita para Amesterdão, onde, durante um ano, aprende o oficio de cabeleireiro. 

1977 - De regresso a Lisboa abre, num centro comercial, o primeiro cabeleireiro unissexo da capital. Pouco depois, muda-se para um outro centro comercial e, alguns meses mais tarde, cansado do snobismo e das vaidades de muitos, regressa às origens, abrindo uma barbearia numa rua da Baixa lisboeta. Começa a desenvolver um visual diferente e bastante personalizado que privilegia cores, formas originais e alguns elementos de adorno como, por exemplo, brincos. Um dia, na Baixa, de encontro a duas senhoras, ouve a exclamação «Ai meu Deus, uma mulher com barba!» conta em en-trevista a "A Capital" em 1983. 

1978 - Muito antes da edição do seu primeiro single, grava uma maqueta com algumas canções, que apresenta à editora Valentim de Carvalho, com a qual virá a assinar contrato. Contudo, terá de esperar quase quatro anos para poder lançar o seu primeiro disco; a descrição dos arranjos pretendidos para a sua música, que define «entre Braga e Nova Iorque», cria alguma confusão no pessoal da editora. Além disso, a maior parte dos temas apresentados em maqueta não passam de esboços de música e letra, gravados numa cassete caseira apenas com a voz do cantor. Durante o período de espera, é posto em contacto com dois A&R da companhia, Mário Martins e Nuno Rodrigues, cada qual com ideias diametralmente opostas quanto ao caminho que Variações deveria tomar; o primeiro apontava essencialmente um repertório folclórico, o que não chegou a acontecer, enquanto o segundo preferiu dirigi-lo para áreas mais próximas do rock. 

1980 - O jornalista Luís Vitta, que cortava o cabelo na barbearia onde António trabalhava, leva os seus colegas do programa da Rádio Renascença «Meia de Rock», Rui Pêgo e António Duarte, a contactar com o músico, que ainda não vislumbrava a edição do primeiro disco. 


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Happy Mondays

Happy Mondays acabam de anunciar um concerto único em Portugal, dia 28 de setembro no Sagres Campo Pequeno. A icónica banda de Manchester traz os grandes clássicos à capital do país com a primeira parte a cargo dos The Gulps.

Formandos em 1980 em Salford, Greater Manchester, os Happy Mondays fizeram o seu primeiro lançamento oficial com Forty Five, em 1985, pela Factory Records, após terem sido descobertos por Tony Wilson. Seguiram-se os álbuns Squirrel and G-Man Twenty Four Hour Party People Plastic Face Carnt Smile (1987) e Bummed (1988), que consolidaram o seu estatuto na cena musical de Manchester.

O álbum Pills 'n' Thrills and Bellyaches (1990), produzido por Paul Oakenfold e Steve Osborne, tornou-se um marco da banda, atingindo o estatuto de platina no Reino Unido e vendendo mais de 350.000 cópias. Os singles "Step On" e "Kinky Afro" alcançaram ambos o top 5 das tabelas britânicas. Em 1992, lançaram "Yes Please!", gravado nos estúdios de Eddy Grant em Barbados. Durante os anos 90, os Happy Mondays ganharam notoriedade internacional e realizaram várias digressões pelo mundo. A formação original manteve-se até 1994, altura em que a banda se separou. Reformaram-se em 1999 com algumas mudanças na formação, lançando um novo single e acompanhando os Oasis em digressão. Após mais uma pausa em 2001, regressaram em 2004 e lançaram o álbum Uncle Dysfunktional (2007).

A banda continuou a atuar nos anos seguintes, participando em festivais e em diversas digressões internacionais. Em 2012, voltaram a reunir grande parte da formação original e lançaram a coletânea Double Double Good. Em 2015, participaram no programa "Singing in the Rainforest", no qual gravaram a música "Oo La La to Panama" com uma tribo indígena. Nos anos seguintes, continuaram a na estrada com várias digressões de sucesso.

Em 2025, regressam à estrada com uma passagem pelo Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, no dia 28 de setembro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Thundercats 1989

 


António Pinto Basto

Nasce em Évora, a 6 de Maio. Desde cedo mostra gosto pela música em geral e, em particular, pelos cantos tradicionais e pelo fado que, enquanto adolescente, começa a cantar em festas. 

1970-1974 - Licenciado em Engenharia, pelo Instituto Superior Técnico, de Lisboa, grava três EP, que hoje renega, por considerar que desde então evoluiu bastante na forma de interpretar o fado. 

1974-1988 - Decide não gravar, por entender que o fado exige dos seus intérpretes mais do que a simples intuição natural. Não deixou, no entanto, de se apresentar em público em Portugal, Estados Unidos, Brasil, Espanha, França e Angola. 

1988 - Editou o seu primeiro álbum, "Rosa Branca", para a PolyGram, com sucesso assinalável. Ganha o "Grande Prémio de Revelação" da Rádio Renascença e dois "Seles de Ouro", um para revelação e outro para fado. 

1989 - Depois de mais de 120 concertos em todo o País, edita no final do ano o duplo álbum "Maria", com repetição de sucesso de vendas e de crítica. Ganha o "Grande Prémio de Popularidade" da Rádio Renascença e o "Grande Prémio de Popularidade" da Casa da Imprensa. 

1991 - E editado o terceiro álbum, "Confidências à Guitarra". 

1992 - No primeiro semestre do ano, visita os quatro continentes, actuando nomeadamente em Macau no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, e em Hong Kong perante diplomatas locais. Canta ainda o fado em Angola e em Sevilha, na EXPO-92. Nos Estados Unidos faz uma apresentação numa rede portuguesa de TV. 

1993 - Lançamento da compilação "Os Grandes Sucessos de António Pinto Basto". 

1994 - Convidado pelo Instituto Cultural de Macau, é solista da Orquestra Chinesa de Macau, com 68 elementos, numa digressão por Portugal. Um dos espectáculos de Lisboa é integrado no programa de Lisboa-94. 

1995 - Participa em Macau no "VI Festival de Artes" e dá dois concertos em Goa. No final do ano, é lançada uma vídeocassete intitulada «António Pinto Basto em Évora», baseada num concerto na sua terra natal. 

1996 - É editado, na BMG, o álbum "Desde o Berço". 

DISCOGRAFIA: 

1970 - Povo Sagrado (EP). 

1973 - Saudades Peregrinas (EP). 

1974 - Tem Fé Caminheiro (EP). 

1988 - Rosa Branca (LP, Philips). 

1989 - Maria (CD, Philips). 

1991 - Confidências à Guitarra (CD, Philips). 

1993 - Os Grandes Sucessos (CD, Philips). 

1994 - O Melhor dos Melhores (CD, Movieplay). 

1996 - Desde o Berço (CD, BMG). 

António Pinho Vargas

Nasce a 15 de Agosto, em Vila Nova de Gaia. 

1960 - Inicia lições de piano. 

1967 - Entra para os Grelha, grupo de liceu formado por um colega. 

1968 - Termina o liceu e vem para Lisboa estudar Direito, afastando-se da música. 

1971 - Pede transferência para o curso de História, mas um atraso na entrega da documentação impede-o de iniciar o curso ainda nesse ano lectivo. Regressa ao Porto e aos Grelha. 

1972 - Começa a interessar-se pela música clássica e pelo jazz, com a ajuda do musicólogo e jornalista Jorge Lima Barreto. Decide então procurar um professor de piano, e os Grelha inflectem para o free-jazz por influência das teorias de Barreto. 

1974 - Decide aprender jazz tradicional. 

1975 - Envereda a sério pela carreira musical, interrompendo os estudos de História. 

1976 - Participa num festival de jazz em Liubliana como acompanhante de Rão Kyao. 

1977 - Participa no Festival de Jazz de Cascais desse ano. Forma o primeiro dos seus dois grupos, o Zanarp, com José Nogueira, José Martins e Artur Guedes. 

1978 - Forma o grupo Abralas, com Fernando Girão. 

1979 - Participa no Festival de Jazz de Cascais. Atua pela primeira vez em Macau. A formação do Quarteto de António Pinho Vargas consolida-se, com José Nogueira, Mário Barreiros e Pedro Barreiros. 1980 - Participa no Festival de Jazz de Cascais. Decide retomar os seus estudos de História e completa o curso. 

1981 - Depois de uma passagem pelos Arte & Oficio, de Sérgio Castro, passa a integrar a Banda Sonora, de Rui Veloso, como pianista. 

1982 - Participa nas gravações do álbum "Fora de Moda", de Rui Veloso, como integrante da Banda Sonora, mas abandona o grupo ainda neste ano. 

1983 - Edita pela PolyGram o seu primeiro LP a solo, "Outros Lugares", que é aclamado pela crítica e obtém boa receção do público, esgotando duas tiragens sucessivas. O álbum é mais tarde definido pelo pianista como «um resumo» do seu trabalho até aí, pois os temas mais antigos remontavam já a 1976. Participa no Festival de Jazz de Cascais. 

1984 - Participa no Festival de Jazz de Cascais. 

Ago. - Participa no Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian. Atua pela segunda vez em Macau. Atua no Festival de Jazz de Paris. 

1985 Abr. - Transfere-se da PolyGram para a EMI-Valentim de Carvalho, anunciando igualmente a gravação de um novo disco em Junho. 

Ago. - Participa no Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian. 

Out. (15) - Inicia uma série de oito concertos em Paris com o Quarteto APV, a convite da Maison de Jeunes et de la Culture. 

Nov. - Edita o seu segundo álbum e primeiro para a EMI-VC, "Cores e Aromas". O tema de abertura, «Dança dos Pássaros», torna-se num inesperado êxito de rádio, algo de invulgar para um disco de jazz, e o álbum esgota a sua primeira tiragem. 

(21) - Em entrevista ao jornal "Êxito", António Pinho Vargas afirma que a sua saída da PolyGram se deveu à desatenção e incompreensão da editora, que deixou o álbum "Outros Lugares" esgotado vários meses e pretendia transformá-lo num novo Rão Kyao, numa alusão a um outro artista (sob contrato com a PolyGram) que, proveniente da área do jazz, se tornara num fenómeno de popularidade ao optar por um som mais easv listening e comercial. 

1986 Jun. (14) - Atua no Cinema Alvalade, no seu primeiro concerto ao vivo em Lisboa, desde a edição de "Cores e Aromas". 

1987 Abr. (24) - Apresenta ao vivo o seu novo álbum no Auditório Carlos Alberto. 

Maio - Edita o álbum "As Folhas Novas Mudam de Cor", do qual o tema «Tom Waits» se torna num enorme sucesso de rádio. O álbum atingirá o 8.° lugar do top nacional de vendas, durante uma estada de três meses no top. O título do disco é retirado de um verso de Eugénio de Andrade. Simultaneamente, é director musical da encenação teatral de Hamlet, de Shakespeare, feita por Carlos Avillez para o ACARTE. 

Jul. (24) - António Pinho Vargas apresenta-se ao vivo no Rivoli do Porto com o seu sexteto. 

(26) - Atua na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. Compõe a banda sonora do filme de João Botelho, "Tempos Difíceis". 

Out. - Parte para a Holanda como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, a fim de estudar composição contemporânea com Klaas de Vries e Otto Ketting. 

(15) - Apresenta-se no Auditório Nacional Carlos Alberto, num concerto onde estreia em palco quatro novos temas e se apresenta com uma formação invulgar, com dois percussionistas, em vez do tradicional baterista. 

Nov. (5-12) - Realiza uma minidigressão nacional com datas fixas em Coimbra, Évora, Beja, Loulé, Lagos e Faro. 

1988 Abr. (10) - Atua no Auditório Nacional Carlos Alberto num concerto organizado para comemorar o 10.° aniversário da Liga dos Amigos do Hospital de Santo António. 

Ago. - Atua no Festival Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian, com o Vargas Jazz Ensemble, designação nova para o sexteto, apresentando quatro temas inéditos que serão posteriormente gravados no álbum "Os Jogos do Mundo". Compõe a obra para orquestra «Geometral», encomendada pela Fundação Calouste Gulbenkian para os "XIII Encontros de Música Contemporânea". 

Nov. - "As Folhas Novas Mudam de Cor" é publicado em CD. 

1989 Abr. - É editado o álbum "Os Jogos do Mundo", que inclui «Do Teatro», baseado no tema principal da peça Hamlet, e «Do Cinema», inspirado num dos temas escritos para Tempos Difíceis. 

Maio (13) - «Geometral» é estreada nos "XIII Encontros de Música Contemporânea" da Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direção do maestro Michel Tabaschnik, com a participação dos solistas Aníbal Lima (violino), Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Olga Prats (piano). 

Set. (15-20) - Realiza uma minidigressão promovida pela Secretaria de Estado da Cultura, passando pelo Porto, Ovar, Viana do Castelo e Braga. 

1990 Maio (15) - "Outros Lugares" é reeditado pela EMI-VC, ao mesmo tempo que é finalmente editado em CD "Cores e Aromas". Diploma-se em Composição pelo Conservatório de Roterdão. Escreve música para a coreografia de Paulo Massano "A Bailarina do Mar".  

1991 Maio - É editado o álbum "Selos e Borboletas", gravado em quarteto com José Nogueira, Arild Andersen e Adam Rudolph. 

Jun. (1) - Atua no Coliseu do Porto para apresentação ao vivo do álbum Selos e Borboletas. 

(7) - Atua no Coliseu de Lisboa com a presença de Rui Veloso. A sua composição «Estudo/Figura» é premiada no IV Concurso de Composição da Oficina Musical. A peça é estreada em Amesterdão nesse mesmo ano. Ingressa como professor na Escola Superior de Música de Lisboa. 

1992 - Escreve a peça para orquestra e solistas de jazz «Explicit Drama», encomendada pela Comissão dos Descobrimentos Portugueses. Escreve «Mechanical String Toys», por encomenda da Orquestra Metropolitana de Lisboa de Miguel Graça Moura. 

1993 Abr. (6) - Atua em abertura do Simbiosis Jazz Festival na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. O grupo de música contemporânea de Estugarda Musik Fabrik estreia nas 2.as Jornadas de Arte Contemporânea do Porto a peça para quarteto de cordas «Monodia — Quasi un Requiem». 

1994 Abr. (29) - Apresenta-se ao vivo no Coliseu dos Recreios de Lisboa num espectáculo integrado na série Coliseu's por iniciativa de Lisboa-94, com a presença dos convidados Laurent Filipe, Maria João e o Quarteto de Cordas da Orquestra Metropolitana de Lisboa e como convidado-surpresa Vitorino, abarcando a sua carreira como jazzman e compositor contemporâneo. O concerto é repetido a 5 de Maio no Teatro São João, no Porto. 

Nov. - Estreia-se na composição contemporânea com «Nocturno-Diurno», encomendada pelo sexteto de cordas AIEC, de Lille. 

1995 Jan. - É editado o seu primeiro disco de música contemporânea, "Monodia", que inclui cinco peças contemporâneas escritas entre 1986 e 1994 e interpretadas sob a supervisão do compositor. Para marcar bem a diferença de material em relação às suas gravações anteriores, o álbum é editado através do selo EMI Classics. 

Set. - Anuncia-se o regresso de Pinho Vargas aos estúdios de gravação, para um álbum de jazz em trio com a cantora Maria João e o seu saxofonista habitual José Nogueira. 

1996 Abr. (30) - E editado "A Luz e a Escuridão", gravado em Frankfurt com Maria João e José Nogueira. A par de temas inéditos, o álbum recupera ainda várias peças já gravadas em discos anteriores, casos de «Brinquedos» (de "Selos e Borboletas"), «Dinky Toys» (de "Outros Lugares") «Vilas Morenas» (de "As Folhas Novas Mudam de Cor") ou «Thelonious Schizo Sketch» (de "Os Jogos do Mundo"). 

Maio (4) - António Pinho Vargas apresenta-se ao vivo no Centro Cultural de Belém num concerto único com a participação de Maria João e José Nogueira para estreia ao vivo de "A Luz e a Escuridão". 

DISCOGRAFIA: 

1983 - Outros Lugares (LP, PolyGram). 

1985 - Cores e Aromas (LP, EMI-VC). 

1987 - As Folhas Novas Mudam de Cor (LP, EMI-VC). 

1989 - Os Jogos do Mundo (LP, EMI-VC). 

1991 - Selos e Borboletas (CD, EMI--VC). 

1995 - Monodia (CD, EMI Classics). 

1996 --A Luz e a Escuridão (CD, EMI-VC).